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Pierre Gasly está retomando seu caminho para o sucesso PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 12 November 2019 05:08

Olá fãs do esporte a motor,

 

Algumas vezes em nossas vidas profissionais nos vemos em situações desconfortáveis. Isso pode acontecer com o profissional que não faz uma avaliação cuidadosa a respeito da metodologia de trabalho daquele local onde vai trabalhar ou, mesmo sabendo como são levados alguns procedimentos naquele ambiente de trabalho, ele ainda se depara com algumas situações incômodas. O que fazer nessas horas?

 

O ambiente profissional é onde a maioria das pessoas passa a maior parte de seu tempo. Quando se sentem realizadas e felizes com o trabalho desempenhado, o tempo parece passar depressa e elas nem sentem que mais um dia se passou. No entanto, quando os profissionais estão insatisfeitos com o local de trabalho, as horas parecem se arrastar.

 

Quando a Red Bull e seus dirigentes resolveram rebaixar, com menos de uma temporada, Pierre Gasly de volta à Toro Rosso por este “não estar atendendo as expectativas” da equipe e ele tendo trocado de lugar com Alexander Albon, vi naquela situação um “revival” do que vi alguns anos atrás com Daniil Kvyat, e o tempo que levou para que o russo recuperasse seu equilíbrio emocional, sua autoconfiança e seu nível de performance.

 

   A forma como Helmut Marko lida com os jovens pilotos e a não adaptação de Pierre ao carro da Red Bull foram 

 

Após o GP dos Estados Unidos, antes de seguir para a Europa, Pierre Gasly retornou para uma de suas sessões regulares e o que temos avaliado é que o processo com Pierre tem sido muito mais rápido e eficaz do que com Daniil. Apesar de muito jovem, ele teve uma resposta ao nosso trabalho muito mais positiva a curto prazo do que eu esperava, mas nisso a equipe Toro Rosso tem sido também fundamental. Eles viram como foi difícil lidar com o que aconteceu com Daniil alguns anos atrás.

 

Evidentemente que a primeira aparição de Pierre Gasly diante da mídia de volta às cores da Toro Rosso em Spa Francorchamps foi o de uma figura desanimada, mas a reação da equipe foi fundamental: Eles realmente se esforçaram bastante para fazer Pierre se sentir confortável, sentir-se em casa e deram as melhores condições para que ele pudesse fazer o seu melhor na primeira corrida.

 

Apesar de muito jovem, sinto em Pierre uma confiança muito grande. Ele é aquele tipo de pessoa que sempre tenta fazer o melhor do meu lado e ver como posso se aperfeiçoar como piloto e como pode se sair melhor. Eu diria que isso não mudou em Pierre. Ele é o mesmo piloto que veio ser meu paciente quando ainda estava na Red Bull. Apesar dele dizer que não há menos pressão na Toro Rosso, uma vez que o piloto continua sendo um piloto da Red Bull. Há uma mudança e há um responsável por isso: Franz Tost.

 

   Na Bélgica, de volta ao cockpit da Toro Rosso, Pierre Gasly recomeçou uma caminhada rumo ao seu objetivo na F1.

 

Inclusive o dirigente já manifestou o desejo de permanecer não apenas com Pierre, mas também com Daniil para 2020. Ele diz que não precisa ensiná-los e que talvez eles tenham ido à Red Bull um pouco cedo demais, ponderando que seu ideal é trabalhar com os pilotos por um período de três anos, mas que sabe bem como as decisões são tomadas por Helmut Marko.

 

Franz Tost abordou recentemente eu uma entrevista algo que eu e Pierre já havíamos falado, de que ele não estivesse confortável com o comportamento do carro, lembrando que ele também sofreu dois acidentes nos testes de inverno e isso poderia ter afetado a sua confiança. Apesar de Pierre afirmar que não se sentiu desconfortável após os acidentes, talvez ele e o carro não tenham “encaixado” e em outras sessões falamos sobre isso, inclusive citei exemplos de grandes pilotos como Gerard Berger e Rubens Barrichello que passaram por isso.

 

   Com Franz Tost, o ambiente é outro. Ele, também austríaco como Marko, absorveu a latinidade dos italianos da Toro Rosso.

 

Uma das coisa que tem feito bem para Pierre é poder voltar a trabalhar na Itália. Ele comprou um apartamento em Milão no ano passado, antes mesmo de se mudar para a Red Bull, e está dividindo o tempo nesta temporada entre Normandia e Bolonha. Eu brinco que ele agora tem uma viagem muito mais curta, da qual Gasly ri – ele por ver o lado bom dessa mudança.

 

Outra coisa que Pierre diz deixá-lo mais à vontade é o ambiente. Segundo ele, além do profissionalismo há um sentimento de paixão de todos os mecânicos e engenheiros e um pouco mais como a cultura italiana de lá e o espírito de família italiano é algo que ele sente fortemente na Toro Rosso. Ter um ambiente mais “leve” deixa o trabalho mais fácil e esse calor humano italiano tem sido fundamental.

 

   O ambiente na Toro Rosso é leve e o entendimento com Kvyat é bom. Tost procurou e conseguiu manter a dupla para 2020.

 

Uma das críticas que Helmut Marko deixou nas entrelinhas, mas evidente, foi que Pierre não deu o retorno que eles esperavam na Red Bull. Há um ditado que meu avó falava de que as vezes é preciso dar um passo atrás para poder dar dois passos adiante e a volta para a Toro Rosso tira dos ombros uma obrigação de resposta em um determinado nível, apesar de que, em termos de performance, Pierre está se saindo melhor do que Alexander vinha conseguindo. Talvez ele tenha “encaixado melhor” com o carro da Red Bull.

 

O que vejo é um Pierre muito tranquilo e focado no trabalho da Toro Rosso. Confiante de que pode oferecer o melhor desempenho para a equipe, entregar o melhor de ele e para a equipe fazendo corrida por corrida e aperfeiçoando-se, buscando a consistência de extrair o máximo do carro da Toro Rosso.

 

   Pierre é da mesma geração de Anthonie Hubert e Charles Leclerc. É um campeão em potencial e vai encontrar o caminho.

 

Pierre hoje está feliz de onde está com a equipe e com a maneira como eles tem trabalhado nos finais de semana, com os engenheiros e o que você recebe do carro e também com o trabalho na equipe, na Itália. Assim como ele foi visto um dia e há não muito tempo, eu ainda vejo Pierre como um potencial campeão do mundo.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares