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Menos mimimi e chororô PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 05 October 2018 18:03

Desde a minha adolescência eu sempre gostei de política. Sempre discuti política na minha casa e nas reuniões de família e tenho as minhas convicções. Neste ano a minha maior convicção é que essa eleição termine logo porque eu estou de saco cheio com o ambiente de guerra que se estabeleceu, que se em 2014 foi insuportável a guerra do “nós contra eles”, nesta eleição está muito pior.

 

Tem amigo brigando com amigo, irmão brigando com irmão, mulher brigando com marido... e porque? Por quem? Por causa de uns caras que eu não coloco minha mão no fogo nem sob tortura! Nenhum político desse país merece credibilidade até que ele consiga provar o contrário. Eu tenho apagado sem ler todas as mensagens dos meus grupos de whatsapp. Não quero ler nada que estão falando e tenho capacidade para escolher meus candidatos.

 

Quem não tem poder de decidir o que vai ou pode fazer é o piloto de Fórmula 1. Esse é uma marionete do cara que fica sentado nos boxes apertando botões e falando pelo rádio “faça isso, faça aquilo”, fazendo cara e bocas para a televisão, dando soquinhos na mesa ou ficar na mureta dos boxes fazendo caretas para dentro dos boxes como se estivesse ameaçando alguém.

 

O que vimos em Sochi a favor da Mercedes foi a mesma coisa que vimos em Hochenheim a favor da Ferrari. A diferença foi a postura do ‘Pé de Cana’, que mandou uma pergunta atravessada pelo rádio, arrancando risos de quem estava assistindo a transmissão pela televisão e certamente constrangendo o staff da equipe italiana. Talvez, por estas e outras, estão trocando a vodka por leite ninho na garrafinha do segundo piloto para a próxima temporada.

 

 A imagem de constrangimento dos pilotos no pódio do GP da Rússia parece ter afetado até o inafetável presidente Putin.

 

A polêmica envolvendo a decisão do chefão da Mercedes, Toto Wolff, no GP da Rússia está rendendo até hoje e vão falar disso até o final da temporada, sejam com gente falando a favor e outros contra a decisão tomada por Toto Wolff. No meio dos que se manifestaram, o dirigente do Grupo Liberty Media (que não tinha que dar palpite nesse assunto), Ross Brawn, que vendeu sua equipe para a Mercedes e por alguns anos foi dirigente do time alemão, defendeu a decisão da nova chefia da equipe.

 

Outro que não tinha que ficar dando palpite pela posição que ocupa como presidente da Federação Internacional de Automobilismo, o baixinho narigudo do desenho da pantera cor de rosa (o leitor mais novo vai ter que buscar quem é no Google). Jean Todt foi mais além, não só defendendo a decisão de Toto Wolff, mas ridiculamente justificando a atitude da equipe e do piloto e criticando o nosso amado brasileirinho Rubinho Barrichello, a quem ele chamou de “menos disciplinado”, pela atitude do piloto que só deixou o “dono” da equipe ultrapassá-lo na Áustria praticamente na linha de chegada. E essa cena vergonhosa nós assistimos em 2001 e em 2002, esta última naquela narração do “hoje não, hoje não, hoje sim... hoje sim...”

 

 Em 2001 e 2002, no mesmo GP da Áustria, Rubens Barrichello foi obrigado a ceder a posição para Michael Schumacher.

 

Por mais critico que eu e muitos dos nossos leitores seja, a Fórmula 1 é um esporte onde equipes disputam o campeonato e uma vez eu li o Cacá Bueno, piloto que gosto muito por ele não ter papas na língua e falar na cara o que tem que ser dito, doa a quem doer, dizer que o automobilismo era um esporte coletivo... e ele está certo. Uma equipe trabalha para ter o melhor resultado possível para ela.

 

É claro que toda equipe quer fazer de um de seus pilotos o campeão da temporada e as vezes a disputa pelo título é interna também, com os pilotos lutando entre si e contra outros pelo campeonato. Na época que o Comendador Enzo Ferrari era vivo, a Ferrari tinha uma “lei”: caso isso acontecesse, dos dois pilotos estarem na briga pelo título e com outros adversários na disputa, depois da décima corrida – em um tempo em que o campeonato tinha 15 ou 16 etapas – quem estivesse na frente passaria a ter ajuda do companheiro de equipe.

 

 Em 1979, na reta final do campeonato, Jody Scheckter liderava a pontuação e Gilles Villeneuve recebeu ordens para ser segundo.

 

Era inegável a admiração do Comendador e de todo time pelo piloto canadense Gilles Villeneuve. Ele “encarnava o espírito da Ferrari”, levantava o público nas arquibancadas e pilotava muito. Na temporada de 1979 a disputa era com a Ligier, liderada por Jacques Laffite e a Williams, com Alan Jones e Clay Regazzoni não podiam ser dispensadas como ameaça. Terminado o GP da Alemanha, Scheckter tinha 9 pontos (35x26) de vantagem para Villeneuve. O Comendador chamou o canadense na sede em Maranello e explicou a situação para seu piloto do coração e disse que ele teria a sua chance. No GP da Itália, em Monza, Villeneuve andou perto, mas não atacou o companheiro de equipe, completando a dobradinha da Ferrari meio segundo atrás, com os ‘tifosi’ completamente histéricos. Scheckter foi campeão naquele ano, Villeneuve vice.

 

Ordens são ordens, exceto para quem tem coragem (o termo original seria censurado e eu já fui trocando logo para não me estressar) para mandar um “NÃO” pelo rádio, para todo mundo ouvir como fez Max Verstappen no GP de Singapura quando a equipe pediu para ele trocar de posição com Carlos Sainz Jr. para este atacar Sérgio Perez em 2015, ou como fez Carlos Reutemann no Brasil em 1981, quando ignorou as placas de box que mandavam ele trocar de posição com Alan Jones e que eu aplaudo até hoje.

 

 Em 2015, no GP de Singapura, Max Verstappen recusou-se a ceder a posição para o companheiro de equipe, Carlos Sainz Jr.

 

Estas foram apenas duas situações, mas a realidade é que tem piloto que já assina o contrato como “segundão”, como foi o caso do Rubinho Chorumello, que fazia aquelas caras ridículas nas entrevistas das transmissões brasileiras quando todo mundo sabia qual era a real situação dele na equipe Ferrari, como também passou a ser a do Macarroni quando o Príncipe das Lamúrias, em seu auge de lamúrias, era sempre “faster than him”. Além dos brasileiros, há muitos casos ao longo dos tempos da categoria desde os anos 70, onde alguns pilotos era contratados como segundo, para trabalhar para a equipe e ajudar o primeiro piloto a ser campeão.

 

Então, vamos parar de chororô e de mimimi e cair na real de que é assim que a coisa funciona e quem não gostar que vá assistir jogo de tênis. Mas agora em outubro vai ter mais chororô e mimimi porque os GPs do México e EUA não serão transmitidos pela Globo por causa do futebol... e todo ano é a mesma coisa.

 

Abraços,

 

Maurício Paiva 
Last Updated ( Friday, 19 October 2018 15:55 )