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Um final de semana, dois Felipes e muita emoção PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 18 March 2019 00:55

Olá leitores!

 

Enfim começou a temporada 2019 de Fórmula 1, e confesso que apesar da pista de Melbourne não ser a minha favorita, devo dizer que gostei do que vi, em linhas gerais. Mercedes dominou como eu esperava, Ferrari decepcionou como eu esperava, e tivemos a grata surpresa de ver a Honda novamente com motores capazes de andar forte. A introdução do ponto extra para a volta mais rápida entre os pilotos da zona de pontuação, novidade do regulamento 2019, garantiu emoção e empenho dos pilotos até o final. Aliás, o locutor oficial da transmissora oficial da categoria para o Brasil passou a maior parte do tempo reclamando, afinal na ótica dele o ponto extra deveria ser para a pole position… e enquanto o público não ficou convencido que a FIA estava certa e ele, o chato mór da nação, estava errado (afinal, uma defesa feita com os argumentos que ele apresentou apenas comprovou que ele estava redondamente errado, como de costume), ele não sossegou. Sinceramente, ele tem idade e dinheiro suficiente para se aposentar, poderia fazer essa caridade para os fãs brasileiros da categoria...

 

Vitória surpreendente de Valtteri Bottas em um domingo que tudo deu certo para ele: largada excelente (lembrou aquela que ele fez na Áustria a um tempo atrás), pulou na frente do Hamilton e começou a abrir vantagem. Logo mostrou a que veio, fazendo volta mais rápida atrás de volta mais rápida, demonstrando que queria o ponto extra também. E assim o fez, respondendo de imediato quando a poucas voltas do final Verstappen tirou a volta mais rápida dele. Provavelmente essa foi a melhor corrida da história do Bottas na F-1, e para o bem do campeonato espero que não seja a última boa apresentação do ano… seu companheiro Lewis Hamilton (2º colocado) não demonstrou em momento algum velocidade para ameaçar Bottas (após a corrida a Mercedes informou ter localizado um dano no assoalho do carro, à frente da roda traseira), mas ainda assim demonstrou velocidade e talento para se defender dos ataques de Verstappen. Estava decepcionado no pódio, claro, mas dessa vez não tinha muito o que fazer.

 

Em 3º lugar chegou Max Verstappen, que mostrou que podemos esperar grandes coisas da sinergia entre Red Bull e Honda neste ano: carro apresentou boa velocidade, força nas saídas de curva, nitidamente um carro “bem nascido”. Acho que podemos esperar vitórias dele esse ano… e nem vai ser necessário demitir o Kvyat, hehehehe. Grande momento a ultrapassagem sobre Vettel, por fora na freada de uma curva onde geralmente se ultrapassa por dentro. Deve ter ajudado um pouco mais a bagunçar a frágil cabeça do ex grande piloto alemão…. Cometeu um erro no final da corrida, quando tentava alcançar Hamilton, mas acabou perdendo pouco tempo… e não tenho exatamente certeza que ele conseguiria passar o inglês. De qualquer forma, grande corrida. Exatamente o oposto do seu companheiro Pierre Gasly (11º), que não se encontrou com o carro, não se encontrou com a pista, não conseguiu nem ultrapassar o carro da “equipe B” Toro Rosso. Como diria Mestre Carsughi, um clamoroso fracasso. Espero que Gasly se lembre que na Red Bull a cobrança por resultado é maior que na Toro Rosso, e que o Ciclope não tem muita paciência para esperar resultados… se não melhorar sensivelmente, não me surpreenderia em o ver rebaixado pra Toro Rosso até o final do ano.

 

Em 4º e 5º chegaram os carros da Ferrari, respectivamente Sebastian Vettel e Charles Leclerc. A ordem poderia (ou deveria ter sido…) a inversa, mas Dona Ferrari fez questão de, na primeira corrida do ano, já utilizar a famigerada “ordem de equipe” para evitar que a jovem promessa da equipe ultrapassasse o outrora grande piloto alemão, que foi tetracampeão com um carro extremamente adaptado ao regulamento da época, mas que depois não mostrou mais a mesma excelência ao volante. Sim, era para Leclerc ter terminado à frente de Vettel, e sim, tenho a convicção que a equipe fez uma bobagem maior que a Europa inteira, em que pese o novo Capo, Mattia Binotto, ter alegado que foi “para não correr riscos”. Nem vou comentar a volta à tradição dos anos 80, de ser “campeã dos testes de pré temporada” e fazer papelão quando a coisa começa pra valer. Só lembrando que desde os anos 50 a Ferrari passou por diversas crises, com carros muito ruins, mas nunca passou uma década inteira sem ser campeã, seja de pilotos, seja de construtores. Mesmo nas terríveis décadas de 1980 e 1990, ao menos o título de Construtores era alcançado… se não for campeã de construtores ou pilotos esse ano, alcançará mais essa marca negativa.

 

Em 6º chegou Kevin Magnussen, que teve um grande desempenho com o carro da Haas e foi o único piloto das equipes menores a não tomar volta dos líderes. Uma corrida bastante consistente, e que poderia ter sido ainda melhor para o time ianque se não fosse o problema na troca de pneus do Romain Grosjean (18º) que o fez abandonar a prova. Não seria de se estranhar fazerem 6º e 7º lugares.

 

Em 7º terminou Nico Hülkemberg, que fez o que podia com o carro da Renault, que definitivamente não é nada de outro mundo, em que pese o investimento oficial da fábrica francesa. Nitidamente faltou velocidade para um desempenho melhor, mas já pareceu ser um avanço em relação ao ano passado. Seu companheiro (e estrela do público local) Daniel Ricciardo (19º) esqueceu da velha máxima que “corrida não se ganha na primeira volta” e logo na largada colocou o carro na grama, pegou uma ondulação e destruiu a asa dianteira do seu carro, acabando assim com qualquer esperança de uma boa apresentação perante seu público. Que sirva de lição para as próximas corridas…

 

Em 8º chegou Kimi Räikkönen, fazendo uma estreia convincente na Alfa Romeo. Ficou preso no meio do tráfego por parte razoável da corrida, e apesar da boa velocidade final do carro não teve muito o que fazer. Seu companheiro Antonio Giovinazzi (15º) tentou uma estratégia de pneus que definitivamente não funcionou, e mostrou que ainda precisa se readaptar a andar na categoria.

 

Em 9º terminou Lance Stroll, em uma atuação surpreendentemente madura, disputando posições com pilotos melhores e mais experientes que ele, e levantando esperança de resultados melhores onde a pista for mais favorável ao carro da Racing Daddy, digo, Racing Point. Seu companheiro Sérgio Pérez (13º) esteve em um daqueles dias em que tudo dá errado, começando por largar mal e terminando por não conseguir se livrar dos carros mais lentos à frente. Melhor sorte na próxima…

 

Fechando a zona de pontuação terminou Daniil Kvyat, o “amuleto” do Mad Max (afinal, cada uma das vitórias do Verstappen aconteceu devido a uma demissão do russo…), que voltou à categoria não fazendo uma classificação boa mas mostrando grande desempenho na corrida. Creio que se ele estivesse na Red Bull ao invés do Gasly teria terminado em posição melhor. Seu companheiro, o estreante Alexander Albon, chegou em 14º lugar e enfrentou as dificuldades de uma estreia em uma pista que pode ser muita coisa, menos fácil. Prefiro esperar até o meio do ano para dar um veredito a respeito do garoto.

 

Próxima corrida será em 31/03, no Bahrein, pista onde tradicionalmente a Ferrari vai bem… vamos ver se começam a se recuperar ou se o mico se transformará em King Kong...

 

Mas felizmente o mundo do esporte a motor não gira apenas em torno da F-1, então devo dizer que tivemos MUITA coisa boa esse final de semana. Começando pelas 1000 Milhas de Sebring na sexta-feira, onde os europeus do WEC foram até a mais tradicional pista norte-americana para enfrentar as poderosas ondulações do traçado construído em um aeroporto, e onde a alternância entre concreto e alguns tipos diferentes de asfalto ajudam a complicar a tarefa de obter o melhor desempenho e acerto do carro. Logo na classificação a Toyota já detonou o recorde da pista, e ficou claro que apenas as ondulações poderiam impedir os japoneses de dominar a prova. Isso não aconteceu, claro, e mais uma dobradinha ocorreu, dessa vez com o carro #8 do trio Alonso/Nakajima/Buemi na frente, em sua primeira vitória desde as 24 Horas de Le Mans, com o carro #7 do trio Conway/Kobayashi/López ficando com o 2º lugar na corrida e com o carro #11 da SMP Racing chegando em 3º entre os LMP1. Infelizmente o carro #1 da Rebellion, no qual estava Bruno Senna, abandonou logo a prova. Nos LMP2, grande prova do carro #37 da Jackie Chan Racing, pilotado por Heinemeier-Hansson/King/Stevens, logo na sua primeira aparição no WEC… isso que se pode chamar de “sorte de iniciante” (na categoria, claro, são pilotos experientes)! Em 2º chegou o Signatech #36 do trio Lapierre/Negrão/Thiriet (bela apresentação do Xandinho Negrão, por sinal) e em 3º o carro Dragonspeed #31 de Davidson/Gonzalez/Maldonado (sim, Maldonado se dando bem em prova de longa duração… incrível). Entre os Gts, vitória da Porsche nas duas categorias, seja a GTE Pro, seja a GTE Am. Na GTE Pro, a Ferrari #51 em que estava Daniel Serra terminou em 4º na categoria, e o BMW M8 #82 do qual fazia parte Augusto Farfus chegou em 7º na categoria.

 

No dia seguinte à prova do WEC, tivemos a tradicional presença do IMSA na mesma pista para as 12 Horas de Sebring, que começou com chuva e muita água acumulada na pista, tanto que os primeiros 40 minutos aproximadamente foram feitos atrás do pace-car, enquanto os jet-dryers tentavam remover o excesso de líquido sobre o traçado (e ainda bem que o Montoya não estava na pista, a propósito… afinal Sebring é mais estreita que Daytona, e vai que…). Dada a bandeira verde,  a corrida mostrou um grande desempenho de Pipo Derani no Cadillac DPi #31, que de 5º lugar foi galgando até a liderança, e contou com a inspirada pilotagem dos companheiros de carro Eric Curran e Felipe Nasr (este último estava ao volante na parte final da corrida e pilotou MUITO, mas muito mesmo para manter o carro na frente resistindo aos ataques do experiente e rápido Jordan Taylor) para conquistar sua 3ª vitória com o 3º carro diferente. Não acho errado afirmar que os melhores pilotos brasileiros em atividade no exterior atualmente são o Pipo Derani e o Felipe Nasr. Nasr, certamente, é melhor que metade do atual grid da F-1. Foram seguidos pelos Cadillac Dpi #10 do trio Taylor/Vaxiviére/Van Der Zande em 2º lugar e o #5 de Hartley (sim, aquele mesmo que foi queimado na F-1 pelo Ciclope Marko)/Albuquerque/Barbosa. O Acura Dpi de Castroneves/Rossi/Taylor chegou em 4º após um começo de prova muito complicado. Tivemos ainda na categoria GTD o Mercedes AMG-GT de Felipe Fraga/Bleekemolen/Keating terminando em 5º na categoria, e o trio feminino do Acura NSX GT3 da Meyer Shank Racing pilotado por Bia Figueiredo/Katherine Legge e Christina Nielsen chegando em 8º na categoria.

 

Sob um maravilhoso céu azul, daqueles que a gente vê em filmes ambientados nas praias californianas, a NASCAR foi fazer sua prova de 400 milhas em Fontana, a cópia californiana de Michigan, e o público que estava nas arquibancadas teve o prazer de presenciar uma grande corrida, desde antes da largada. Aproveitando a enorme largura da pista, nas voltas de aquecimento os carros se alinharam em fila de 5 carros para saudar o público, o que gerou um espetáculo muito bonito de ver na TV, e acredito que ao vivo tenha sido melhor ainda. Esse foi o cenário perfeito para que Kyle Busch dominasse o domingo, vencendo os 3 segmentos e atingindo finalmente sua sonhada vitória nº 200 nas categorias nacionais da NASCAR. São 53 na categoria principal, mais 94 na Xfinity Series e outras 53 na Truck Series. E para completar, esse marco foi atingido na pista em que ele conquistou sua primeira vitória na categoria principal, em 2005. Liderou 134 das 200 voltas da prova, mas isso não significa que foi uma vitória fácil, haja vista que Joey Logano (2º) e Brad Keselowski (3º) ofereceram resistência, tentando retirar a vitória no final, mas tiveram que se resignar a ficar atrás do piloto que dominou indubitavelmente a corrida. Completando o Top-5 tivemos Kevin Harvick em 4º lugar (Ford fez 2º, 3º, 4º e 9º lugares entre os 10 primeiros) e Kurt Busch, com o melhor dos Chevrolet, em 5º. O calvário de Jimmie Johnson continua, foi apenas o 17º colocado, e curiosamente tivemos apenas um abandono na corrida, com o Ford #14 de Clint Bowyer superaquecendo.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini


Last Updated ( Monday, 18 March 2019 09:25 )