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Fechando novembro com chave de ouro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 01 December 2019 20:28

Alô galera que lê os Nobres do Grid... salve Jorge!

 

Depois de dois textões quilométricos, com o final da temporada as coisas vão se acalmando, com poucos calendários em andamento, mas nem por isso deixamos de ter emoções e muito menos grandes corridas e vitórias brasileiras, na pista e no console (?). Mas ainda deveremos ter brasileiros na pista na Ásia e na América do Sul.

 

Como vimos, a grande maioria dos campeonatos das categorias de base acabou no bimestre setembro/outubro e mesmo com muitos bons resultados dos nossos pilotos, desta vez não tivemos comemoração de títulos nas pistas norte americanas e europeias como tivemos em 2018, com Enzo Fittipaldi e Caio Collet, mas isso não é fato para desmerecer o trabalho e o esforço de nenhum dos nossos pilotos, muitos deles estreando em novas categorias, o que vai se repetir em 2020.

 

2020 ainda será um ano para ficarmos sem pilotos na Fórmula 1, mesmo com Sérgio Sette Câmara conseguindo os pontos necessários para a super licença. Falta a vaga necessária e principalmente o “empurrão financeiro” necessário para colocá-lo em um cockpit, mas o seu trabalho é reconhecido e ele renovou contrato como piloto de testes da McLaren para 2020, mesmo sem o acordo comercial da equipe com a Petrobras.

 

A temporada da F4 nos Estados Unidos teve como grande final uma rodada dupla, ao invés da regular rodada tripla, mas o palco era simplesmente o Circuit of the Americas, o COTA, como preliminar da Fórmula 1. Era um final com roteiro definido, uma vez que Joshua Car já havia conquistado o título por antecipação, mas era a chance desses garotos correrem diante dos chefões da categoria onde a grande maioria deles sonha em estar um dia.

 

O longo traçado e o péssimo asfalto, com ondulações maiores que as lombadas aqui das vias de Volta Redonda mexeu bem com o grid na classificação para a corrida do sábado, com novas caras e nomes alinhando nas primeiras posições, o que vinha sendo lugar cativo dos brasileiros. Kiko Porto, que pouco precisava fazer para garantir o vice campeonato marcou apenas o 7° tempo e dividiria fila com o “Rookie” Guilherme Peixoto, o 8°, que por sua vez estava exatamente na frente de Arthur Leist, que largava em 10°.

 

  Guilherme Peixoto monstoru muita velocidade e regularidade, sendo um dos melhores calouros da categria este ano. 

 

Na corrida 1 a história foi outra e os brasileiros mostraram do que eram capazes. Kiko Porto, Guilherme Peixoto e Arthur Leist escalaram o pelotão, com o piloto pernambucano alcançando a liderança antes da metade da corrida, que por ser em um longo circuito, teve apenas 10 voltas. Contudo, a duas voltas do final, um toque na defesa da liderança o tirou da prova e quase comprometeu o final de semana.

 

Guilherme Peixoto também fez uma grande corrida, algumas excelentes ultrapassagens e acabou sendo o brasileiro melhor colocado na prova com o 4° lugar. Arthur Leist também fez uma grande corrida e cruzou a linha de chegada na 6ª colocação, com ambos somando bons pontos para tentar melhorar suas respectivas posições no campeonato.

 

   Arthur Leist fez mais uma grande temporada na F4 norte americana, ficando no Top 5 da categoria.

 

A classificação da corrida 2, apesar de ser uma rodada dupla e não tripla como de costume, seguiu a regra do campeonato, sendo considerada a melhor volta em corrida na corrida 1 para a definição do grid. Com isso, o melhor brasileiro no grid foi Guilherme Peixoto, largando em 7°. Arthur leis conseguiu apenas a 12ª posição e Kiko Porto teria que largar apenas em 14°.

