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Bandeira amarela e vermelha para Chase Carey PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 06 February 2019 22:18

Caros Amigos, quando somos procurados aqui em nosso escritório de investimentos no mercado financeiro, invariavel-mente o cliente pergunta sobre a relação investimento/retorno dos nossos produtos, uma vez que nem todo investidor tem o mesmo perfil.

 

A relação de como cada um dos nossos clientes lida com a questão do risco em suas carteiras de investimento é bem particular, mas há uma coisa que é objetivo comum em todos eles: o desejo de obter o melhor retorno possível.

 

Quando deixamos o setor privado e viramos nossas atenções para o setor público, em teoria, os gestores da imensa massa de recursos, fruto do pagamento de impostos que pessoas físicas e jurídicas pagam diariamente em função das transações envolvendo produtos, serviços e propriedades, o gestor público – ao menos os sérios e responsáveis – precisam pesar, juntamente com seus secretários e conselheiros, a melhor forma de investir estes recursos a fim de que estes venham a render o melhor resultado possível para os cidadãos, seja este o cenário na esfera municipal, estadual ou federal.

 

Cidades em todo mundo tem por meio de promover-se, atraindo turistas, negócios e outras formas de fazer “girar a economia”, investir parte do seu orçamento na promoção de eventos e, com isso, não apenas recuperar este investimento, mas lucrar, direta e indiretamente, com o retorno promovido pelo evento em si e pelos negócios realizados devido a este evento.

 

Logicamente que todo investimento tem um risco potencial de que, por um ou uma série de fatores, o retorno não seja o esperado e ao invés de lucro, a administração pública tenha prejuízos. Assim como no mercado financeiro, todo capital investido está sujeito a riscos. Nesta equação há também que se considerar o perfil do investidor, no caso, o gestor público. Sendo este o “dono da chave do cofre”, é a sua palavra a palavra final sobre fazer ou não um ou outro investimento. Além disso, no caso de um gestor público, há uma sazonalidade inerente devido às eleições. O que um gestor público pensa ser bom, outro pode ter uma ideia completamente distinta. E isso não é “privilégio” da política brasileira.

 

Nesta última semana a prefeita da Cidade do México, que assumiu seu mandato no último mês de dezembro de 2018, Claudia Sheinbaum, informou que o GP do México de 2019 será o último com apoio financeiro do governo mexicano, que vinha injetando no evento cerca de 20 milhões de Euros por ano. O novo presidente, Andrés Lopez Obrador, vem mudando diversos setores da administração do país e estes 20 milhões serão direcionados para outro setor da economia mexicana.

 

A etapa mexicana vem sendo nos últimos anos um sucesso de público, com as arquibancadas da reta dos boxes e do “estádio”, que foi feito no lugar da espetacular curva peraltada, completamente tomadas. Isso talvez seja um incentivo para que uma empresa ou um grupo de promotores invista na realização da competição, que precisa firmar um novo contrato para 2020.

 

A visão do presidente mexicano é a mesma do primeiro ministro holandês, Mark Rutte, que através do ministro dos esportes, Bruno Bruins, afirmou que não há planos para aplicação de dinheiro federal no projeto de um retorno do GP da Holanda de Fórmula 1, algo de grande interesse do Grupo Liberty Media, para aproveitar a “onda laranja” despertada por Max Verstappen.

 

Pragmático, o ministro declarou que, apesar do evento poder trazer um considerável retorno, o uso de recursos do governo não seria justificável. E o governo holandês tem como argumento a realização da etapa da motoGP em Assen, que seria um dos palcos em potencial para um GP de F1 (Zandvoort, seria uma opção que tem tradição, mas precisaria de reformas para receber a categoria). É o caso contrário do Vietnã e do Azerbaijão, onde os respectivos governos tem investido em realizar as corridas em seus países.

 

A situação do que está acontecendo em Monza é uma repetição do que houve em 2015. Sticchi Damiani, presidente do Automóvel Clube da Itália tem pela frente a renovação do contrato do autódromo de Monza para o quinquênio 2020/2024.  De acordo com o Corriere della Sera, a Liberty Media está buscando um acordo de cinco anos de 122,5 milhões de euros. O GP da Itália também depende de subsídios da região da Lombardia e o presidente do ACI diz que não tem como sacrificar seu orçamento.

 

O CEO do Grupo Liberty Media, Chase Carey, já declarou mais de uma vez que qualquer expansão do calendário da F1 não iria prejudicar as raízes históricas do esporte, mas a pressão por parte dos promotores tem crescido e este será um assunto recorrente ao longo do ano, especialmente porque a a situação de Interlagos continua indefinida, com o contrato terminando em 2020.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 
Last Updated ( Thursday, 07 February 2019 10:18 )