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E foi dada a largada para a F1 2018 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 25 March 2018 23:45

Olá leitores!

 

Após um longo e tenebroso inverno europeu (em que até nevou em um dos dias de testes coletivos na Espanha) e de um longo e tenebroso verão brasileiro no qual esse vosso escriba quase derreteu de calor, começou enfim a temporada 2018 da Fórmula Sandália de Dedo, digo, Fórmula 1. Sinceramente espero que as outras pistas da temporada propiciem corridas melhores, pois essa primeira etapa deixou a desejar. Ultrapassagem só nos boxes ou do meio para trás do pelotão, e ainda assim muito escassas. De cara, a certeza que algumas equipes terão que mudar o posicionamento da câmera nos carros (algumas ao invés de ver a pista, vê-se apenas o Halo) e essa nova fonte utilizada no gerador de caracteres da categoria... deve ser sugestão do neto gamer do bigodudo da Puritan Media, ops, Liberty Media. Fonte horrorosa de ler na TV. Sem contar do estagiário que colocaram na geração de caracteres que, ao tentar colocar a distância entre Alonso e Verstappen solta no ar a disputa entre Lastname e Lastname... dizem que a rivalidade entre os irmãos Lastname é muito maior que aquela entre Hamilton e Vettel e entre Kyle e Kurt Busch na Nascar...

 

Vitória na estratégia para Sebastian Vettel, que não entrou junto com o então líder Hamilton para trocar os pneus, veio acelerando o que o carro permitia e ainda contou com a sorte das duas Haas darem problemas e obrigarem a direção de prova a colocar o Safety Car Virtual. Arriscado, com certeza, mas acabou dando certo. O tipo de coisa que dá para tentar num circuito de rua, mas num autódromo permanente a chance de funcionar tende a zero... o que ficou claro é que, sem outros carros na frente, o ritmo da Mercedes é nitidamente superior ao da Ferrari, e isso pode ser um problema sério em pistas mais velozes ou com retas longas (prevejo problemas sérios para a Ferrari na China e no Azerbaijão, e se não evoluírem bem o carro até a segunda metade da temporada, em Spa e em Monza). Seu companheiro Kimi Räikkönen (3º) não se deu bem com a estratégia diferente escolhida, mas largar em 2º e terminar em 3º não é de todo mau – tanto que ele ficou satisfeito após a prova.

 

Em 2º chegou Lewis Hamilton, que garganteou bastante na entrevista após marcar a pole position com mais de meio segundo de vantagem para Kimi, mas ao final teve que reconhecer que a Ferrari fez um trabalho melhor que a Mercedes no final do domingo. Ainda acho que é o franco favorito para o título de 2018, mas precisa errar menos. Seu companheiro Valtteri Bottas (8º) sobreviveu a um final de semana horroroso, que começou com um erro na classificação que o deixou sem tempo no Q3 e fez ele largar em 15º (afinal, tinha a punição por troca de câmbio, afetado na panca do sábado), em uma pista de ultrapassagens difíceis e enfrentando superaquecimento no motor quando seguia outro carro por muito tempo. Acabou saindo no lucro.

 

Em 4º chegou Daniel Ricciardo, que tentou, tentou muito mesmo, mas não conseguiu superar o Kimi para subir ao pódio perante a sua torcida. Certamente se a corrida fosse em um dos belos autódromos permanentes que existem na Austrália ele teria passado, tinha ritmo de corrida para isso, tanto que foi dele a volta mais rápida da corrida, mas naquela pista de rua onde nem com 3 zonas de abertura de DRS a coisa estava dando certo não foi possível... mas com certeza foi uma grande atuação, e a posição final não fez jus ao desempenho por ele apresentado. Seu companheiro Max Verstappen (6º) não teve um domingo dos melhores: na largada já perdeu a posição para o Kevin Magnussen (Haas), depois na tentativa de recuperar a posição rodou enquanto reclamava pelo rádio de problemas de instabilidade no carro, e as tentativas de ultrapassar a McLaren do Alonso não foram bem sucedidas. Porém, tendo em vista as dificuldades, acabou sendo uma posição bastante decente.

 

Em 5º chegou Fernando Alonso, que após muito tempo conseguiu voltar a ser competitivo em corrida, e eu diria que boa parte dessa colocação do carro da McLaren se deveu ao enorme talento do espanhol, que mostrou que andar no pelotão do fundo não acabou com sua capacidade de disputar posições de maneira aguerrida. Grande corrida. Seu companheiro Stoffel Vandoorne (9º) foi mais um piloto que reclamou de não ter tido sorte com o safety-car virtual, mas foi uma boa prova por parte dele. Não dava para esperar muito mais não sendo ele Alonso e não tendo largado mais à frente nessa pista quase impossível de ultrapassar.

