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Os varios prismas de várias festas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 09 December 2018 23:33

Olá leitores!

 

Esse final de semana a equipe do Nobres do Grid, representada por este vosso escriba e pelo Flávio Pinheiro (ou seja, vem coisa boa por aí), esteve em Interlagos para presenciar a etapa final da temporada 2018, em uma Interlagos bipolar: sábado fez frio e choveu de forma intermitente, e no domingo… um Sol para cada um dos presentes no autódromo, felizmente amenizado por um vento de temperatura mais baixa, que acabou propiciando uma sensação térmica interessante para aqueles que não foram para o autódromo completamente vestidos de preto como eu… confesso que senti calor. Mas calor foi o menor dos problemas da última etapa da categoria, que se propiciou um ótimo espetáculo dentro da pista teve uma quantidade inaceitável de erros fora da pista para uma categoria que se apregoa ombro a ombro com NASCAR e DTM.

 

Não me estenderei muito na análise da corrida em si, já que tenho certeza que Milton Alves, nosso colunista das terças-feiras, o fará com a profundidade que o assunto merece. Posso dizer que lamento pela escapada que Cacá Bueno deu na SuperPole na Curva da Junção, pois sem o tempo que ele perdeu ali acredito piamente que, se ele não fizesse a pole position, pelo menos em segundo largaria, pois a volta dele foi simplesmente espetacular do momento da abertura até o começo do contorno da Curva da Junção. Sem tirar os méritos do pole Ricardo Zonta, mas… que volta. No tocante à corrida em si, gostaria de ver a transmissão em um canal de TV aberta que RESPEITASSE a categoria e o público. Sim, pois a Dona TV Globo interromper a transmissão (como por sinal fizeram com a última etapa da F-1, aquela em que tive problemas técnicos e não consegui escrever a coluna) logo após a bandeirada para falar sobre uma Copa do Mundo que acontecerá daqui a 4 anos… é muito pra cabeça. Para fazer isso, por favor, ou não renove o contrato de transmissão e deixe os organizadores procurarem outra emissora ou passe definitivamente a temporada inteira para o canal por assinatura, que costuma fazer transmissões de alto nível. Vitória merecida de Zonta, que além de um carro muito veloz está em grande fase na sua pilotagem, propiciando no começo da prova belo duelo com Julio Campos (2º) e tendo no pódio a companhia de Gabriel Casagrande em 3º lugar. O título ficou com o 4º colocado, Daniel Serra, que correu de maneira inteligente e pensando na pontuação, alcançando de maneira merecida o bicampeonato. Seu rival na disputa, Felipe Fraga, foi um dos que foi para a pista no sábado quando a pista estava mais molhada e largou apenas em 18º, pelo que terminar em 5º lugar foi absolutamente excelente.

 

Agora vamos para o que ficou “do lado de fora” da pista… em primeiro lugar, já vi as arquibancadas mais cheias. Em provas da própria Stock Car, não estou comparando com a Truck, que costuma atrair multidões para as arquibancadas. Talvez o incômodo de se deslocar até Interlagos em uma manhã de domingo (uma corrida de DECISÃO DE TÍTULO mereceria ser às 13h) pra assistir apenas 40 minutos de prova mais uma volta (a decisão mereceria ser pelo menos em 1 hora mais uma volta) não tenha atraído o público, conhecedor das dificuldades de chegar e sair do autódromo. Sábado fui de carro para a pista e, ao ver as faixas de “orientação” da autarquia “responsável” pelo trânsito da maior cidade do Brasil eu resolvi ir no domingo para a pista utilizando transporte público, já prevendo a dor de cabeça e estresse para me dirigir ao autódromo. Descobri que os propalados 700 metros da estação de trem ao autódromo são em linha reta; como o caminho não é exatamente retilíneo, deve ter dado uns 1450 metros da estação até o portão do autódromo, boa parte deles em subida e sob um sol já razoável. Enfim, reconheço que não estou no melhor da minha forma física, há 20 anos atrás teria sido consideravelmente mais tranquilo. Nesse ponto, o tempo que eu levei de transporte público praticamente empatou com o que eu levaria atravessando a cidade com o permanente trânsito paulistano e o “jenial” esquema de trânsito montado pela Companhia de Engarrafamento de Tráfego (CET) no entorno da pista. E ainda pude ir e voltar relendo a biografia do Mau Velhinho (Titio Bernie), o que não daria para fazer ao volante.

 

O outro ponto que causou estresse foi a empresa de segurança particular contratada pela organizadora da Stock Car para o evento, a Teaser. Em minha atividade profissional de segunda a sexta-feira convivo diariamente com seguranças particulares do segmento bancário, pessoas de origem tão humilde quanto a dos “profissionais” da mencionada empresa e que arriscam MUITO, mas MUITO mais a sua própria segurança – e até mesmo a vida – que QUALQUER segurança de evento esportivo de elite… e são pessoas extremamente mais bem educadas e respeitosas que os seguranças que encontrei no autódromo, que nitidamente se sentiam muito “poderosos” por estarem vestidos com ternos e com a “possibilidade de barrar o acesso de pessoas a determinados lugares. Nem nos shows de rock pesado que eu ia no final da minha adolescência no final dos anos 80, começo dos 90 encontrei seguranças TÃO despreparados para lidar com público como nesse final de semana em Interlagos. Não foi questão de dar nota zero, foi nota -10, um dez negativo mesmo. Horroroso. Estragou a sensação prazerosa de estar em um dos lugares que mais gosto de estar em minha vida.

 

Acham que parou aí? Não! Para os leitores não brasileiros, preciso explicar uma particularidade dessa nação lusófona latino americana: algumas pessoas quando alcançam cargos mais altos são imbuídas do espírito do “o que posso fazer para atrapalhar a vida das pessoas hoje?”… e como de boas intenções o Capeta já está com superlotação lá no Inferno, em nome da “segurança” (sempre entre aspas) foi determinado que os fotógrafos deveriam, além do tradicional colete de identificação, deveriam utilizar CAPACETE e MANGAS COMPRIDAS… curioso, nunca vi em coberturas da NASCAR, DTM, F-3 europeia, WTCR, entre outras categorias maiores e melhores que a Stock Car, esse tipo de preocupação com segurança… no sábado, que fez frio, tudo bem, no calor do domingo foi desumano. Quem teve a ideia de aplicar essa regulamentação em um país tropical com certeza tem reservado para si um capeta com a compleição física do mais avantajado ator afrodescendente de filmes adultos… e sem lubrificação alguma…

 

Mas nem tudo foram espinhos esse final de semana; no sábado aconteceu no Automóvel Clube Paulista a cerimônia de apresentação da edição 2018 dos 500 Km de São Paulo, que acontecerão dia 22/12 no Autódromo de Interlagos com largada prevista para as 16h. Estiveram presentes vários pilotos dos tempos heroicos, como Chiquinho Lameirão, Walter Hahn, Graziela Fernandes Santos, entre outros, além de outros mais recentes como Paulo de Melo Gomes (meu ídolo de infância e adolescência), além do construtor do carro de corridas Aldee, Almir Donato, que contou ótimas histórias sobre o carro para mim e para o Flávio Pinheiro. Claro que dia 22 o Nobres do Grid estará presente na prova, com a equipe de São Paulo completa.

 

Evidentemente não posso encerrar essa coluna sem comentar a festa de final de ano da FIA, onde Kimi Räikkönen, muito feliz com o 3º lugar no campeonato e com a ida ano que vem para uma equipe onde terá MUITO menos pressão e encheção de saco que na Ferrari, andou tomando umas, outras, outras, e mais outras… e ficou impressionantemente eloquente, sociável, parceiro de todo mundo… confesso, vou sentir MUITA, mas MUITA falta desse cara quando ele se aposentar. O último piloto autêntico em um universo de robôs programados pelos assessores de imprensa das equipes, um cara que fora das pistas não se acanha de pegar madeira, pregos e martelo e construir ele mesmo uma casinha para as crianças brincarem nos fundos da casa… um piloto que é gente como a gente, não como Hamilton que vive no mundo do brilho dos amigos do mundo musical. Sim, Kimi Räikkönen vai fazer muita falta. E não vejo nenhum substituto para ele a curto nem médio prazo na F-1… menção honrosa para Sebastian Magnum, ops, Sebastian Vettel, que deve ter ouvido que mesmo sem ser campeão pela equipe o Mansell ainda é muito respeitado pela torcida italiana, e resolveu deixar crescer o bigode… por enquanto ainda não chegou no patamar daquele que o Mansell usava, mas já está muito semelhante ao de Thomas Magnum, personagem de Tom Selleck no seriado ambientado no Hawaii nos anos 80 e que se deslocava velozmente em uma Ferrari 308 GTS. Agora vai!

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini