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Mais um Dakar pra conta, os jóqueis da F1 e a política em Interlagos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 21 January 2018 23:17

Olá Leitores,

 

Olha eu, o “invasor de colunas”, atacando novamente. Não é fácil manter o padrão de qualidade das pessoas onde andei enfiando o meu teclado (metaforicamente, claro), mas para minha sorte, andaram acontecendo fatos inspiradores.

 

Comecemos pelo final da edição 2018 do “De Cá”, a versão do Dakar disputada na América do Sul. Carlos Sainz se consagrou vencedor pela segunda vez da mais famosa prova off-road do mundo. O espanhol que por muito tempo foi o maior vencedor do WRC e piloto a ser batido até o aparecimento do “extraterrestre” Sebastien Loeb, que ultimamente aparecia na TV como “o Pai do Carlos Sainz Jr, piloto da Renault e que já tinha uma conquista do desafio em 2010, conquistou seu segundo triunfo este ano. Foram 17 dias de disputas e após 49 horas, 16 minutos e 18 segundos.

 

É verdade que o espanhol contou com um verdadeiro mar de problemas nos carros dos rivais mais próximos, que complicaram a vida do mega vencedor da competição, Stéphane Peterhansel, que liderava com certa tranquilidade até o 11° dia de competição e finalizou apenas em 4º, bem como o ‘Lawrence das Arábias’, Nasser Al-Attiyah, que terminou em segundo, 43 minutos e 40 segundos atrás. Aos 55 anos de idade. O espanhol se torna o mais velho vencedor da corrida de carros do “De Cá”.

 

Oficialmente, esta é uma vitória e um adeus. A montadora francesa Peugeot, que obteve a terceira conquista seguida, anunciou que estaria deixando a competição... mas como ter dinheiro é uma coisa muito boa – e útil – no automobilismo,  o ‘Lawrence das Arábias’, Nasser Al-Attiyah, bateu seu cetro de Príncipe (será que Príncipe tem cetro?) e comprou quatro carros oficiais da marca francesa e vai montar o próprio esquema para 2019, restando saber se ele vai dar carros tão dominadores para seus principais adversários.

 

O Brasil continuou no topo no “De Cá” em 2018, Depois do título de Leandro Torres e Lourival Roldan em 2017 nos UTVs, a dupla formada por Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin, mesmo terminando em segundo o último estágio da edição deste ano, garantiu o título dos UTVs, que não existia até 2016 e que este ano passou a ser chamada de “SxS”. Os brazucas deram um banho. Terminaram a competição com uma vantagem de 57 minutos e 57 segundos para a dupla Patrice Garrouste e Steve Griener, vice-campeões. O carro do terceiro colocado, de Claude Fournier e Szymon Gospodarczyk contabilizou mais de 10 horas de desvantagem.

 

Nesta última semana da competição, o piloto que eu escolhi para torcer, o nobre saudita Yazeed al-Rajhi, que bateu em outro carro no alto de uma duna e mergulhou no Oceano Pacífico com seu Buggy Mini X-Raid, ainda conseguiu mais uma manchete antes do final do “De Cá”. Em uma “negociação” com a direção da competição, depois de ter sido eliminado na décima etapa – entre Salta e Belén, na Argentina, com 797 Km totais e 373 Km cronometrados.

 

Para fechar o assunto, nos caminhões, a disputa estava “palmo a palmo” até a última sexta-feira, quando a coisa virou letra de tango: O argentino Federico Villagra, diante de sua torcida, sofreu problema mecânico no Km 79 do penúltimo estágio e foi obrigado a abandonar, depois de ter largado para a etapa entre San Juan e Córdoba apenas 1 segundo atrás do líder, Eduard Nikolaev. O russo não é só sortudo, é competente. Ele não só venceu a etapa de sexta como no sábado bastou administrar a vantagem para, com tranquilidade, conquistar o bicampeonato consecutivo e seu terceiro na carreira, terminando com uma vantagem de quase quatro horas para o vice, Siarhei Viazovich e mais de cinco horas para Airat Maardev. Nas motos Matthias Walkner garantiu o título na etapa disputada em Córdoba (ARG), e a KTM possui uma grande hegemonia na categoria e este foi o 17° título consecutivo. Finalizando, nos quadriciclos, Ignácio Casale completou a etapa de encerramento em Córdoba,  novamente na frente e dar uma confirmação apenas protocolar de que é o bicampeão da principal prova off-road do mundo.

