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Lucas Di Grassi vence e mostra que veio para ficar. PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 09 April 2018 20:42

Não, não mordi a língua ao afirmar que não acreditava na conquista de um dos estreantes vindos de categorias internacionais. A vitória de Lucas Di Grassi, campeão da Fórmula E, na segunda corrida deste final de semana em Curitiba surpreendeu, mas foi em uma corrida, não no campeonato. Ainda. Não pela experiência e alto grau de competitividade desse piloto que também tem passagem pela Fórmula 1, mas pela rapidez em chegar ao lugar mais alto do pódio. Depois de dar somente quatro voltas na prova de abertura, na rodada de duplas disputada em Interlagos, ele fez um excelente sexto lugar na capital paranaense e no final completou a festa.

 

Na primeira corrida da segunda etapa (a primeira rodada dupla de 2018), a vitória ficou com Felipe Fraga, campeão de 2016, seguido pelo atual campeão, Daniel Serra, e pelo também campeão (2010) Max Wilson. O destaque, além de Di Grassi, ficou com o quinto posto de Gabriel Casagrande, que precisa manter regularidade para ser considerado uma promessa real na categoria que neste ano completa 40 temporadas, mas 39 anos de vida. Serrinha lidera com 49 pontos seguido por Di Grassi (35) e por Rubens Barrichello e Max Wilson, ambos com 32 e Casagrande, que marcou 31. 

 

 

Em 2019 a Stock Car completará quatro décadas de ininterrupta existência. Tá bom que nos anos 90 a coisa andou feia mesmo e tivemos temporada somente com 17 pilotos, mas há alguns anos atravessa uma fase interessante. Precisa, como disse na coluna anterior, criar mecanismos para que jovens alcancem os cockpits das mais importantes equipes. Daquela corrida em Tarumã, que teve dez participantes (pole de João Carlos Palhares, o Capeta - 1min23s74 -, melhor volta de Dado Andrade - 1min23s02 - e vitória de Affonso Giaffone) para o grid de hoje, com 33 carros, já passou muito tempo e muita gente deu o sangue pela categoria. 

 

Seria bom, também, que a organização se recordasse dos nomes importantes (pilotos, chefes de equipe, engenheiros e mecânicos) que ajudaram a fazer história. Há alguns anos, com a ajuda da extinta Revista Stock Car e da categoria, foram reunidos vários campeões para uma foto histórica que está estampada no Guia da Stock Car, de minha autoria e que apresenta pilotos e resultados dessas mais de três décadas de vida. Para quem gosta de dados e da história do automobilismo, é imperdível. Modéstia à parte.

 

Mudando de pato para ganso, ou de carros para caminhões, na semana que vem teremos a segunda rodada da segunda temporada da Copa Truck. O título da Copa Sul será decidido em Guaporé. Já disse e repito que quem ainda não viu uma prova de caminhões na cidade da serra gaúcha precisa comparecer. Mas não pode ser só no domingo. Tem de ir antes, reservar uma das poucas vagas nos pequenos hoteis da tranquila cidade e acompanhar a festa, que geralmente começa a ser montada na quarta-feira. 

 

Os acampamentos no autódromo superam tudo o que se vê no Brasil, numa demonstração da paixão que o gaúcho, neste caso especialmente o guaporense e seus vizinhos, têm pelo esporte a motor. Eles lotam todos os espaços, reservam com dois, três meses (meses mesmo!) de antecedência e montam estruturas de madeira com sofás, camas, geladeiras, fogões, enfim, tudo para viverem alguns dias ali na muvuca do autódromo. De sexta-feira em diante o bicho pega para valer, pois têm início as festas que só param domingo à tarde. 

 

 

Durante a noite inteira da cidade, que fica a cerca de dois quilômetros, dá para se ouvir a mistura de ritmos que vão desde os tradicionais gaúchos, passam pelos ritmos de discotecas, funk e por aí vai. No meio, festas à fantasia, uma infinidade de opções. Diria que é o Guaporépalooza dos pampas. Isso um ao lado do outro. E o melhor de tudo: ninguém reclama de nada. Todos se divertem da melhor maneira possível. A Polícia Militar, que no Rio Grande do Sul se chama Brigada Militar, marca presença para conter aqueles e aquelas (e não são poucos e poucas) que bebem demais.

 

Na pista os pilotos dos caminhões devolvem tudo com muita emoção nos 3.080 metros da pista. Traçado que precisa urgentemente de reformas para melhorar a segurança. Fazendo isso, com certeza Guaporé receberia outras importantes categorias nacionais, talvez até mesmo a Stock Car, que precisa de pistas para correr e evitar repetição de cidade, como tem acontecido nos últimos anos. Aproveitando, a Stock já correu lá e o único piloto ainda em atividade na Stock a ter andado no traçado é o pentacampeão Cacá Bueno, aliás, o último ganhador em 2002.

 

Dentro da pista, Wellington Cirino é o favorito para se sagrar campeão da Copa Sul, mas tem o estreante Giuliano Losacco nos calcanhares e alguns outros mais experientes como André Marques, o bicampeão Renato Martins, Débora Rodrigues, o duas vezes campeão Beto Monteiro, Régis Boessio e até mesmo Felipe Giaffone 9único dono de cinco títulos de caminhões), que teve problemas em Cascavel e pontuou somente na primeira corrida da rodada dupla. Todos eles querem devolver ao fanático público de Guaporé um pouco do carinho que recebem nestes dias em que ficam na cidade.

 

Milton Alves