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A ONU, os gregos, os troianos e a liberdade PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 31 July 2019 23:12

Caros Amigos, a ONU, Organização das Nações Unidas, criada após a segunda guerra mundial, em substituição a Liga das Nações, criada após o final da primeira guerra mundial e que não teria cumprido seu papel (apesar de muitos questionarem se a ONU o faz), tem como um de seus principais princípios a defesa dos direitos fundamentais do ser humano, a garantia da paz mundial, colocando-se contra qualquer tipo de conflito armado, a busca de mecanismos que promovam o progresso social das nações e a criação de condições que mantenham a justiça e o direito internacional.

 

Analisando a história pós 1945 com olhos mais críticos, talvez cheguemos a conclusão de que mesmo repleta de algumas das melhores mentes que seus respectivos países poderiam enviar, ao que me lembro, desde a guerra da Coreia, não houve um só dia sem conflito armado no nosso mundo.

 

Caso passemos a analisar o que levam duas partes a entrar em conflito, é evidente que há – pelo menos – um ponto de desacordo entre elas. Como então encontrar um meio que não só evite um conflito, mas que ainda consiga atender as duas partes?

 

Olhando para o nosso espaço semanal de convivência, o que temos visto ao longo dos últimos meses nos bastidores da Fórmula 1 é uma corrida contra o tempo por parte do Grupo Liberty Media em duas importantes frentes de trabalho para que o enorme investimento feito na compra do controle acionário da categoria mais importante e mundialmente conhecida do automobilismo propicie o retorno financeiro no qual seus administradores acreditaram conseguir. Sim, não podemos ser ingênuos a ponto de pensar que os norte americanos fizeram tal investimento por “paixão pelo esporte” ou pela velocidade.

 

A primeira das frentes diz respeito a própria continuidade da categoria como ele é – ou como ela precisa vir a ser – sob os olhos não apenas da gestão, mas também sob o olhar do seu público alvo e consumidor. Este trabalho está diretamente ligado ao que se fazer para que em 2020 seja assinado um novo “Pacto da Concórdia”, envolvendo a FIA, as equipes e ela mesma, detentora dos direntos sobre a marca Fórmula 1.

 

Não menos importante, a outra frente do exército liderado por Chase Carey é manter o interesse do público nas corridas e as corridas serem espetáculos interessantes em palcos interessantes. Isso passa pela negociação lógica dos valores a serem pagos pelos promotores nacionais destes espetáculos para que a saúde financeira das duas partes envolvidas no negócio seja garantida.

 

Este ano, comemorando 125 anos de vida no mercado automobilístico, a Mercedes “garantiu” a realização co GP da Alemanha há poucos dias. Foi um verdadeiro espetáculo. As arquibancadas estavam completamente tomadas e com um público entusiasmado. Tanto “alemães” quanto “ferraristas” e no mais novo “fenômeno” de popularidade, a “invasão laranja” proporcionada pelo jovem Max Verstappen. Contudo, a poderosa montadora alemã já declarou que não pretende custear o GP em seu país no próximo ano.

 

Esta noite, enquanto terminava de escrever a coluna, às quartas-feiras, entrei no site do autódromo de Monza para ver o quanto custava um ingresso para se assistir a F1. Considerando o valor de fechamento do euro neste dia (4,22 Reais ou 1,10 dólares americanos), vi que os preços cobrados na Itália não distam dos cobrados aqui no Brasil, apesar do poder aquisitivo no nosso país ser menor que o dos italianos em particular e europeus em geral. Mas precisava fazer alguns cálculos para ver o que o promotor pode fazer para pagar os custos de se organizar um GP de Fórmula 1.

 

Ele tendo que pagar 30 milhões de dólares por um GP (27,3 milhões de euros) apenas para ter o GP em seu autódromo, somando-se a locação do autódromo, montagem das estruturas, contratação de mão de obra e empresas terceirizadas, aluguel ou compra de equipamentos, para quanto poderia subir este valor e como ele, o promotor, poderia não apenas recuperar seu investimento e ter um razoável retorno financeiro?

 

Monza tem capacidade para receber 120 mil espectadores e o preço médio dos ingressos de arquibancada é de 250 euros (tem locais que passam dos 500, mas tem diversos com preço em 135 euros), ou 1.055 reais. Em uma conta rápida a arrecadação com ingressos chegaria a 30 milhões de euros, cabendo ao promotor buscar outros meios de ganhos como espaços publicitários, por exemplo, para conseguir equilibrar os custos.

 

Ou o promotor consegue algum tipo de acordo comercial com empresas ou com o meio público, ou não há como tornar o evento viável. No caso de um autódromo com uma capacidade menor como é o caso de Interlagos, o preço médio do ingresso tem que ser mais alto para que se consiga atingir uma arrecadação tal que seja capaz de equilibrar estes custos operacionais. Silverstone acenou com a antecipação do final de seu contrato, que iria até 2026 por não estar conseguindo meios de custear o evento, além de ter feito uma grande obra com os boxes em 2012. O contrato foi renegociado e agora vai até 2024, com outros valores.

 

O contrato da Fórmula 1 com Interlagos vai até 2020 e como é notório que este projeto de autódromo do Rio de Janeiro está fadado a não sair do campo do imaginário, sendo o Brasil uma praça de grandes interesses para a categoria, vai caber aos gestores do Grupo Liberty Media e ao promotor do evento no Brasil encontrar uma solução que atenda ao interesse de ambos.

 

Nesta contenda não há gregos ou troianos, apenas um interesse comum.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva


Last Updated ( Thursday, 01 August 2019 10:03 )