Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Do melhor ao pior nos comportamentos na pista PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 26 August 2019 08:48

Olá leitores!

 

Tivemos um final de semana dos mais interessantes no mundo dos esportes a motor, onde literalmente fomos do melhor ao pior nos comportamentos na pista. O forte resfriado desse vosso colunista não cooperou exatamente no acompanhamento das atividades, mas vamos lá...

 

Começando com o melhor: o que dizer de Tony Kanaan, um piloto que consegue levar o pior carro entregue pela tradicional equipe de A. J. Foyt nas últimas décadas a um honroso 3º lugar contra adversários muito mais rápidos na pista? No mínimo, um piloto iluminado (no bom sentido, não no sentido “Stephen King” da expressão), que atuação espetacular tivemos o prazer de acompanhar na etapa de Gateway na noite de sábado!!! Acho que poderia dizer, sem medo de errar, que foi na carreira do Tony mais ou menos o que o GP da Alemanha de 1935 foi na carreira do Tazio Nuvolari, aquela prova em que o piloto arrancou tudo e mais um pouco do desempenho que o carro era capaz de oferecer. Evidentemente a escolha correta do momento para fazer o último reabastecimento ajudou, mas... tem que ser um tremendo de um piloto para fazer uma estratégia assim funcionar. Apenas lamento profundamente ver o Tony Kanaan enterrando o final de sua carreira em uma equipe que está em uma fase de Andrea Moda na Indy (sim, vou deixar vocês procurarem nos alfarrábios o que foi a Andrea Moda na F-1...). Ao final da prova Tony disse que aquele 3º lugar serviria para “calar a boca de alguns críticos"... pena que com a cabeça quente ele tenha esquecido que a gigantesca maioria das críticas na qual ele esteve envolvido não envolviam o piloto Tony Kannan, mas a equipe na qual ele corre, que se encontra tecnicamente mais perdida do que cego em tiroteio... acho pouco provável que ele leia essa coluna, mas Tony, por favor, não dá para elogiar o que a A.J. Foyt tem feito nos últimos 2 anos... No tocante aos outros pilotos, Takuma Sato venceu, beneficiado pela mesma bandeira amarela que jogou Tony para a frente, e aliás mostrou que quando ele não quer decidir a prova na primeira volta (como quis fazer semana passada em Pocono) ele consegue desempenhos bastante bons com o carro. As últimas voltas foram uma aula de pilotagem defensiva, e a chegada foi apertadíssima, com o japonês se impondo perante Ed Carpenter (que tinha um dos carros mais velozes da pista no final) por menos de um décimo de segundo. O grande nome da prova, mais uma vez, foi o novato Santino Ferrucci. Muito, muito veloz, recebeu na última volta uma das melhores “trancadas de porta” que vi nos últimos tempos de Tony, deixou metade do carro escapar para a parte suja da pista e demonstrou um controle do carro excelente para não rodar. Quem não gostou da manobra foi o líder do campeonato, Josef Newgarden, que vinha logo atrás e para não bater no Santino acabou dando um 360° na pista, não deixou o motor morrer e de 5º caiu para 7º lugar. Coisas de corrida, enfim. Infelizmente Matheus Leist não teve a sorte que Tony teve nas bandeiras amarelas e acabou na “posição padrão” da equipe Foyt, 17º lugar.

 

O DTM teve mais uma rodada dupla esse final de semana, dessa vez em Lausitzring, interessante pista que ficou marcada pelo terrível acidente de Alessandro Zanardi e pela morte de Michele Alboreto em treinos... e que tudo o que a parte oval da pista tem de boa a parte “mista” do circuito tem de sem graça. Acho que o misto de Lausitzring consegue ser pior que a primeira versão do misto de Indianapolis, uma série de curvas fechadas que parecem ter sido feitas por designer brasileiro de circuitos com o objetivo de tornar a pista “mais seletiva”... enfim, no sábado René Rast (Audi) começou na frente mas antes da 10ª volta teve problema mecânico e abandonou. Melhor para Nico Müller (Audi), que liderou a trinca das 4 argolas no pódio à frente de Robin Frijns e Mike Rockenfeller. Em compensação, no domingo o líder do campeonato teve tudo a seu favor: uma boa largada, uma ultrapassagem segura sobre o pole position Jamie Green (Audi), que acabou cruzando a bandeirada em 4º lugar, e daí para frente foi só correr em direção ao lugar mais alto do pódio. Foi acompanhado pelo vice líder do campeonato, Nico Müller, em 2º lugar e por Mike Rockenfeller, mais uma vez em 3º. O brasileiro Pietro Fittipaldi (Audi) está melhorando o seu domínio do carro de DTM, terminando nos pontos nas duas etapas: 7º no sábado e 9º no domingo.

 

A MotoGP foi para Silverstone, felizmente esse ano sem chuva, para uma corrida excelente. Verdade que começou com um baita susto, já que logo após a largada Quartararo caiu na veloz curva Copse e Dovizioso não teve para onde desviar, acabou usando a moto Yamaha do adversário como rampa de lançamento e foi jogado para o alto, caindo com força no asfalto da área de escape enquanto o atrito fazia sua moto se incendiar. Saiu de maca da pista, felizmente sem fraturas mas com relatada perda de memória segundo informações do hospital para onde foi levado. Sim, a pancada na cabeça foi forte... ficam os votos de rápida recuperação para ele. O duelo entre Márquez e Rins encheu os olhos do público, e o espanhol da Suzuki estudou todos os pontos da pista em que poderia tentar dar o golpe. Descobriu que na Woodcote era mais veloz que o virtual campeão de 2019, e tentou passar por fora no final da penúltima volta, sendo espremido para fora da pista por Márquez. Não se deu por vencido e na última volta, quando Marc defendeu o lado externo (por onde as tentativas anteriores tinham sido efetuadas) acabou perdendo ligeiramente a tração, o suficiente para Alex Rins mergulhar por dentro e vencer... pela vantagem de meia roda dianteira. Absolutamente empolgante! Em 3º chegou Maverick Viñalez, que tentou alcançar os ponteiros mas não teve velocidade de reta suficiente para concretizar o ataque, mesmo chegando a pouco mais de meio segundo atrás do vencedor. Acho que acabou sendo um bom resultado para a Yamaha, equipe que está em grave crise técnica essa temporada.

 

Em Interlagos, com presença da equipe do Nobres do Grid, tivemos a Corrida do Milhão, com um novo milionário e um trapalhão... o novo milionário é Ricardo Maurício, com grande justiça, já que fez uma grande corrida e não precisou assumir a liderança excedendo os limites da pista, como fez o trapalhão... a refilmagem do filme “Um Convidado Trapalhão” teve a participação do ativista dos motores elétricos Lucas di Grassi, que de tanto correr em circuitos de rua deve ter se esquecido que as coisas são diferentes em autódromos permanentes, recuperou a liderança após as paradas no boxe cortando caminho pela entrada dos boxes, foi punido pelos comissários, e se recusou a cumprir a punição pois, na cabeça dele, ele não tinha feito nada de errado... claro que foi desclassificado, não adiantando nada cruzar a chegada na frente. Enfim, ainda bem que o convidado resolveu “ter pití” debaixo do capacete, o prêmio ficou em mãos muito melhores com o Ricardo Maurício. Em 2º chegou Gabriel Casagrande (que fez uma grande corrida) e o pódio ficou completo com Daniel Serra, que era minha aposta para vencer a prova, mas acabou não tendo ritmo de corrida para acompanhar os líderes. Ao final da prova, mais uma vez a triste tradição recente da RGT, maior emissora de TV aberta do Brasil que não consegue respeitar o fã de automobilismo e corta a premiação no pódio para passar sua repetitiva programação matutina dominical... enfim, se a organização da Stock Car aceita isso, fazer o quê? Acho que o preço que se paga para ter algumas corridas da categoria em TV aberta por vezes é alto demais, mas...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini