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Lewis Hamilton, um homem pleno PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 28 April 2019 15:41

Olá fãs do esporte a motor,

 

Quando as pessoas falam sobre terapia, análise ou outras definições para quem procura um profissional na área de psicologia, a associação imediata é: aquela pessoa está com problemas e está precisando de ajuda!

 

Muitas vezes, a definição de “problema” é uma distorção provocada pelo não entendimento do que faz um psicólogo, do quanto é importante paras as pessoas se conhecerem – algo que muitos não fazem ideia de como fazê-lo – e encontrarem um caminho de crescimento pessoal, o que vai desenvolver o ser humano para ser um melhor cidadão, um melhor profissional, um melhor amigo, uma melhor pessoa.

 

Muitos pacientes, mesmo depois de conseguirem atingir um estágio de estabilidade e satisfação pessoal e profissional nas suas vidas, continuam fazendo terapia para continuar trabalhando este estágio de estabilidade emocional, de crescimento pessoal e profissional. É o que deve ser feito, recomendo. Pessoas que partilham suas experiências com um profissional que se preparou para ouvi-las e interagir com seus pontos positivos é fundamental para que este processo de crescimento seja o mais sólido possível.

 

Um bom exemplo de pessoas que estão vivendo um momento positivo em suas vidas e que continua fazendo terapia regularmente é Lewis Hamilton. Mesmo depois do difícil ano de 2016, da retomada da trajetória campeã em 2017 e da consolidação de 2018, ele continua vindo quinzenalmente ao meu consultório aqui em San Diego e é sempre uma alegria para mim receber um paciente que está em um nível de satisfação e equilíbrio emocional como ele está vivendo.

 

Lewis tem chegado ao meu consultório sempre sorridente, cada vez com um “penteado” novo e se joga no meu Divã como se estivesse em casa. Nossas conversas tem passado por diversos assuntos de sua vida, não apenas sobre assuntos de trabalho. Ele anda muito tranquilo e diz estar vivendo um momento de muita harmonia dentro da equipe, no convívio com Toto Wolff e com os pilotos, Valtteri e Esteban.

 

 Lewis Hamilton tem se mostrado uma pessoa feliz nos últimos anos, esbanjando serenidade e alto astral.

 

Um dos assuntos que temos falado com alguma frequência nos últimos meses é sobre futuro. Algum tempo atrás Lewis deu uma entrevista em que disse estar “ficando velho” (sempre rimos deste assunto) e bem que eu queria ser uma velhinha rica como ele. Lewis é um super atleta, tem força, resistência, agilidade e sua condição física talvez seja melhor do que a de outros pilotos 8 ou 10 anos mais jovens que ele. Arrisco-me a dizer que ele vive o auge de sua condição atlética.

 

Mas, voltando a “velhice”, há algum tempo Lewis fala com mais frequência sobre o futuro e a vida fora das pistas. Alguém que é considerado o atleta mais rico da Grã-Bretanha (com uma fortuna estimada em mais de 130 milhões de libras), certamente não precisa pensar muito em dinheiro, mas precisa ter cuidados para não ver sua fortuna esvair-se. Neste aspecto ele está bem assessorado, mas é sobre o que fazer com o “tempo livre”, sem a pesada carga de treinos, compromissos com patrocinadores, eventos da F1... Lewis não tem nem de perto o perfil de alguém que vá deixar as pistas e vá passar o resto da vida jogando golfe ou pescando.

 

 Atlético e focado, Lewis é uma pessoa muito ativa, mas que não se vê preso para sempre ao mundo da velocidade.

 

Uma coisa que ele costuma falar é que prefere, quando deixar as pistas, quando parasse de competir, não ficar neste mundo da F1 ou esta ser a única coisa que fará na vida. Lewis diz que nesses últimos seis ou sete anos (ele é meu paciente há seis) se concentrou em entender as coisas de que gosta, as coisas em que é bom, as coisas pelas quais se sente apaixonado. O leque é grande, mas ele tem algumas coisas que realmente o excitam, como o mundo da moda e o mundo da música, onde tem em ambos muitos amigos.

 

Apesar de ser visto com frequência em eventos sociais, Lewis tem procurado dedicar mais tempo ao convívio familiar nos últimos dois anos, particularmente. Ele se envolveu em uma polêmica nas redes sociais ao fazer uma brincadeira com seu sobrinho sobre coisas de menino e menina (algo que no meio familiar passaria sem maiores problemas, mas que tornou-se um furação classe 5 nas redes sociais). A repercussão levou-o a apagar todas as suas publicações nas redes sociais e a um período de isolamento de convívios públicos.

 

 Referência de comportamento, Lewis foi, no ano passado, capa de uma revista de estilo para o público masculino na Inglaterra.

 

Passado este momento, Lewis tornou-se mais cauteloso com suas postagens e reconhece que apesar de ter coisas que ele lamenta ter feito na vida, não voltaria e mudaria, porque se não tivesse passado por elas não seria o homem que é hoje, não teria a mentalidade que tem hoje, não teria crescido se não tivesse caído, tropeçado e voltado a se levantar com as coisas e situações difíceis e desconfortáveis que experimentou.

 

Inicialmente percebi um Lewis mais aberto e mais sensível que o de costume dos últimos meses, mas deixei-o fluir e abrir sua alma. Afinal, é para isso que as pessoas procuram quem as ouça: para que elas possam falar. E Lewis, apesar de estar sempre cercado por pessoas, nem sempre tem aquela pessoa certa para falar a coisa que precisa e ter aquela reação, mesmo que sem palavras, que ele ou qualquer pessoa gostaria de receber.

 

 Mesmo com a agenda repleta de compromisso, lewis tem conseguido dividir bem seu tempo entre trabalho, lazer e família.

 

Lewis tem quase 6 milhões de seguidores no Twitter, quase 7 milhões no Instagram e muitos mais no Snapchat, que se combinam com um número que excede a população da Grécia. Em suma, ele tem uma grande responsabilidade. Quando falamos hoje sobre a melhor forma de se usar melhor da melhor maneira suas plataformas, ele sempre para pensar e reconhece que a mídia social é uma ferramenta muito poderosa e, se não for usada corretamente, pode ser um desastre e pode ser muito perigosa. Ele viu o problema que veio a tona com a brincadeira com seu sobrinho e hoje ele percebe o tamanho da importância do seu papel e o quanto minha sua é poderosa.

 

Este ano o campeonato está muito motivador – nas palavras dele – com a pilotagem em alto nível de Valtteri na equipe, que isso é desafiador, que isso tira dele o melhor que ele pode dar. Quem tem cinco títulos mundiais de fórmula 1 não precisa mais provar nada na vida, mas Lewis vê diante de seus olhos a possibilidade se superar o número de vitórias de Michael Schumacher (91), igualar e, quem sabe, superar os sete títulos do gênio alemão.

 

 A relação com a equipe está plena, em grande fase, e as perspectivas são ainda mais animadoras.

 

Mas mais importante do que tudo isso é o quanto Lewis cresceu como pessoa ao longo destes anos e, tenho certeza, ele ainda vai crescer mais.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares