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Chá, Buschada e overdose de emoção PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 15 July 2019 08:02

Olá leitores!

 

É muito gratificante ter um final de semana onde o fã de esporte a motor não ficou passando vontade... as opções foram muitas e os espetáculos de grande qualidade!

 

Começando pelo GP da Inglaterra de F-1, um espetáculo que há um bom tempo não víamos acontecer na categoria marcada por provas soporíferas e comissários esportivos que querem aparecer mais que os pilotos. A corrida foi emocionante do começo ao final (embora tenha perdido um pouco do ímpeto na segunda metade, até previsível) e é séria candidata a melhor corrida do ano.

 

Vitória, como seria de se esperar, de Lewis Hamilton, que além de ter o melhor carro da categoria disparado ainda tem um companheiro de equipe cujo ímpeto é adequado a provas com a duração das corridas do WTCR, não as da F-1. Enfim, descontando o primeiro terço da prova, onde ele teve certo trabalho para ultrapassar Bottas (que fez a pole position e largou muito bem), o restante foi apenas uma demonstração do quão superior o conjunto Lewis Hamilton / Mercedes W10 é superior ao restante do grid. Deu-se ao luxo de fazer a volta mais rápida da prova na última volta, com pneus duros gastos. Um monstro. Seu companheiro Bottas (2º) estava com pneus macios no final da corrida e nem assim conseguiu virar o tempo que Lewis fez com pneus duros no final. Enfim, para um segundo piloto em vias de renovação de contrato, fez o que era esperado.

 

Em 3º chegou Charles Leclerc, apesar de ter sido prejudicado pela “brilhante” estratégia da Ferrari, o que mostra o quão bem ele pilotou esse domingo. Juntamente com Verstappen, propiciou ao público excelentes momentos de disputa de posições e mostrou que aprendeu direito a lição do GP da Áustria, onde acabou perdendo posição por deixar abertos espaços que outros pilotos que não “Mad Max” não aproveitariam. Corrida digna de futuro campeão. Seu companheiro de equipe Sebastian Vettel (16º)... passei boa parte do domingo tentando achar uma justificativa para aquilo. Não, não tem. O tetracampeão em fase decadente na carreira incorporou o encosto que afetava o Pastor Maldonado e aparentemente esqueceu que tinha uma curva de 90 graus a esquerda logo à frente e estampou a traseira do Verstappinho num acidente que talvez tenha sido o segundo mais bizarro da carreira (aquele enrosco entre ele e o Webber na Turquia ainda permanece como o ponto mais baixo da trajetória esportiva dele). Continuo mantendo a opinião que eu tinha final do ano passado: deveriam ter mantido o Kimi na equipe ao lado do Leclerc, não o Vettel, mas...

 

Em 4º e 5º lugares chegaram os pilotos da Red Bull, desta vez surpreendentemente com Gasly à frente de Verstappen. Grande corrida do Pierre, que pela primeira vez no ano mostrou ao que veio na equipe principal dos energéticos, andando no mesmo ritmo dos pilotos da Ferrari e (principalmente) do seu badalado companheiro de equipe. Deve ter sido o suficiente para afrouxar um pouco o laço da corda que o Ciclope estava colocando no pescoço dele após um começo de temporada abaixo da crítica. Já Verstappen mostrou-se impressionantemente maduro após a corrida: não reclamou do Leclerc ter aplicado a ele o mesmo remédio que ele aplica aos outros pilotos, não culpou ostensivamente o Tião Alemão por acabar com a chance de terminar no pódio dele, parece que desta vez o psiquiatra acertou a dose do remedinho e ele se comportou como gente adulta. Pelo ritmo que veio impondo na corrida, facilmente teria sido o 3º colocado.

 

Em 6º lugar terminou Carlos Sainz Jr., com um McLaren cada vez melhor após a era de destruição dos tempos de Alonso (aliás, impressionante como toda equipe melhora após o Alonso sair dela... cidadão talentoso, mas absolutamente tóxico no ambiente do time). O filho da lenda do rali fez uma excelente corrida, saindo de 13º no grid e correndo com inteligência e arrojo dosados na medida certa. Excelente resultado para a equipe. Seu companheiro Lando Norris (11º) teve seu momento de “piloto Ferrari” e sofreu com a estratégia errada da equipe que não o chamou para troca de pneus no momento certo, fazendo com que perdesse importantes posições. Levando em conta a conjuntura, não foi um mau resultado para o time de Woking – tanto que a primeira equipe a confirmar sua dupla para o ano que vem foi a McLaren.

 

Em 7º chegou Daniel “Mr. Smile” Ricciardo, que está cada vez mais se sentindo confiante na equipe e conseguiu extrair do carro o desempenho que se esperava. Aliás, Ricciardo esteve em grande forma dentro e fora da pista: as brincadeiras que ele protagonizou em entrevistas coletivas ou de outros pilotos quebraram o gelo do carrancudo ambiente da F-1. Seu companheiro Nico Hülkemberg (10º) enfrentou alguns problemas, incluindo ter que “dar um reset” na unidade de potência no final da prova, pelo que também não se pode dizer que foi um mau resultado o apresentado.

 

Em 8º terminou aquele que deveria estar ao lado de Charles na Ferrari, Kimi Räikkönen, mais uma vez arrancando do seu Alfa Romeo um desempenho que o carro normalmente não tem. Sofreu um pouco com a falta de velocidade nas retas, mas pareceu opção de acerto aerodinâmico, já que a velocidade de curva estava excelente. Seu companheiro Antonio Giovinazzi (18º) vinha acompanhando o ritmo do pelotão até que rodou e atolou na brita, forçando a entrada do safety-car.

 

Em 9º chegou Daniil Kvyat, trazendo mais 2 pontos para a Toro Rosso mesmo largando lá atrás. Boa corrida para o russo. Seu companheiro Alexander Albon não teve tanta sorte, chegando apenas em 12º, mas ainda assim não foi exatamente um resultado decepcionante.

 

Próxima etapa final do mês, nos restos mortais do que um dia foi a excelente pista de Hockenheim, cruelmente assassinada pelas mãos de Hermann Tilke... se for metade tão interessante quanto essa prova já me dou por satisfeito.

 

Na noite de sábado a NASCAR foi correr no Kentucky, e a prova teve um final épico após uma série de batalhas medianas durante a maior parte das 400 milhas de prova: o duelo entre os irmãos Busch na relargada da prorrogação foi digno de se assistir em pé, e o irmão mais velho (Kurt) terminou na frente do mais novo (Kyle) pela “enorme” vantagem de 76 milésimos de segundo... com essa vitória conseguiu garantir mais um Chevrolet nos playoffs e certamente fez sorrir Chip Ganassi, que apostou em um contrato de apenas um ano com o campeão de 2004 e está colhendo um saldo positivo da aposta. Kyle, como seria de se esperar, estava meio decepcionado no final da prova pela vitória perdida, mas absolutamente não tem do que reclamar, já que foi o piloto que mais liderou voltas na corrida. Em 3º a grata surpresa de Erik Jones, que cresceu bastante nas voltas finais e mostrou o bom acerto dos carros de Joe Gibbs para essa pista. Em 4º veio o companheiro de Kurt, Kyle Larson, com pneus novos por ter trocado antes da bandeira amarela que gerou a prorrogação, e fechando o top-5 outro carro de Gibbs, o de Denny Hamlin.

 

Também tivemos a decisão do campeonato da Fórmula E, com uma rodada dupla em New York onde tivemos um grande piloto brasileiro sendo campeão (Sérgio Jimenez na Jaguar eTrophy) e outro demonstrando que na pista não basta ter um QI gigantesco, mas precisa acelerar também. Jimenez esteve consistentemente nos pódios essa temporada, e foi campeão com merecimento ainda com a vitória no sábado, já que seu principal rival na luta pelo título (Bryan Sellers) bateu tentando alcançar o tempo feito pelo Sérgio na classificação e não conseguiu consertar o carro a tempo, deixando de participar da prova. E para não deixar dúvidas, venceu também a etapa do domingo, ambas as corridas tendo como segundo colocado seu companheiro na equipe Brasil, Cacá Bueno, que assim alcançou o vice campeonato.

 

Já entre os fórmulas, título esperado para Jéan-Eric Vergne, que chegou com grande vantagem na decisão e, mesmo não tendo pontuado no sábado, correu com o regulamento debaixo do braço e o 7º lugar na corrida do domingo foi o suficiente para garantir o título, já que seus rivais precisavam de vitórias para almejar o título... e essas não vieram. Quem se deu bem foi Sébastien Buemi, que com ótimos resultados nos EUA alcançou o vice campeonato, à frente de Lucas di Grassi, que teve que se contentar com a 3ª posição na pontuação geral. New York também foi a prova que sim, é possível colocar a área de atuação do Modo Ataque em um lugar decente, basta haver boa vontade da equipe técnica da categoria.

 

Aqui no Brasil, tivemos etapa da Copa Truck em Curvelo, MG. E o “dono” da festa foi Leandro Totti, que venceu as duas corridas, a primeira sendo seguido por Paulo Salustiano em 2º, Wellington Cirino em 3º, Roberval Andrade em 4º e Pedro Paulo em 5º. Já na segunda corrida, largando com grid invertido para os primeiros 8 colocados da chegada da primeira corrida, ele foi seguido por André Marques em 2º, Régis Boéssio em 3º (após o 3º na pista, Roberval Andrade, ser punido por um toque com certa maldade no Paulo Salustiano), Pedro Paulo em 4º e Luiz Zapellini em 5º. Duas boas corridas, devo dizer, em que pese a pista ser meio estreita pra categoria a meu ver.

 

A Indy foi até Toronto, para uma corrida de qualidade técnica mediana mas muito disputada. Em meio à grande festa feita pelos canadenses para homenagear Robert Wickens, ainda em meio ao longo processo de recuperação do seu terrível acidente de Pocono, o público presenciou a merecida vitória do Simon Pagenaud, que pilotou em grande estilo, com muita combatividade, e não deixou Scott Dixon se aproximar o suficiente nas voltas finais para o retirar da liderança. Negociou ultrapassagens sobre os retardatários de maneira exemplar. O pódio ficou completo com Alexander Rossi, que batalhou muito na corrida e conseguiu importantes pontos para o aproximar da liderança do campeonato. Corrida foi boa? Sim. Mas sem dúvida o ponto alto foi Wickens dando o comando de ligar os motores e estar no pace-car na volta de apresentação. Qualquer coisa da corrida após esse exemplo de superação, acaba caindo na normalidade. Fisioterapia ainda vai durar um bom tempo, e não é certo que consiga voltar a andar, mas a força de vontade dele é impressionante.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini