Pois é, galera, aqui estou eu novamente. Me tiraram do sossego do carnaval, da minha infusão de hidromel turbinada com álcool anidro 70gl aplicada diretamente na veia para vir falar de automobilismo... ou melhor, de não automobilismo! Sexta-feira chegou na minha mão a cópia de um ofício feito pelo pessoal da Scuderia JK, daqui perto, de Brasília, onde eles comunicaram a CBA que não iriam mais promover o campeonato brasileiro de turismo 1600, a categoria mais democrática do país, de custo mais baixo e que vinha tendo um enorme sucesso de presença de inscritos e participantes. Durante dois anos os promotores, Ítalo Carrareto e Ângelo Corrêa, foram isentados dos custos de homologação da categoria para que o campeonato ocorresse. Até aí, nada mais justo, dar um incentivo para que uma nova categoria se estabeleça no árido cenário nacional de automobilismo, bem diferente do que vemos na terra dos hermanos argentinos. Mas até onde vai a bondade das pessoas? Bastou a categoria mostrar que tinha sucesso que veio a porrada (não tem outro termo) para 2019. Que não se dê mais isenção. Afinal, os promotores de campeonatos tem que bancar o custo da fabricação de carteirinhas, viagens de negócios no Brasil e no exterior, mas daí cobrar de uma categoria feita por pilotos amadores, que montam seus carros em oficinas de quintal em sua maior parte o mesmo valor de homologação cobrado da Stock Car? O que está se passando entre a gema e a clara na cabeça de ovo da presidência? Talvez seja má assessoria... talvez seja má vontade... ou talvez seja ganância! Se a categoria começou a dar um retorno satisfatório para seus promotores, sem gerar uma compensação financeira para a Confederação, era chegada a hora de “arrancar algum quinhão”! Só que quase 350 mil reais é muito para uma trupe de semi-amadores. Para cobrir isso, seria necessário aumentar o custo da inscrição dos competidores e daí, quantos iriam continuar? Agora a CBA tem a obrigação de fazer um campeonato melhor e com custos mais baixos. Sim, porque, afinal, ela “eliminou o atravessador”, que era o promotor. Vamos ver se terão competência para fazê-lo (se é que vão fazê-lo). Se forem seguir o exemplo dos promotores profissionais que tem até quem ainda não divulgou o calendário deste ano, estamos fritos! Mas o que eu desconfio é que isso foi uma manobra política para tentar levar pilotos para a nova categoria que vai correr junto com a Copa Truck, com carros “básicos”, “tipo 1600”, mas com um “toque gourmet”... e um custo igualmente “gourmet”. E aí, presidente, vai se explicar ou vai deixar “gorar”? Felicidades e velocidade, Paulo Alencar |