Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A pressão sobre Lando Norris PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 21 December 2018 08:14

Olá fãs do esporte a motor,

 

Muitos dos emails que eu recebo como editora chefe do site dos Nobres do Grid e qye são direcionados para mim, como colunista, perguntam de Max Verstappen é meu paciente.

 

Não. Ele não é. Quando chegou à Fórmula 1, sendo ainda um adolescente de 17 anos, Max gerou muitas desconfianças sobre sua maturidade e estabilidade emocional para estar ali. Foi quando estas perguntas surgiram e eu disse, na época, que preferia não ter um paciente nessa faixa de idade, que existem profissionais especializados em pacientes desta idade.

 

Agora no final do ano, em uma sessão com Fernando [Alonso], ele me perguntou se eu teria horário para um piloto que ele indicou o meu trabalho, mas alertou tratar-se de um piloto bem jovem e estreante na Fórmula 1. Apesar de loira, deduzi que este piloto fosse o novato na equipe McLaren, Lando Norris, que recém completou 19 anos, mas que, nas palavras de Fernando, é um jovem muito maduro.

 

Eu resolvi me desafiar e disse que aceitaria recebê-lo em meu consultório para uma conversa, sem compromisso firmado ou garantia de qualquer meio de que eu iria aceitá-lo como paciente. Combinamos então que ele levaria o assunto à McLaren e eles entrariam em contato comigo para agendarmos dia e horário, algo que no final do ano costuma ser complicado, afinal, a psicóloga aqui também é filha de Deus e tem direito a um período de férias.

 

Lando Norris é mais um jovem, com menos de 20 anos, que chega à Fórmula 1.

 

Lando seguiu para San Diego e esteve em meu consultório na quarta-feira, dia 19. Um jovem com um ar muito tranquilo, com uma simpatia um pouco tímida, mas um sorriso franco, apesar de contido. Ele gostou do meu consultório, onde mostrei pra ele alguns dos presentes que ganhei dos meus pacientes. Falei que dele eu queria o troféu de seu primeiro título como campeão mundial de Fórmula 1. Um susto, uma risada e assim quebramos o gelo.

 

Convidei-o a deitar no meu Divã e falar sobre o que ele quisesse falar e me surpreendi – ao menos um pouco – com a forma direta como ele foi ao assunto que era a razão dele estar ali: medo! Lando disse que confia na sua capacidade como piloto, mas também sabe que isso pode não ser suficiente e cita o exemplo do piloto que ele está substituindo: Stoffel Vandoorne, que mesmo tendo construído uma carreira brilhante e chagando na equipe como uma grande promessa, diante de um carro que nunca o deu uma condição de competitividade, Vandoorne perdeu seu lugar após apenas duas temporadas completas na equipe.

 

Em 2018 Lando começou a temporada da Fórmula 2 como favorito ao título, mas não o conquistou.

 

A preocupação de Lando tem total fundamento, mas há uma diferença entre o que ele vai encontrar e o que Stoffel encontrou: Fernando Alonso! Basta olharmos para o que aconteceu com todos os pilotos que dividiram a equipe com o meu paciente espanhol e vemos que todos eles tiveram problemas de relacionamento no “dividir as atenções da equipe”. Até mesmo Lewis, mesmo vindo a ser quem ele se tornou, sofreu no relacionamento com Fernando.

 

O grande problema, ao meu ver, não está em Fernando – que não estará mais lá – ou mesmo em um carro ruim, caso a equipe erre no projeto para a próxima temporada. O problema é que a McLaren busca um novo Lewis desde que Lewis seguiu para a Mercedes. Passaram por lá Sergio Perez e Kevin Magnussen antes de Stoffel e não conseguiram se estabelecer.

 

Alex Albon, George Russell e Lando Norris: a "classe" de 2018 chega com força à Fórmula 1.

 

Lando entrou na Fórmula 2 este ano apontado como o favorito para o título e a grande promessa do automobilismo inglês. Ele até começou na frente, mas entre os tropeços da Carlin e seus próprios erros, viu outro britânico tomar o protagonismo e sagrar-se campeão: George Russell. Este, para sua sorte, vai sofrer no cockpit da hoje pequena Williams no ano que vem e isso pode colocar mais holofotes sobre ele.

 

Até onde isso vai ser bom ou ruim veremos a partir dos testes da pré-temporada. Além de George Russell, outro “colega de classe” da Fórmula 2 chega na categoria: o malaio Alex Albon, que fez excelentes corridas no campeonato, venceu e conquistou um lugar na Toro Rosso. A disputa vai continuar e uma outra promessa de uma “classe anterior” também estará na disputa na disputa, no caso, o piloto italiano da Sauber Alfa Romeo, Antônio Giovinazzi, que pode estar tendo sua última chance na Fórmula 1 e carrega o peso de ser um piloto italiano na categoria de pois de anos de ausência.

 

O carro de 2018 da McLaren deixou seus pilotos na mão. Isso é o que de pior pode acontecer para Norris em 2019.

 

Este é o tamanho do peso que se encontra sobre os ombros de Lando, que vai ter quem cobre dele um desempenho de campeão do mundo onde um adolescente de 19 anos vai precisar mostrar ser capaz de andar mais do que o carro no qual sentará e no qual nenhum halo o protegerá dos dedos – que como espadas e adagas – apontarão para ele esperando que ele leve a McLaren de volta às vitórias e ele ao olimpo dos campeões mundiais.

 

Esse vai ser meu trabalho com Lando: mantê-lo são e blindá-lo dos excessos de cobrança para que ele estruture-se como profissional da velocidade e construa uma carreira vitoriosa. Seremos dois numa corrida contra adversários cruéis. Mas eu acredito na nossa vitória.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares