Olá leitores!

Se tem algo do qual o fã de esporte a motor não pode reclamar neste final de semana que passou foi de falta de opções…

Começando com o WRC: desta vez o lugar a receber os melhores pilotos do mundo (não, não tem piloto de F-1, Indy, WEC, NASCAR ou qualquer outra coisa que faça metade que esses caras fazem com seus carros. Existem pilotos bons em qualquer categoria, mas para competir no WRC você tem que ter um diferencial em relação aos reles mortais) foi o norte de Portugal, palco de monumentais duelos na época do Grupo B… agora com o público contido em seus lugares, foi vista uma emocionante etapa onde os pilotos da Toyota mostraram melhor adaptação ao terreno seco e quente, e não fossem os problemas mecânicos que afetaram Kris Meeke e Jari-Matti Latvala haviam sérias possibilidades de uma trinca da marca japonesa no pódio. A vitória ficou com o Toyota Yaris de Ött Tänak, seguido a 15 segundos por Thierry Neuville (Hyundai i20) e com o pódio sendo encerrado pelo líder do campeonato (por 2 pontos, mas lider…) Sébastien Ogier. A propósito dessa liderança, um fato curioso: tecnicamente, vencendo a corrida Tänak assumiria a liderança, mas… durante o Power Stage, onde é distribuída uma pontuação extra, Tänak reduziu o ritmo para ter a garantia que Ogier obtivesse a maior quantidade de pontos na especial… e nos dois primeiros dias da próxima etapa, o Rali da Itália, fosse o primeiro a largar nas especiais, “limpando a trilha” para os outros pilotos. É, parece coisa de jogo de xadrez… o pessoal da Gazoo Racing não quer ir trabalhar na Itália não? Tem uma equipe de F-1 necessitando de quem saiba fazer estratégia…

Tivemos em Detroit a versão americana da imortal frase de Nelson Piquet sobre pilotar em Mônaco, “andar de bicicleta na sala de casa”: a IMSA foi correr com seus carros no circuito de Belle Isle, que já não tem uma largura muito adequada aos F-Indy, que dirá os protótipos de Endurance…. Enfim, em uma corrida repleta de bandeiras amarelas a vitória ficou com a dupla Juan Pablo Montoya e Dane Cameron (Acura DPi), que lidou melhor com as imprevisibilidades da corrida, e a dupla alcançou sua segunda vitória seguida, assumindo a segunda posição na pontuação do campeonato. Aliás, desde que a IMSA foi para essa pista, primeira vez que um carro sem motor do Grupo GM vence a corrida. Salvando a honra do Grupo GM, em segundo chegaram os brasileiros Felipe Nasr e Pipo Derani (Cadillac DPi) a menos de 1 segundo de diferença dos vencedores, e o pódio ficou completo com outro Acura, o de Helio Castroneves e Ricky Taylor, chegando em terceiro.

Domingo em Londrina tivemos mais uma rodada dupla da Copa Truck, que na prática teve 1,2 corrida: a primeira prova, sob forte chuva, teve a largada, o acidente de Leandro Totti, depois voltas e mais voltas em bandeira amarela para a pista ser liberada para as duas últimas voltas com bandeira verde. O vencedor do cortejo foi Beto Monteiro (VW), seguido por Roberval Andrade (Mercedes) e Paulo Salustiano (VW) em 3º lugar. O Top 5 foi encerrado com outros 2 caminhões Mercedes, o de André Marques em 4º e o de Débora Rodrigues em 5º. A segunda corrida já teve uma chuva mais fraca, e enfim tivemos corrida de verdade. Ao final, valeu a experiência de Renato Martins (VW), que venceu com mais de 5 segundos de vantagem para André Marques (Mercedes) em 2º. Roberval Andrade (Mercedes) chegou em 3º, Adalberto Jardim (Ford) em 4º e o Top 5 foi encerrado com Luiz Carlos Zapelini com seu MAN.

Além da Truck, quem também fez rodada dupla esse final de semana foi a Indy, na espremida e muito ondulada pista de Belle Isle. Sábado choveu pra valer em Detroit, o que adiou a largada e fez a corrida ser disputada por tempo, não por número de voltas. Nessas condições de tempo instável, até os mais regulares erraram (caso de Scott Dixon) e a vitória ficou com Josef Newgarden, seguido muito de perto por Alexander Rossi em 2º lugar, e ambos com mais de 10 segundos de vantagem pro 3º colocado, Takuma Sato. Tony Kanaan foi apenas 15º e Matheus Leist o 21º colocado. Já no domingo a corrida foi no seco, mas muito movimentada. O momento bizarro foi quando Will Power ficou com inveja de Talladega e fez um “big one” logo após a largada… foi ali que acabou a corrida de Tony Kanaan, e diversos carros precisaram ir fazer reparos nos boxes após a grande confusão. Mas não foi o único salseiro da prova: mais tarde, Hinchcliffe saiu dos boxes na frente de Rossi e Newgarden, e quando James foi forçar com os pneus ainda frios derrapou e pressionou Newgarden no muro. Rossi não conseguiu desviar e bateu também, embora tenha conseguido voltar rapidamente para a prova. Ao final dessa “corrida maluca” a vitória ficou com Scott Dixon, que foi de um abandono no sábado para uma vitória no domingo, sendo seguido por Marcus Ericsson em 2º e Will Power em 3º.

A MotoGP foi até Mugello para mais uma corrida absolutamente proibida para cardíacos, e com a novidade da primeira vitória da carreira de Danilo Petrucci, após 124 corridas na categoria principal, caindo em choro após a bandeirada e posteriormente no pódio também. Aliás, que corrida, leitores! Após as 5 primeiras voltas, previsivelmente lideradas por Marc Márquez, houve intensa disputa e troca de posições pela liderança até perto do final, quando Petrucci mostrou que estava disposto a conquistar sua primeira vitória com muito mais decisão que seu companheiro Andrea Dovizioso, que acabou se conformando com o 3º lugar do pódio, atrás de Márquez, que conseguiu um suado 2º lugar, ampliando mais ainda sua vantagem para o italiano. O grande anticlímax ficou por conta de Valentino Rossi, que largou na segunda metade do grid, foi perdendo posições e acabou caindo sozinho quando era o último colocado. Aparentemente o capacete comemorativo com as cores da bandeira italiana não trouxe sorte…

E a NASCAR foi para minha segunda pista favorita, Pocono, para uma interessante corrida que se desenvolveu inteiramente sob a perspectiva de ser encerrada antes do final por conta de uma chuva que se aproximava da pista mas acabou não chegando a tempo de atrapalhar a corrida. Os dois primeiros segmentos vencidos por Kyle Larson chegaram a dar uma esperança de vitória da Chevrolet na pista, mas o vencedor acabou sendo mesmo Kyle Busch, que alcançou sua 55ª vitória na categoria principal e se igualou à lenda  Rusty Wallace… e ficou a uma vitória do mega querido da torcida americana, o finado Dale Earnhardt. Próxima vitória do Buschinho deve ser acompanhada de uma das vaias mais sonoras do esporte americano… foi seguido em 2º lugar por Brad Keselowski, em 3º pelo companheiro de equipe Erik Jones, em 4º por Chase Elliott e em 5º por Clint Bowyer. Jimmie Johnson continua seu inferno astral, terminando a prova em 19º após disputar entre os 10 primeiros nos primeiros segmentos.

Até a próxima!