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A alma do negócio PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 28 March 2018 20:48

Caros Amigos, desde que passei a acompanhar as corridas de carros e motocicletas na televisão, a minha maneira de enxergar o que estava acontecendo ali, diante dos meus olhos foi mudando com o passar dos anos e o meu entendimento sobre o esporte a motor e o que acontece em torno dele foi se ampliando.

 

Enquanto adolescente, era pura emoção, competição, carro contra carro, moto contra moto, piloto contra piloto. Faltava a visão de que para estarem ali naquele autódromo, toda uma operação de logística envolvendo transporte de equipamento e profissionais. Acomodação, alimentação, operações paralelas para viabilizar o evento e preparação do autódromo para receber o público. Tudo isso envolve um fator comum: dinheiro.

 

A profissionalização da gestão e execução dos eventos esportivos foi crescendo até atingir altíssimos níveis de detalhes e excelência, tudo visando atender as necessidades do evento, passando pela profissionalização de pilotos e equipes, do número de patrocinadores e valores envolvidos. Na exposição do evento diante da mídia e consequentemente das marcas que o financia. Tudo isso tem que funcionar bem para que todos ganhem e o espetáculo, tanto como competição assim como negócio tenham cada vez mais retorno.

 

“A propaganda é a alma do negócio”. Acredito que todos os meus estimados leitores já ouviram esta frase pelo menos uma vez na vida. Esta propaganda e “alma do negócio” passa pelas estratégias que os promotores do espetáculo que vai acontecer em uma determinada cidade. Divulgar o espetáculo, com a apresentação de suas atrações é a primeira coisa que um promotor de espetáculo deve pensar.

 

Quando eu era criança, meus pais dividiam nossas férias entre o interior e o litoral. Era certo irmos para Sete Lagoas nas férias de julho e, todos os anos, coincidia com a passagem de um circo famoso pela cidade, onde – logicamente – íamos todos os anos assistir os trapezistas, o mágico, o globo da morte, os domadores de animais e – nossos favoritos – os palhaços.

 

Quando eles chegavam, faziam um barulhento desfile pela cidade, com carros abertos e um locutor anunciando onde o circo estaria instalado, os horários de apresentação, as atrações para a temporada daquele ano (eram quase sempre as mesmas), enquanto os artistas do espetáculo davam uma amostra do que o “respeitável público” iria encontrar sob a lona. Enquanto o circo ficava na cidade, as rádios anunciavam os dias e horários das apresentações.

 

Voltemos aos dias de hoje e vejamos o que acontece em nossas vidas como fãs de esporte a motor. Até onde podemos ir, o acesso a informação está ao alcance das mãos, através dos smartphones que hoje são manuseados pela fatia da população que tem condições financeiras de ir ao autódromo assistir uma corrida (Fórmula 1 à parte), mas até onde as notícias chegam aos veículos de divulgação para que o público fique sabendo o que está acontecendo?

 

Vamos desconsiderar a nós mesmos, que somos fãs de esporte a motor e sabemos onde buscar notícias, pesquisas, projetos, crônicas, colunas. Pensemos naquela pessoa que está na sua frente na fila do supermercado, que está no carro ao lado do seu no cruzamento esperando o sinal abrir. Ele sabe como é legal ir a um autódromo assistir uma corrida? Em casa, ele assiste as corridas ou muda de canal? Ele lê alguma coisa sobre esporte a motor, com duas ou quatro rodas?

 

Segundo informação divulgada pelo IBOPE no ano passado, devido ao aumento da população em relação ao cálculo anterior – de 2014 - 1 ponto no IBOPE na Grande São Paulo equivalia a 70.559 lares com um aparelho de televisão ligado, enquanto hoje já está contando 71.855 aparelhos. Se um evento com televisionamento consegue atingir três pontos, são mais de 200 mil aparelhos ligados, muito mais do que a capacidade do que qualquer autódromo e muito mais do que a Fórmula 1 leva a Interlagos em todo o final de semana da Fórmula 1 apenas se considerarmos a capital paulista.

 

Estendendo para outras regiões, no Rio de Janeiro, incluído os municípios em torno da Baía da Guanabara e Baixada Fluminense, 1 ponto era sinônimo de 44.047 aparelhos de televisão ligados. Agora, 1 ponto é o mesmo que 45.253 televisores. Na somatória de um evento com transmissão para todo o território nacional, o IBOPE aponta que 1 ponto é o equivalente a 248.647 televisões ligadas pela medição de 2017. Lembrando que diante de um televisor pode haver mais de uma pessoa assistindo aquele evento.

 

Expor sua marca para milhares de telespectadores é o principal objetivo de um patrocinador no esporte a motor e quando ele decide investir neste “outdoor”, ter um espetáculo de qualidade, de grande apelo popular, é fundamental para que ele considere este investimento a longo prazo e aumentando seus aportes. Em alguns eventos, a montagem de “Hospitality Centers” nos finais de semana das corridas, para encher de convidados, de clientes, parceiros e potenciais parceiros de negócios.

 

Este é um assunto que eu pretendo voltar a falar em breve e não vou me alongar no texto desta quinta-feira. Contudo, deixo algumas perguntas aos meus estimados leitores e aos promotores de evento do esporte a motor no Brasil: como explicar vermos pela televisão as arquibancadas vazias nas principais categorias do automobilismo brasileiro em seus mais recentes eventos? Estaria a divulgação dos mesmos deixando a desejar? O evento está sendo “vendido” da forma correta para os veículos de mídia para que o mesmo seja noticiado?

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva