Depois da abertura da temporada de Fórmula 1, na distante Austrália, e a da Porsche Cup em Interlagos, os fãs do automobilismo tupiniquim terão a oportunidade de ver a largada da Copa Truck, que com seus brutos entra na pista de Goiânia para sua terceira temporada. Nas duas primeiras Felipe Giaffone conquistou o quinto título com caminhões e na mais recentemente encerrada, em 2018, foi a vez de Roberval Andrade levar o terceiro troféu de campeão.

E agora? O que acontecerá na categoria? Algumas novidades importantes surgiram desde o final da temporada passada e muita coisa pode mudar. Felipe Giaffone, o maior papa-títulos de caminhões no Brasil, terá de mostrar muita superação para levar os Iveco ao topo da lista de vencedores. Há algum tempo a marca meio que desistiu de apoiar as corridas e caiu muito de rendimento. Felipe, com seu nome, títulos e determinação, tem tudo para fazer a Iveco retomar o caminho já trilhado, ou seja, o de vitórias. Sobre seu companheiro na Usual Racing, Djalma Pivetta, sinceramente, não sei o que esperar.

Quem também trocou de marca, foi a única mulher a disputar todas as corridas das últimas temporadas: Débora Rodrigues. Até 2018 ela pilotava o Volkswagen da equipe do maridão, o bicampeão Renato Martins, que, ao que tudo indica, continuará no cockpit, para onde retornou em 2017 depois de anos somente como chefe de equipe. Débora vai andar de Mercedes, ao lado de André Marques, que novamente será um dos postulantes ao título. Dentro da receita dos campeões, falta um pequeno ingrediente a André que, sinceramente, não sei qual é, Mas que falta, falta. Sorte? Determinação? Ambição? Sei lá!

Wellington Cirino, dono de quatro títulos com caminhões, manteve a tradicionalíssima parceria com a Mercedes-Benz e, na equipe de André Marques, a AM Motorsport, tem tudo para mostrar a tradicional competência. O que dizer de um piloto com quatro conquistas entre os brutos? Roberval Andrade, o atual campeão e o cara a ser batido, é outro que promete fazer uma boa temporada com seu Scania e buscar o quarto título.

Entre as novidades do ano a que, com certeza, mais chama a atenção dos fãs é a volta de Paulo Salustiano. Ele se acertou com a RM e vai andar de Volkswagen em 2019. Salu, que tem dois vice-campeonatos (2015 e 2016) com caminhões, acelera muito. Certo que, de vez em quando, dá uma do palmeirense Felipe Melo e entrega a peteca, mas é um piloto consistente e muito rápido. Talvez seja a temporada que precisava para ganhar o sonhado título.

Junto com ele estarão bons nomes, como o bicampeão Beto Monteiro, que tem sofrido muito com a falta de competitividade deve voltar a andar bem, pois deixou os Iveco e assumirá o volante dos Volkswagen, na mesma escuderia de Renato Martins, ou seja, a RM, e será companheiro de Salu. Beto é bom e isso é desnecessário dizer, pois seus dois títulos com caminhões comprovam claramente. Djalma Fogaça, o Sílvio Caldas do automobilismo, pois já parou e voltou várias vezes, é sempre um nome a ser respeitado. O Monstro se manteve fiel à Ford e terá como companheiros o filho Fábio Fogaça e Fábio Carvalho, de quem nada sei.

Leandro Totti, que vai andar de Scania, vem com o peso de ter um título de caminhões e, confesso, é uma incógnita. Ele anda muito, é rápido, mas precisaremos ver a confiabilidade do equipamento desse ex-mecânico de caminhões. Esperança é ver Danilo Dirani voltar a andar bem e entre os primeiros brigando por vitórias. Ano passado ele fez uma temporada interessante com o Mercedes e ganhou duas seguidas, justamente em Goiânia, onde será a abertura desta temporada. É esperar para ver.

Teremos também a experiência de Adalberto Jardim na pista. Esse quase eterno piloto ainda mostra disposição e anda muito. Giuliano Losacco é outro nome forte. Ele começou muito bem na categoria, mas depois caiu de rendimento, não sei se pela falta de equipamento ou dificuldade de acerto dos brutos. Mas é outro piloto com chance de brigar por vitórias. Título? Acho mais difícil. O grid também terá o experiente Luiz Carlos Zapellini e Clodoaldo Monteiro, com os MAN, os também macacos velhos João Maistro e Régis Boéeio (Volvo), Pedro Paulo Fernandes e Maikon Lauck (Mercedes) e o sempre presente Luiz Lopes, com seu Iveco. Quem também confirmou seu retorno às corridas de caminhões nesta segunda-feira (dia 18) foi Jaidson Zini. Ele correu na época da extinta Fórmula Truck e agora garantiu vaga para toda a temporada na Dakar Motorsports com um caminhão Iveco. Zini é um piloto daqueles que todos querem do lado como companheiro de equipe: um amigão.

Uma temporada interessante está à vista! Lembrando que junto com a Truck estará a Mercedes Benz Challenge e a nova categoria, a HB20, que também deveria começar em Goiânia, mas não irá. Vamos ver o que acontecerá com a categoria anunciada ano passado com 16 etapas. Mesmo sem essa de Goiânia ainda daria tempo de correr todas as vezes pretendidas, pois a Truck terá mais oito provas, mas uma será em Rivera, no Uruguai, e dificilmente eles iriam para lá. Aí, teria de correr com outra categoria para completar as 16 corridas.

Aproveitando: na coluna passada falei de Tarumã e Curitiba como provas indefinidas e, propositalmente, deixei Interlagos de fora, apesar de também constar com um asterisco no calendário que nem foi divulgado. Particulamente acredito que ficar fora do templo do automobilismo brasileiro seria um pecado tal que nem me passa pela cabeça que os organizadores da Copa Truck avaliem essa possibilidade. Só para constar.

Milton Alves