 

Em 7º chegou Nico Hülkemberg, que arrancou o desempenho que dava do seu Renault e fez um resultado bom para as limitações do carro. Acho que a luz de alerta deve ter acendido na equipe: com o mesmo motor deles, chegaram 3 carros (os 2 Red Bull e 1 McLaren), e à frente do outro carro da Renault chegou o outro McLaren... talvez esse chassi precise de um pouco mais de trabalho de desenvolvimento, mas vamos esperar as corridas em circuitos permanentes para avaliar melhor. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. fechou a zona de pontuação, com um 10º lugar que foi um prêmio para as condições em que ele se encontrava – passando mal do estômago por conta do sistema de hidratação do piloto ter entregue muito líquido no começo da corrida, e ele ficou com aquele líquido balançando no estômago naquela sequência toda de curvas... convenhamos, se não é fácil dirigir seu carro de passeio enjoado, imagine pilotar um carro de corrida... poderia, sem dúvida, ter chegado logo atrás do Nico se não fosse esse problema.

 

Próxima corrida é dia 08/04, no Bahrein, vamos ver o que acontecerá lá... uma providência fácil que eu gostaria de ver adotada é o Halo ser pintado na cor do capacete do piloto. Está muito difícil identificar quem é quem com aquela monstruosidade impedindo ou dificultando bastante a visualização do capacete.

 

Mas esse final de semana não teve apenas Fórmula Chinelo, ops, Fórmula 1 não. Também tivemos a abertura da temporada 2018 da Copa Truck, lá em Cascavel, com duas corridas para lá de interessantes. Na primeira etapa, que começou atrás do pace-car por conta do asfalto molhado, vitória de Wellington Cirino (Mercedes), que desde a saída do carro de segurança pressionou bastante o pole position Felipe Giaffone e na metade da prova, após estudar bem o adversário, o ultrapassou e abriu vantagem para não ser mais incomodado. Em 2º chegou Felipe Giaffone (VW-MAN), que no final da prova começou a apresentar falhas nos engates de marcha mas ainda conseguiu proteger a sua posição do 3º colocado Beto Monteiro (Iveco), que também fez uma ótima corrida, fechando o pódio da primeira corrida. Logo atrás chegaram Renato Martins (VW-MAN) em 4º e André Marques (Mercedes) em 5º. Já a segunda corrida, com o piso bem mais seco, a vitória foi do estreante Giuliano Losacco (Iveco), que soube aproveitar a pole garantida pelo grid invertido (terminou a primeira corrida em 8º) e segurou a liderança com competência para seu primeiro êxito na categoria, mesmo apresentando problemas de freio no final (e imaginem o quão desagradável é ficar com problemas no freio em um veículo pesado como um caminhão...). em 2º lugar chegou Wellington Cirino, que com a vitória na primeira corrida e o 2º na segunda saiu de Cascavel na liderança isolada do campeonato, uma performance realmente ótima. Em 3º terminou André Marques, seguido por Débora Rodrigues (VW-MAN) em 4º – aliás, excelente corrida da Débora – e em 5º outro VW-MAN, dessa vez de Witold Ramasauskas, a mais de 10s atrás da Débora. O vencedor da primeira corrida, Felipe Giaffone, não largou na segunda por problemas no câmbio.

 

O Mundial de Superbike fez sua segunda etapa na Tailândia, no circuito de Chang, em Buriran, e a corrida do sábado foi vencida por Jonathan Rea (Kawasaki), seguido por Xavi Fores (Ducati) em 2º e pelo competente Chaz Davies (Ducati) em 3º. Já no domingo, vitória de Chaz Davies, com mais de 2 segundos de vantagem para a dupla da Yamaha que completou o pódio, Michael van der Mark chegou em 2º e Alex Lowes terminou em 3º. Pelas corridas, eu diria que a temporada desse ano será bem disputada...

 

Era para termos tido corrida da NASCAR em Martinsville, mas mesmo com o final do inverno nos EUA nevou na pista (que nem está tão aro norte assim, fica na Virgínia) e a corrida foi adiada para a 2ª feira. Se não nevar de novo, claro...

 

Este sábado presenciou uma belíssima homenagem feita pelo Paulo “Loko” Figueiredo, da Legendary Motors, ao nosso eterno campeão Emerson Fittipaldi, a qual tive o prazer e o privilégio de estar presente, afinal ele é merecedor de todas as loas possíveis e imagináveis. Tive a oportunidade de ver as peças já encontradas do Copersucar Fittipaldi FD-02 a espera de restauração para reforçar a (pouca) memória automobilística nacional, e foi gratificante ver a emoção dele ao receber a moto que ganhou de presente pelo título de 1972 restaurada e um troféu representando uma Lotus 72 estilizada, obra do artista Ademar Cabral. Também recebeu do Paulo um quadro com a foto dos carros presentes na homenagem que foi feita esse ano para ele no tradicional Concours D’Elegance de Amelia Island, com os carros por ele pilotados, incluindo o Renault R8 amarelo do início da carreira no Brasil e que viajou especialmente para os EUA para essa homenagem. Muito obrigado pelo convite para a presença do Nobres do Grid na homenagem!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini