Estive em Interlagos na abertura da temporada 2018 da Stock Car, na corrida de duplas, com uma pauta no bolso: Entrevistei alguns pilotos da categoria e da Stock Light, categoria de acesso à stock, que fez a preliminar da categoria no fim de semana e perguntei a eles o que o Kart ensinou na careira de piloto e o que utilizaram do kart até hoje na sua pilotagem. Também perguntei se eles ainda andam regularmente de kart e se eles acham que um piloto para chegar a Fórmula 1 ou na Fórmula Indy ou mesmo em categorias de turismo ou protótipos como a própria Stock Car, DTM e WEC, precisa correr de kart ou não? Vamos a opinião de alguns pilotos que entrevistei neste grande final de semana. Max Wilson, piloto da equipe RC Eurofarma da Stock Car, já correu na Europa na F3 e F3000. Fez uma temporada na F.Indy e foi piloto de testes da Williams na F1. Pilotou na Austrália, na V8 Super Cars e foi campeão da Stock Car em 2010. Max disse que o kart na carreira dele foi fundamental, foi a base de tudo para ele. No kart ele aprendeu a noção de preparo, de pilotagem, de preparo físico e ele disse que no kart aprendeu a trabalhar em equipe. Max correu de kart durante 8 anos. Correu com Felipe Giaffone, Luciano Burti e Rubens Barrichello, sagrando-se vice campeão Panamericano e vice campeão Paulista. Atualmente não anda mais de kart, pois não tem tempo. Além de piloto da Stock ,ele é coach de alguns pilotos da Porsche Cup e é comentarista do Sportv nas provas de F1. Ele afirma ser essencial um piloto correr de kart, pois o kart dá noções de reflexo, de saber trabalhar em equipe e prepara o piloto para o futuro numa categoria maior. Pedro Cardoso correu ano passado de Euroformula, categoria de monopostos na Europa, mas por questões de viabilidade para o futuro de sua carreira, ele voltou a correr no Brasil e este ano, estreando em carros de turismo, está na Stock Light pela equipe Carlos Alves. Para Pedro Cardoso o Kart ajudou em sua carreira, deu muitas alegrias e ele anda de kart até hoje. Treina quando não tem corridas para aperfeiçoar os reflexos e manter o condicionamento físico. Como kartista, foi Hexacampeão Paulista, campeão Brasileiro de kart, bi campeão do campeonato paulista SKV. Para ele, um piloto pode sim começar na stock sem ter corrido de kart ou em categorias de turismo, mas para ele é importante um piloto correr na F1 ou Indy. Sem ter corrido de kart, esse piloto não terá uma carreira longa. Nas categorias de Monopostos, precisa ter corrido de kart, pois o kart dá noções boas de reflexo, e isso é essencial para se dar bem numa categoria de monopostos. Átila Abreu, piloto da equipe TMG Motorsport Shell da Stock Car, correu de monopostos na Europa, de Fórmula BMW Alemã, sendo companheiro de equipe de Sebastian Vettel antes de voltar para o Brasil e iniciar carreira no Turismo. Também correu de GT na Europa, na equipe de Washington Bezerra e Antônio Hermann. Átila disse que o kart foi uma experiência de vida, e que aprendeu o que é ser competitivo no kart. Confessou que atualmente anda muito pouco de kart, menos do que ele queria, e que por ser muito alto isso machuca suas costas. Para ele antigamente um piloto podia se dar bem no automobilismo sem correr de kart, mas hoje em dia sem correr de kart um piloto não consegue se dar bem no futuro, pois para ele o kart dá lições de como aprender a ser competitivo, de como trabalhar em equipe e de como um piloto pode crescer como ser humano e no futuro saber lidar com derrotas na profissão. Guilherme Salas também começou no kart, correu na Copa Petrobrás de Marcas e atualmente corre na Stock Car na equipe Hot Car, de Amadeu Rodrigues. Para ele o kart é tudo. Ele começou aos 7 anos a correr de kart, e no kart, se aprende como pilotar em cada tipo de traçado, e ser competitivo. Anda muito pouco de kart e anda todo ano nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana. Correu por 8 anos de , kart, tendo sido Campeão Paulista de kart 4 vezes, e duas vezes vice campeão Brasileiro. Para Guilherme, um piloto começando cedo é obrigatório iniciar no kart, pois dá muita bagagem, agora se um piloto começar a correr depois dos 20 anos, existe casos desses, não é obrigatório para ele o Kart, se o rapaz começar direto em carros de Turismo. O Português Filipe Albuquerque, vencedor das 24 Horas de Daytona desse ano, correu na corrida de duplas com Rubens Barrichello, e que já correu de DTM e no GT Open, as 24 Horas de Spa-Francorchamps. Atualmente ele tem focado nas corridas de longa duração e correu neste mês de março as 12 horas de Sebring. Para ele, o kart significou tudo em sua vida e categoricamente afirma que um piloto sem começar no kart, é como fazer uma faculdade sem ir nela. No kart ele aprendeu como largar e ter concentração para uma largada, ajudando muito na parte física. Filipe não anda mais de kart nos dias de hoje, pois viaja muito pelo mundo inteiro, corendo provas de Endurance, e nas folgas gosta de ficar com sua família. Quando era kartista ele correu pela academia Red Bull de kart e ganhou três títulos Europeus de Kart. Diego Nunes, piloto da Stock Car na equipe Bassani-Full Time, correu em 2008 e 2009 de GP2, e foi companheiro de Guiedo Van Der Garde, nessa categoria. Para ele o kart na vida significou tudo, foi a base de sua careira, onde aprendeu como frear, como ultrapassar e como defender uma posição. Ainda anda de kart ás vezes, mas bem pouco, tem um kart Parilla até hoje e treina com ele quando pode. Diego ganhou ano passado as 500 milhas de kart da Granja Viana, na equipe do Rubens Barrichello. Enquanto kartista, ele correu por 3 anos .Foi Bicampeão Paulista e terceiro colocado no Pan Americano de kart. Para ele, um piloto tem que começar no kart, caso contrario pode se dar bem ,mas em categorias de turismo, sendo que para correr de monopostos, na sua opinião, o kart é essencial. Dennis Navarro piloto da equipe Cavaleiro Sports e patrocinado pela CIMED da Stock Car, tendo corrido nos Estados Unidos de Star Mazda, e na Copa Petrobrás de Marcas antes de conquistar um lugar na Stock Car. Para ele o kart é a base, é uma escolinha para um piloto. É começando no kart que um piloto se torna completo. Navarro confessa que raramente ele treina de kart. Nos três anos que ele correu de kart, participou com destaque no campeonato paulista e foi vice campeão Brasileiro de kart. Gustavo Lima, está na sua segunda temporada na Stock Car. Ele correu na Inglaterra de Fórmula Renault, e para ele o kart é tudo. Segundo o piloto da Bardahl Hot Car, é no kart que você aprende a ser rápido, a ter reflexo. Correu de Kart Shifter, que é kart com marchas e ele sempre nas folgas treina com esse kart para apurar seus reflexos e para manter o condicionamento físico para as provas da Stock. Gustavo considera que um piloto que começa no kart, se for correr de monopostos o kart é essencial, mas se for correr em carros de turismo, assim como outros pilotos da Stock que pensam assim, o kart não é obrigatório. Beto Monteiro é piloto da Copa Truck, e correu de kart no começo da carreira, antes de ir para a Itália correr de monopostos na Fórmula 3. Ele correu a etapa de duplas da Stock, como convidado da pilota Bia Figueiredo, e há mais de uma década corre com caminhões no Brasil e algumas etapas de provas de turismo nos Estados Unidos. Para ele, o kart em sua vida significou a base como piloto e é uma paixão na vida. Com frequência ele treina de kart e disputa campeonatos de kart Shifter. Em seu estado natal, foi campeão Pernambucano e bi campeão Nordestino de kart. Beto considera que é essencial um piloto começar no kart, pois o kart é a base e o piloto aprende muitas coisas, para usar durante toda a carreira de piloto. Tuka Rocha corre na Stock Car pela equipe Vogel Motorsports, Depois de uma carreira vitoriosa no kart, seguiu para a Europa e participou de diversas categorias como a World Series by Nissan, A1 GP, sendo o piloto do Team Brasil e disputou a Fórmula 3000. Há anos ele corre as 500 milhas da granja de kart. Como a imensa maioria, começou a carreira no kart, que considera ter sido a base em sua carreira. Foi Tri Campeão Paulista e Brasileiro de kart, onde correu até os 18 anos. Proprietário de uma das melhores pistas de kart indoor de São Paulo, Tuka sempre treina de kart para lazer e condicionamento físico e para aperfeiçoar os reflexos. Para ele não é obrigatório começar no kart, mas muitos pilotos que começam no kart, tem mais chances de se tornar vencedor no futuro, pois ele dá noções de como saber ultrapassar, dividir uma freada, e saber fazer largadas direito. Felipe Fraga que foi campeão da Stock Car pela equipe CIMED já em 2016, e começou no kart e foi um dos maiores kartistas de sua geração e depois do kart correu na Europa de Fórmula Renault 2.0. Para Felipe o kart ensinou o ritmo de corrida e como saber ultrapassar, anda com frequência de kart em Curitiba, cidade onde mora. Como uma boa parte dos pilotos da Stock Car, ele treina com shifter, algo que ele considera ajudar muito na preparação física e condicionamento dos reflexos. O jovem campeão não acha que seja obrigatório um piloto começar no kart, ele acha que se começar ajuda, mas não é necessário. Adorei essa oportunidade de entrevistar alguns pilotos da Stock Car e Stock light, e saber o que o kart significou na vida deles. Alguns acham que o kart não é tão necessário, outros sim, mas o que deu para perceber é que eles adoraram e aprenderam muito correndo de kart e vários ainda treinam de kart no intervalo das corridas da Stock. Rodrigo Botana
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