 

Escrevendo a coluna do ‘General’ Fernando, nosso Gerentão, comentei a confirmação da efetivação do russo Sergei Sirotkin como piloto titular da Williams ao lado do Riquinho Rico (Lance Stroll) depois do aporte de 15 milhões de Euros de seus patrocinadores locais. Puxaram o tapete do Kubica, que virou piloto de teste. Mas o grande assunto da categoria foi o estabelecimento do “peso mínimo” para os pilotos a vigorar no ano que vem (se não houver nenhuma mudança, claro).

 

O limite mínimo de 80 Kg que foi apresentado no Grupo de Estratégia em sua última reunião na sexta-feira não foi unanimemente aceito. Se o fosse, seria implementado este ano. Por conta do limite de peso dos carros com o piloto dentro de 728 Kg, com os complexos motores híbridos, os pilotos tiveram que emagrecer ao máximo, ostentando em boa parte o famoso físico de filé de borboleta. Os pilotos que pesarem menos de 80 Kg obrigará a equipe a “completar” este peso com lastro.  que isso serão obrigados a levar um lastro para alcançar o valor. A nova regra também significa que os pesos do piloto e do carro serão tratados de forma separada. A introdução do Halo nos carros de 2018 também adicionou um significativo peso das estruturas de segurança ao redor do cockpit, são 14 Kg que pesa aquele “chinelão”, mas o peso dos carros para este ano foi acrescido em apenas 6 Kg. Ou seja, coloca a pilotada pra fazer mais dieta! Com o conjunto Carro + Piloto tendo como peso mínimo 734 Kg para este ano e no ano seguinte o peso do piloto sendo de pelo menos 80 Kg, as equipes vão ter que pensar onde deixar o carro o mais leve possível para posicionar lastros estratégicos para melhorar a altura do centro de gravidade, puxado pra cima com o halo.

 

Enquanto isso, é no automobilismo passarei da piada para a revolta diante do que está se desenhando no futuro de Interlagos. Colocaram uma iluminação em toda pista, para facilitar a utilização noturna do autódromo, fato que foi elogiado por todos que veem na possibilidade de realização de eventos de pista noturnos como um novo nicho a ser explorado. Contudo, a luta da Comissão do Autódromo, que inicialmente procurava trabalhar com uma privatização racional, com a preservação do autódromo como autódromo, mudou de postura e discurso, passando a se apresentar contra a venda e contra o desmembramento do kartódromo da forma em que o prefeito divulgou (ele sempre é muito vago nos detalhes, sempre deixa uma brecha para não ser cobrado). Com relação ao kartódromo, a comissão, inocentemente, entrou em contato com o Instituto Ayrton Senna, pedindo um posicionamento deles, mas até agora não se posicionaram. É bom lembrar que o prefeito encheu a boca várias vezes para falar do tricampeão, que era amigo, que queria fazer um museu e dar o nome do piloto, mas na hora de “limar” o kartódromo, não pensou duas vezes. Espanta-me a inocência da comissão em achar que o IAS vai se manifestar. Já se passaram mais de duas décadas e nunca tomaram a iniciativa ou buscaram meios para se fazer um museu, como o Fangio tem na Argentina. Impediram o “sobrinho herdeiro” de treinar e competir como kartista. Querem que a Viviane Senna tome partido e compre briga política? Haja fé!

 

Semana que vem o Bianchini está de volta...

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar 
Last Updated ( Monday, 22 January 2018 09:02 )