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Mais do mesmo na Moto GP, Vettel renasce e Newgarden garante o título PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 September 2019 06:58

Olá leitores!

 

Confesso que tive uma certa dificuldade para o texto de abertura da coluna, pois tivemos de tudo esse final de semana: desde o “mais do mesmo” da MotoGP até o Sebastian “Spawn” Vettel renascendo das trevas, passando pela consagração do Newgarden como campeão da Indy e os playoffs da NASCAR pegando fogo em Richmond, uma das pistas que mais gosto do calendário.

 

Comecemos pela Fórmula 1, onde debaixo das luzes e do calor de Cingapura (a nova ortografia prevê Singapura, mas confesso ser ortodoxo e preferir a grafia antiga) tudo indicava que um carro que se deu bem em pistas velozes como Spa e Monza seria, em nada acontecendo de errado, quinto e sexto lugares ao final da prova... como fiquei feliz em ver minhas previsões caírem por terra! De alguma forma o carro da Ferrari reagiu bem ao calor e à baixa aderência do asfalto do circuito urbano e se classificou bem no sábado, e no domingo... correu como se fosse a Mercedes do início da temporada. Infelizmente a reação veio tarde, muito muito tarde para fazer alguma diferença positiva no campeonato. A corrida também foi marcada pela constatação da veracidade do velho ditado “o lobo perde o pelo, mas não perde o vício”: Grosjean voltou a fazer das suas em uma disputa de posição com George Russell, e Daniil “Torpedo” Kvyat retirou Kimi da corrida com uma forçada de ultrapassagem que nem Maldonado tentaria fazer... enfim, quase previsível em se tratando do russo.

 

Vitória maiúscula de Sebastian Vettel, que largando em 3º tentou logo no início ultrapassar Hamilton e não conseguiu concretizar seu intento... mas manteve-se próximo do inglês e, quando foi chamado para a troca dos pneus macios pelos duros, voltou acelerando tudo que tinha direito, conseguindo dessa maneira fazer com que Leclerc voltasse da troca de pneus (que até foi um pouco mais rápida que a do alemão) atrás dele. O ritmo imposto foi suficiente para assegurar que o inglês não conseguisse parar para trocar pneus e volta à frente dele... a partir daí foi gerenciar a distancia para Charles mesmo com 3 relargadas na segunda metade da prova e finalmente conseguir quebrar um jejum de pouco mais de um ano sem vitórias. Seu companheiro Charles Leclerc (2º) fez a pole position, largou de maneira impressionante e tinha a convicção interior que seria o vencedor... e o plano foi nesse sentido até que começaram as paradas para troca de pneus. Um piloto mais experiente teria feito uma ou duas “flying laps” antes de parar para troca de pneus, o que ele não fez... ficou muito indignado por ter sido ultrapassado pelo Vettel, mas sem motivos: eu diria que faltou aquela malícia que apenas o tempo trás para agir em uma situação dessas, e como boa parte dos pilotos da nova geração preferiu ficar dando chiliques pelo rádio. Menos mal que após a prova ele esfriou a cabeça e não continuou a ter piti.

 

Em 3º chegou Max Verstappen, que nesse domingo foi tudo, menos o famigerado “Mad Max” que arranca tudo o possível e imaginável do carro. Pelo contrário, fez uma corrida extremamente madura e responsável, conseguindo dessa maneira ter pneus em bom estado no final da prova para resistir aos ataques de Hamilton. Surpreendente a maturidade demonstrada nessa corrida, ao menos para este vosso colunista... seu companheiro Alexander Albon (6º) mostrou novamente o quão acertada foi a decisão da diretoria da Red Bull em o promover da Toro Rosso para o lugar de Gasly. Não conseguiu ultrapassar Bottas, mas... não tinha carro para chegar junto nas retas e efetuar a manobra na freada. Tivesse largado mais à frente, poderia obter um resultado ainda melhor, quiçá um 4º lugar. Mesmo sendo seu primeiro ano na categoria, entendeu que a chave para o bom resultado seria andar rápido sem forçar os pneus, o que foi muito positivo.

 

Em 4º e 5º chegaram os pilotos da Mercedes, respectivamente o virtual campeão de 2019 Lewis Hamilton e seu lacaio Sancho Pança, digo, Valtteri Bottas. Lewis fez a aposta de ficar mais tempo na pista com os pneus com que largou para ter pneus melhores no final... e perdeu a aposta. Acontece... assim como deu errado, poderia ter dado certo. Apenas acredito que, como os pilotos recebem no carro o próprio tempo de volta, ele poderia ter percebido que estava ficando cada vez mais lento e pedido para parar antes. Enfim, coisas de corrida. Foi bastante ajudado pelo Lambe Bottas, que mesmo sendo o vice líder do campeonato se prestou ao ridículo papel de fazer uma volta mais de 5 segundos mais lenta para que Hamilton voltasse à frente dele. Patético. Imaginem se a Ferrari dá uma ordem dessas... como foi a equipe Mercedes, todos estão fazendo de conta que não ouviram a ordem de equipe.

 

Em 7º terminou Lando Norris, outra grata surpresa de 2019, que acabou sendo o melhor dentre o “baixo clero” da categoria. Mesmo obtendo um grande resultado, reclamou muito dos pneus e esteve muito tenso o final de semana todo. Aproveitando que semana que vem a corrida é em Sochi, no caminho entre o Sudeste Asiático e a Rússia ele poderia fazer uma paradinha na Índia e comprar uns incensos para meditar, relaxar, ter uma postura um pouco mais “leve”... experiência própria, esse excesso de tensão não faz bem para o estômago. Seu companheiro Carlos Sainz Jr. (12º) teve o carro atingido logo na primeira volta por Hülkemberg, teve de parar nos boxes para troca de pneus e perdeu uma volta logo de cara... aí ficou complicado para almejar alguma coisa na zona de pontos, mesmo tendo obtido um bom desempenho do carro.

