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A arte da reinvenção PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 02 May 2018 22:26

Caros amigos, Os historiadores costumam dizer que a humanidade empreendeu, nos últimos duzentos anos, mais transformações do que nos 4 mil anteriores, desde a invenção da escrita. No mundo dos negócios a velocidade necessária nas tomadas de decisão e eventuais mudanças se aceleraram ainda mais. Nesse cenário, as empresas que não forem capazes de se adaptar morrerão. Esta regra se aplica em qualquer seguimento, no esporte a motor, inclusive.

 

Quando estamos falando de um negócio, por mais que o ritmo das transformações no mercado seja quase sempre frenético, as mudanças precisam ser conduzidas com base nas expectativas do seu público. Compreender o que ele deseja é o elemento chave para você definir como vai levar à frente seu processo de evolução ou de reconstrução como foi o caso do WEC, o Mundial de Endurance, após as saídas em sequência as Audi e da Porsche, descobrir como oferecer ao seu público um novo tipo de competição onde a categoria se diferenciasse era fundamental.

 

O Automobile Club de l’Ouest (ACO), organizador do Mundial de Endurance em conjunto com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e sob a gestão profissional da empresa comandada por Gerard Neveu vai dar início neste próximo sábado na primeira temporada bienal, ajustando o calendário num primeiro momento para a partir de 2019 fazer com que a mais importante corrida do campeonato – as 24 Horas de Le Mans – que nesta primeira temporada terá duas edições.

 

Nem o mais otimista dos fãs do Campeonato Mundial de Endurance acreditariam que a principal categoria do evento, a LMP1, ficaria esvaziada, a mudança do regulamento promovida pelos organizadores atraiu equipes privadas e vão propiciar um grid com 10 carros e uma pesada cruz sobre os ombros da Toyota, a única equipe oficial de fábrica que entra na disputa com aquela incômoda situação, onde vencer é uma quase uma obrigação e perder faria dos japoneses motivo de ridicularizações, algo injusto em corridas, especialmente de endurance, ainda mais em uma temporada com duas edições de 24 Horas de Le Mans e uma etapa diferenciada em Sebring, nos estados Unidos, com 1500 Milhas ou 11 horas de duração.

 

Se por um lado a categoria principal teve foi turbinada pela mudança do regulamento, a disputa mais interessante do ano passado, a LMP2, acabou esvaziada, onde teve apenas 7 carros no “prologue” em Paul Ricard. É uma pena, pois é uma categoria muito equilibrada e com um custo muito mais acessível do que a categoria principal. Na época das vindas para o Brasil – que voltará ao calendário para a temporada 2019/2020 – chegou a ter 17 carros no grid.

 

O campeonato vai ter um chamariz todo especial com a presença de Fernando Alonso, buscando um título mundial fora da Fórmula 1 e a vitória em pelo menos uma edição das 24 Horas de Le Mans e recentemente reforçada com a assinatura de contrato por Jenson Button na equipe privada SMP. Um duplo desafio para Bruno Senna, que correrá ao lado dos já campeões na LMP1 Neel Jani e Andre Loterer na equipe Rebellion, que volta à categoria principal depois de conquistar o título na LMP2.

 

Em uma escala bem menor e numa realidade completamente diferente, teremos a partir de 18 de maio – se não tivermos nenhuma surpresa desagradável – teremos um “novo” campeonato nacional com monopostos no Brasil: o Fórmula Academy Sudamericana, fruto da iniciativa do empresário e piloto Lineu Linardi em parceria com o argentino Geraldo Salaverria e contando com o apoio da Confederação Brasileira de Automobilismo.

 

Os carros são velhos conhecidos dos brasileiros: são os mesmos usados na antiga Fórmula Futuro, que teve duas temporadas – 2010 e 2011 – como parte do Fiat Racing Festival, parceria de Felipe Massa com a montadora italiana, que deixaram o país e foram usados na Fórmula 4 sul-americana entre 2014 e 2016. Os carros têm os padrões de tecnologia e segurança europeus e norte-americanos e são construídos pela fábrica francesa Signature seguindo os padrões da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

 

Apesar de ter usado o “nome” Fórmula 4 entre 2014 e 2016, o chassi construído pela fabrica francesa Signature não é um dos fabricantes homologados pela FIA, assim como o motor. Por isso, provavelmente, a categoria não está recebendo o mesmo nome aqui no seu retorno ao Brasil. Independente disso, é uma concepção de carro mais moderna do que os carros da Fórmula 3 e que podem dar uma melhor preparação para os jovens brasileiros fazerem uma temporada do monopostos no Brasil antes de tentar a carreira no exterior.

 

A categoria tem 17 carros para locação por parte dos pilotos a um custo estimado em 24 mil reais por final de semana, aplicada a inflação, sendo mais barata do que era  Fórmula Futuro e mais acessível que a Fórmula 3, este ano renomeada como “Superfórmula Brasil”, que teve sua primeira etapa – programada para o Velopark, junto com o evento da VICAR – cancelada por falta de pilotos.

 

Esperemos que Gerard Neveu e Lineu Linardi tenham sucesso em seus novos desafios em tentar reinventar a forma como se envolveram no automobilismo. É preciso coragem para assumir desafios.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva