Ufa! Até que enfim voltaremos a ter motores roncando forte nas pistas do Brasil depois que tudo parou durante a Copa do Mundo de Futebol. E a música para os ouvidos dos fãs do automobilismo virá justamente dos maiores e mais barulhentos veículos de corrida do País: os caminhões da Copa Truck. Domingo acontece a abertura da Copa Centro-Oeste, com a corrida na pista de Campo Grande, que não traz boas lembranças aos mais experientes pilotos da categoria, pois foi ali que em 2005 que aconteceu o pior acidente, em termos de quantidade, entre os caminhões no Brasil. 

Foram tantos os pilotos que bateram na largada que nem deu para dar sequência à prova. Foi preciso muito tempo e trabalho do médico Daniel Moraes, e seus auxiliares, para retirar todos os pilotos dos cockpits, alguns praticamente destruídos. Para a alegria de todos ninguém morreu. Um dos remanescentes daquela tremenda confusão é Djalma Fogaça, que neste ano de 2018, pela primeira vez na carreira de piloto de caminhão, não vai guiar um Ford. O Monstro acertou para correr com o um camilhão MAN da RM Competições, de propriedade de Renato Martins, duas vezes campeão com caminhões e outro que estava na muvuca de 2005. Em 1996 ele levantou o primeiro título entre os caminhões e na famigerada corrida de Campo Grande fez a pole position.

História à parte, a briga deste final de semana será pelo terceiro título da temporada, que já teve encerrada a Copa Sul, com título para Wellington Cirino, e a inacabada Copa Sudeste, que apresentou somente na prova de Interlagos e adiou a corrida que continua marcada para Curvelo, em Minas Gerais. Depois da Copa Centro-Oeste teremos a Copa Mercosul, com Buenos Aires, capital da Argentina, e Rivera, cidade uruguaia na fronteira com o Brasil, encerrando a segunda temporada da categoria. Entre as duas corridas fora do Brasil teremos, no dia 28 de outubro, a decisão da Copa Sudeste.

A Copa Truck volta a Campo Grande paraa abertura daCopa Centro Oeste em período de festa na capital.

A Copa Truck integra as festividades dos 119 anos de fundação da bela Campo Grande, conhecida como Cidade Morena. 

Outro ufa! Este de alívio pela demora. Finalmente, a Stock Car anunciou o local da sétima etapa, aquela que será realizada logo após a décima edição da Corrida do Milhão, marcada para dia 5 de agosto em Goiânia. A corrida será na mesma Campo Grande da Truck, mas no dia 19 de agosto. Particularmente, acho pouco tempo entre uma corrida e a outra para o público local, que não costuma prestigiar muito a Stock, digerir as duas categorias.

No entanto, ainda resta uma prova a ser definida no calendário da Stock Car: a do dia 4 de novembro. Deve ser difícil demais fazer os preparativos para as corridas com um calendário divulgado de forma homeopática e com pouco tempo para promoções e preparação da logística. No entanto, é o que a categoria tem apresentado neste ano.

Apesar dessa confusa, digamos assim, divulgação das praças das corridas, muita gente boa marca presença na Corrida do Milhão. Felipe Massa, o argentino Agustín Canapino e Renato Braga são alguns dos nomes confirmados. Com a chegada de Felipe Massa, a Cimed terá cinco pilotos de uma vez na pista. Desde que a Stock Car ganhou esse formato de equipes, por volta do final dos anos 90 e início do século 21, nunca uma escuderia teve tantos juntos com a mesma marca. Antigamente o desenho das equipes era outro e prevalecia a figura do preparador de motores, com equipes menos fortes, não em termos de pilotos, mas de patrocinadores principais.

Vamos esperar para ver quem levará mais um título da Corrida do Milhão, que até hoje só teve um piloto com mais de uma vitória. Na verdade, três primeiros lugares, o que lhe valeu o apelido de Triago Camilo.

Milton Alves