A maioria dos pilotos que correm de kart são homens, mas muitas mulheres já correram e correm de kart e tiveram vitórias, provando que no kart – e em qualquer categoria – mulheres podem correr e ter sucesso neste esporte. Essas mulheres competem de igual a igual com os pilotos nos campeonatos mostram que o automobilismo dá, tecnicamente, oportunidades iguais para homens e mulheres competirem uns contra os outros. Vamos a alguma delas que correm hoje no Automobilismo Mundial e Brasileiro e suas carreiras no kart. Algumas delas que já não estão mais nas pistas, mas que deixaram seu nome marcado na modalidade e profissionalmente, fazendo carreiras de sucesso nas pistas. Bia Figueiredo Piloto de sucesso, já correu na Fórmula Indy, fez algumas 500 Milhas de Indianápolis, venceu na Indy Lights e que atualmente corre na Stock Car pela equipe Ipiranga. Ela começou no kart em 1994, na categoria cadete onde terminou em sexto lugar no Paulista, ate 1999 ela correu na categoria cadete, em 2000 ela foi para a categoria graduados B, tendo conseguido um resultado excelente para o kartismo brasileiro, terminando em sexto lugar no Europeu de kart em Braga, Portugal. No mesmo ano teve outro êxito, sagrando-se vice-campeã paulista na sua categoria no Paulista de kart, sendo a única mulher naquele ano a correr de kart neste campeonato. Em 2001 Bia foi a terceira colocada no Brasileiro de kart na categoria Graduados A, em 2002 ela foi segunda colocada no Brasileiro de kart, na mesma categoria, em 2003 ela correu simultaneamente de kart e na Fórmula Renault, classificando-se em segundo lugar na Seletiva Petrobrás de kart, torneio de uma semana organizado pelos irmãos Binho e Paulo Carcasci, com apoio da nossa empresa de Petróleo, onde o vencedor ganha um apoio financeiro para correr em qualquer categoria do automobilismo, mas nunca uma mulher tinha conquistado um resultado tão bom na seletiva. Depois, de 2004 em diante, ela correu só de automobilismo, mas todo ano participa das 500 Milhas de kart da Granja Viana. Suzane Carvalho. Ex-modelo e atriz, deixou de lado a carreira nos palcos e sets para ser piloto de kart, onde teve êxitos nos campeonatos cariocas e brasileiros. Em 1989 ela começou correndo no carioca e paulista de kart,ao mesmo tempo, sofrendo preconceito no começo da carreira,pois achavam estranho uma atriz e modelo virar piloto. Suzane provou que tinha talento, e naquele ano, correndo o Carioca Paulista de Kart, e já no primeiro ano conseguiu uma façanha, correndo no Brasileiro de kart, em Ipatinga, em duas categorias – Novatos e Sênior – conquistou o campeonato da novatos, realizando assim um feito inédito para uma novata no kartismo brasileiro. Ela correu 2 anos de kart, e obteve em 1990 o título de Campeã carioca de kart. Quando partiu para os monopostos, correu no Canadá e na Fórmula 3 Light sulamericana, onde sagrou-se campeã da categoria. Hoje Suzane não corre mais de kart, participa da Superbike Brasil, mas ela tem um centro de pilotagem e formação de pilotos, inclusive pilotos de kart, onde ensina adultos e crianças a evoluírem como pilotos e motoristas nas ruas. Maria Cristina Rosito. Gaúcha, filha de um grande piloto local, começou a correr de kart em 1980. Aos 14 anos de idade, contando com todo o apoio da família e enchendo Rafaele Rosito de orgulho, que teve uma medida preventiva ao convencer a filha a trocar as competições em duas rodas (motociclismo, onde ela já de destacava) pelas quatro rodas. Em 1981 obteve seu primeiro título no kart: Campeã Gaúcha. E no mesmo ano sagrou-se campeã Brasileira. Em 1983 ela disputou o mundial de kart, em Parma, na Itália, onde obteve o 13° lugar entre 128 pilotos participantes. Ela correu anos no kartismo Gaúcho e Brasileiro obtendo vários títulos, tanto regionais, nos anos de 81, 82 e 83, como o nacional. Onde estruturou sua carreira como piloto temida nas competições dos campeonatos gaúchos de monopostos e turismo. Depois de uma breve passagem correndo com caminhões, há algum tempo ela corre na Superbike Brasil e no gaúcho de Superturismo, mas foi no kart que ela teve a base para começar sua carreira como piloto. Bruna Tomaselli Atualmente correndo no Norte Americano de USF 2000, em sua segunda temporada, também iniciou no kart. Esta Catarinense de 21 anos correu na categoria base do automobilismo de 2007 a 2012, sendo que no último ano que ela correu, terminou em terceiro lugar no Sul Brasileiro de Kart na categoria graduados. Em 2011 ela correu o Skusa, (campeonato norte americano de kart) e terminou em terceiro lugar na categoria Tag Júnior, sendo a única mulher a correr naquele ano. Em 2013 começou a correr só de automobilismo, mas participou de uma prova de kart neste ano, na abertura do Sul Brasileiro de Kart onde terminou na terceira colocação, sendo a única mulher participante. Danica Patrick. Para quem acha que automobilismo “é esporte de rico” ou “é coisa pra homem”, uma menina lá do estado de Visconsin, nos Estados Unidos, mostrou que as duas afirmativas destes tantos estão erradas. Danica Patrick, filha de pais de classe média e moradora de um bairro comum em sua cidade natal – Beloit – sentou pela primeira vez em um kart aos 10 anos de idade e logo mostrou habilidades para o esporte. Ao longo dos anos no kartismo, foi três vezes campeã nacional de sua categoria. O sucesso foi tamanho e o potencial da pequena Danica era tanto que ela foi levada para as categorias de base de monopostos... na Europa! Viam nela potencial para chegar à Fórmula 1. A Fórmula 1 não se concretizou, mas ela veio correr na Fórmula Indy e tem um feito até hoje inédito, sendo a única mulher a vencer na categoria principal de monopostos nos Estados Unidos com a conquista das 300 Milhas de Montegi, em 2008. Danica retirou-se das competições profissionais em 2018, mas continua, sempre que pode, participando de eventos de kart. Sophia Florsch Esta alemã de apenas 18 anos, correu 3 anos de F4 Alemã, conquistou pódios na categoria e esse ano está atrás de patrocínio para correr a F3 europeia, tendo participado dos testes da pré-temporada e andou entre os 10 primeiros. Começou sua carreira no kart em 2008 com, 10 anos, onde correu até 2014, seus melhores resultados foram o título nacional na categoria “Bambini B em 2009. Em 2010 foi campeã europeia de kart na categoria 60cc, correndo também no SKUSA em 2011 e no Italiano de kart no mesmo ano. Tatiana Calderon Talvez esta colombiana seja, depois de Giovana Amatti, que tentou em 1992 se classificar para três GPS de F1 pela Brabham, a mulher com mais chances de chegar à F1. Atualmente ela está correndo no terceiro ano de GP3, já conquistou alguns pódios nessa categoria e ano passado correu uma etapa da antiga World Series 3.5, conseguindo um pódio na sua estreia na categoria. Ela está em negociações para, no ano que vem, fazer testes na F1. Tatiana correu de kart de 2005 a 2009. Em 2005 e 2006 ela foi campeã colombiana de kart. Em 2008 foi campeã francesa de kart. Em 2009 foi campeã europeia de kart na categoria Ica Júnior. Em 2010 começou a correr de monopostos. Essas mulheres que citei acima são pilotos que mostraram competência, desde crianças, destacando-se no esporte a motor, mostrando capacidade de disputarem de corridas igual para igual com os homens. Torço para a F1 ter novamente uma mulher correndo nela. Ainda são poucas as mulheres que correm de kart, mas as que correm andam bem e igual aos pilotos homens. Que as meninas sejam mais incentivadas por seus pais para irem para as pistas. Isso seria muito bom para o Kartismo. Rodrigo Botana |