Olá leitores,

Como vocês podem ver pela foto aqui do lado, o cara feio das colunas das segundas-feiras continua sendo substituído por outro cara feio que também escreve no site dos Nobres do Grid até alguma alma caridosa dar de presente pra ele um computador novo. Ainda bem que o Milton Alves continua escrevendo. Overdose de Shrek ninguém merece.

Mas vamos conversar sobre o final de semana de velocidade que teve – finalmente – uma teve uma corrida de F1 decente, como deveriam ser todas e que estão cada vez mais raras. Claro que, apesar do talento dos pilotos a cartolada e os “comissacos” (comissário de verdade eu só respeito o Gordon, amigo do Batman, o resto é tudo pé no saco) colocaram em risco a sensacional disputa nas voltas finais entre o Princepezinho monegasco e o fugitivo da Fundação Casa. O resultado oficial da corrida levou horas para decidir se a dividida na curva onde o Bad Boy e o Princepezinho tocaram rodas era motivo para uma punição ao tourinho indomável (aqueles 5s de praxe, tipo os do Canadá). Felizmente – e tenho minhas dúvidas se foi uma decisão técnica – a decisão não estragou o resultado na pista de mais uma corrida.

Na largada, os dois moleques dividiram a primeira fila depois que Neguin Hamilton foi punido por atrapalhar a vida alheia no qualificatório, mesmo com o cara indo para o Q3. Talvez o regulamento babaca tenha dado a corrida uma colher de pimenta malagueta, mas quando o trombadinha da Red Bull engasopou na largada, caindo para 7º, muita gente achou que a corrida iria ficar monótona... mal sabiam que alguém virou o vidro de pimenta inteiro no ensopado.

Adrian Newey mostrou que é o maior projetista da F1. Mesmo tendo um carro com menor potência, fazendo com que a Red Bull consiga compensar ao menos parte da perda da potência em relação aos motores de Mercedes e Ferrari e mostrou ao pessoal da McLaren que brigar com japonês não é bom negócio, que uma hora eles acertariam a mão e fariam um motor minimamente forte e bastante confiável... melhor do que os da Renault.

A corrida não deixou ninguém bocejar e, apesar de termos que esperar horas pelo resultado oficial, os dois meninos deram um show de pilotagem, deixando em segundo plano os detentores de títulos mundiais que nem ao pódio foram. Por erros seus ou por erros da equipe e a Ferrari deu mais uma prova de má gestão no pit stop do Darth Vettel, quando não levou os pneus para o local da parada.

O pódio foi completado por um burocrático Anakin Bottas, que em momento algum se mostrou ameaça a quem estava na sua frente, assim como não foi capaz de segurar quem tentou ultrapassá-lo. A desculpa, na entrevista do cercadinho, foi que o calor excessivo (com o asfalto a 55°C dava pra fritar um ovo na pista) superaqueceu os motores do seu carro e do Neguin Hamilton. Se for assim, tomara que faça muito calor em Silverstone daqui há duas semanas.

Na MotoGP as emoções começaram bem antes da largada, quando Jorge Lorenzo levou uma grave queda nos treinos e fraturou duas vértebras cervicais. Ele poderia ter ficado para ou tetraplégico se fossem outras vértebras e estamos falando de poucos centímetros. Sob pressão, o paciente da Dra. Catarina Soares vai ficar de molho por mais de dois meses para se recuperar fisicamente... e vai ter que fazer muitas sessões no divã da psicóloga para se recuperar psicologicamente.

Na corrida, em uma pista onde as Yamahas vem andando bem, mesmo na draga que andam passando, tem ganho corridas e o surpreendente Fabio Quartararo fez a pole, mas não segurou a ponta. Quem foi protagonista na Yamaha foi Maverick Viñales, que travou uma grande disputa com Quartararo e Marc Marquez (sempre ele). Além de Viñales ter conseguido levar a marca à vitória, as motos do modelo YZR-M1 se colocou com três de suas quatro motos no top 5. Dono da pole, Fabio Quartararo, ainda capenga por conta de uma cirurgia no braço direito ficou em terceiro, conquistando seu segundo pódio seguido. Franco Morbidelli garantiu a quinta colocação, 14s467 atrás do vencedor e a outra era justamente do ídolo Valentino Rossi. Largando em 14º, o italiano caiu na curva 8 ainda na quinta volta e, de quebra, ainda levou junto com ele o japonês Takaaki Nakagami. Mesmo sem vencer, Marc Marquez está com uma enorme vantagem no campeonato e, mesmo quando o circuito não é favorável, ele acaba fazendo mais pontos que seus adversários diretos.

O canal que mais horas dedica ao automobilismo no país, apesar de as vezes optar por passar uns jogos de futebol de terras distantes, de times sem grande relevância, começou sua programação ao vivo ainda no período da manhã e aí o colunista substituto ficou igual a um camaleão, com a F1 no computador e as 6 Horas de Watkins Glen no outro, vesgo, tentando ver o que estava acontecendo e viu os então líderes do campeonato, Pipo Derani e Felipe Nasr, com este último no carro, sair da pista e ter um pneu furado. Isso os tirou a chance de vitória e eles terminaram a corrida com 3 voltas de defasagem para os vencedores, liderados por Harry Tincknell, que pilotou na última hora e meia, e que dividiu os louros com Olivier Pla e Jonathan Bomarito. Helio Castroneves ficou em 5° com Ricky Taylor enquanto os ex-líderes ficaram em 7°. Na categoria GT Daytona, Bia Figueiredo correu com o time feminino liderado por Katherine Legge e chegaram em 4° lugar. Felipe Fraga nem entrou no carro, que abandonou logo no início da prova.

Ainda com o final de prova em andamento em Watkins Glen tivemos a largada das 400 milhas de Chicago, no oval de 1,5 milhas que deveria ter 267 voltas, mas na 12ª passagem, com Jimmie Johnson na liderança. Não foi uma chuvinha, mas uma tempestade com raios, trovões, ventos fortíssimos e um céu quase negro. A interrupção levou quase 4 horas até que a pista fosse seca e a corrida retomada. Seria querer muito que a emissora retomasse a transmissão tanto tempo depois. Ficamos sem a corrida. Alex Bowman foi o vencedor, seguido de Kyle Larson, Joey Logano, Jimmie Johnson e Brad Kaselowski nos 5 primeiros.

É isso aí, galera. Semana que vem o feioso titular volta por aqui, assim espero. Do contrário, vai ter que mandar um caminhão de cerveja pra retribuir a cortesia.

Felicidades e velocidade,