 

Em 8º chegou Pierre Gasly, que conseguiu um belo desempenho do seu Toro Rosso adotando uma estratégia diferente da maioria dos pilotos, tanto que antes da troca de pneus chegou a estar em 2º lugar... após a troca ainda disputou posições com energia, fazendo talvez uma das suas melhores apresentações este ano. Seu companheiro Daniil Kvyat (15º), entretanto, errou tudo aquilo que tinha direito. Inclusive no lance contra Kimi, estava muito distante para efetuar a tentativa de ultrapassagem e forçou a barra de maneira bizarra.

 

Em 9º terminou Nico Hülkemberg, que se aproveitou do primeiro safety car para trocar os pneus e acabou conquistando dois suados pontos para a Renault. Um pouco mais de tranquilidade para quem já foi avisado que não ficará na equipe ano que vem e ainda não decidiu seu futuro para 2020. Seu companheiro Daniel Ricciardo (14º) largou em último por conta de punição e vinha fazendo uma corrida decente até que um pneu furou e estragou a continuação da prova de recuperação que vinha fazendo. Não fará questão de relembrar desse domingo...

 

Em 10º chegou Antonio Giovinazzi, que por algumas poucas voltas, graças à estratégia de pneus, conseguiu o gosto de liderar a corrida com seu Alfa Romeo. Fazia um tempo bem razoável que um piloto italiano não liderava uma volta que fosse de uma corrida... infelizmente o tempo perdido com pneus muito gastos acabou comprometendo o resultado final da prova, mas acredito que a visibilidade conseguida para os patrocinadores valeu a pena. Seu companheiro Kimi Räikkönen (18º) vinha fazendo uma corrida bem razoável até que começaram os safety cars, e a pouco mais de 10 voltas pro final foi atingido por um russo ensandecido, que quebrou a suspensão do carro e causou a 3ª entrada do safety car.

 

Tecnicamente, a corrida da próxima semana favorece o carro da equipe Mercedes... vamos ver como Ferrari e Red Bull se comportarão lá em Sochi.

 

Sábado à noite tivemos mais uma etapa dos playoffs da NASCAR, desta vez na pequena pista de Richmond. A prova foi um verdadeiro banho da Joe Gibbs Racing, que fez 1-2-3 na corrida e poderia até ter feito 1-2-3-4 se o carro de Erik Jones, que cruzou a bandeirada final em 4º, não tivesse sido reprovado na inspeção pós corrida por alinhamento traseiro do carro fora dos padrões de acordo com medição feita por scanner óptico. Curiosamente, os outros 3 carros estavam dentro do regulamento... enfim, azar do jovem piloto. Primeiro segmento foi vencido por Martin Truex Jr., ao passo que o segundo teve Kyle Busch como vencedor. O domínio da principal equipe da Toyota pode ser resumido no seguinte dado: das 400 voltas da corrida, Buschinho liderou 202 e Truex Jr. liderou 109. Tá bom para vocês? Atrás do vencedor Martin Truex Jr. chegaram Kyle Busch em 2º, Denny Hamlin em 3º, fazendo a trinca JGR. Com a desclassificação de Jones, Brad Keselowski terminou em 4º e Ryan Newman fechou o Top-5, ambos de Ford. O melhor Chevrolet, mais uma vez, foi Kyle Larson em 6º lugar.

 

Domingo de manhã tivemos o GP de Aragón do Mundial de Motovelocidade, onde na MotoGP o ídolo local Marc Márquez teve uma das vitórias mais fáceis da carreira, fazendo a pole position, largando na frente e abrindo vantagem para o resto do pelotão. Com esse feito, se tornou o mais jovem piloto a alcançar a marca de 200 vitórias no Mundial em suas diversas categorias. Um verdadeiro extraterrestre esse Márquez... ainda bem que do segundo lugar para trás a corrida teve alguma emoção. Ao cabo de boas disputas, o 2º lugar do pódio foi ocupado por Andrea Dovizioso, de volta ao pódio após algumas apresentações abaixo da crítica esta temporada, e o degrau mais baixo do pódio ficou com Jack Miller, todo sorrisos com sua Ducati da equipe Pramac. Melhor Yamaha chegou em 4º com Viñales, e a Aprilia conseguiu um grande resultado com o 7º lugar de Aleix Espargaró. A melhor das Suzuki chegou em 9º com Alex Rins, que logo na primeira volta se envolveu em um acidente com Morbidelli, fazendo com que este abandonasse... e assim que voltou aos boxes após a prova, Rins fez questão de ir até a SIC Yamaha pedir desculpas ao Morbidelli. Grande gesto.

 

E neste domingo acabou a temporada 2019 da Indycar, com a consagração de Josef Newgarden como campeão desse ano. Ele tinha boa vantagem de pontuação, então correu com a cabeça, sem correr riscos desnecessários e fez o que era necessário para levar o troféu pra casa, terminando em 8º lugar. Vitória do garoto Colton Herta, mostrando que quer manter a tradição da família se dar bem nessa pista, seguido de perto por Will Power, que pressionou, pressionou mas teve que se contentar com o 2º lugar na etapa final, e por Scott Dixon em 3º lugar. Os brasileiros Tony Kanaan e Matheus Leist, respectivamente 16º e 17º lugares, devem ter comemorado o final do calvário de 2019, talvez um dos piores anos para a equipe de A. J. Foyt.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 
Last Updated ( Monday, 23 September 2019 07:20 )