 

Apagadas as luzes vermelhas, o que se viu foram três situações distintas para os brasileiros. Arthue Leist teve uma corrida discreta e não conseguiu ir além do 11° lugar. Guilherme Peixoto largou bem e foi pra cima dos adversários, chegando ao terceiro lugar, mas um problema de freios o forçou a abandonar faltando duas voltas para o final. Kiko Porto fez seu show a parte e atropelou o pelotão para chegar em 5° lugar e garantir o vice campeonato. Mas nesta etapa, não tivemos brasileiros no pódio, algo que vimos nas etapas anteriores.

 

   Velocidade, vitórias e grandes resultados levaram o pernambucano Kiko Porto ao vice campeonato da F4 USA em 2019.

 

Joshua Car terminou a temporada com 299 pontos, seguido de Kiko Porto com 220, Christian Brooks com 209, José Blanco com 158 e Arthur Leist fechando o top 5 com 154 pontos. Guilherme Peixoto foi o 6° com 107 pontos e o 2° melhor entre os novatos, atrás de Christian Brooks.

 

Como acontece há décadas, o GP de F3 de Macau é uma verdadeira “copa do mundo” da categoria. Pilotos de diversos campeonatos da categoria no mundo inteiro e até mesmo pilotos de outras categorias de fórmula que aceleram espremidos entre guard rails em um traçado de 6 km, em muitos pontos bem mais estreito que as ruas de Mônaco e Baku.

 

O evento – que também tem corridas do WTCR e uns malucos que correm de motos – tem um grid de 30 carros e este ano o Brasil foi representado por Felipe Drugovich, que disputou o FIA F3 este ano e Enzo Fittipaldi, que disputou o europeu da categoria.

 

   Com curvas em 90 graus e estreitas, as confusóres sempre acontecem em Macau. Este ano não foi diferente.

 

Nos treinos, são feitas duas sessões de treinos livres e depois duas sessões classificatórias. Diferente do que acontece em outros lugares e que já teve na Fórmula 1, ainda tem uma “corrida classificatória” antes da “hora da verdade”, como fala o Téo José. O tempo dos dois treinos classificatórios é somado para formar o grid da corrida classificatória, disputada no sábado.

 

Foi nessa que Enzo Fittipaldi se deu mal. No treino 2, quando acelerava para marcar sua volta rápida, um acidente praticamente fechou uma das curvas e com isso, Enzo teve que largar em 30° e último na corrida classificatória. Todos com tempos próximos, Felipe Drugovich largou em 16°, no meio do pelotão que ia se espremer cerca 1300 metros adiante, em uma “esquina”... a primeira de muitas do traçado.

 

   Depois de vir fazendo uma corrida em acensão, ultrapassando vários adversários, Felipe Drugovich errou sozinho e bateu.

 

E não deu outra! Justamente na curva que mencionei, um toque entre os carros que vinham entre a 6ª e a 9ª posição, todos embolados, e veio uma daquelas cenas de youtube... um engarrafamento de fórmulas e um caminho aberto pelo cantinho da pista. Felipe Drugovich ficou mais ou menos na mesma, saindo do enrosco na 18ª posição, mas Enzo Fittipaldi teve a sorte que faltou na classificação e pulou para 15°. Logicamente, o safety car foi para a pista para que o traçado fosse limpo.

 

Com a bandeira verde, na relargada, depois de duas voltas, Felipe Drugovich ganhou uma posição, e na passagem para a volta seguinte, mais uma, indo para 16°. Na sexta volta, David Schumacher foi para os boxes e os brasileiros subiram uma posição. Na volta seguinte, Drugovich superou Fittipaldi pela 14ª posição. Na volta seguinte ele foi para 13°, mas na busca para subir para a uma posição melhor, Felipe Drugovich acabou errando e bateu de frente em uma barreira de pneus. Enzo Fittipaldi terminou em 14°, um grande avanço para quem largou na última posição e, depois da batida, a classificação final de Felipe Drugovich foi a 27ª posição.

 

   Um dos poucos trechos largos é a sequéncia de retas que os pilotos fazem de pé cravado antes da primeira "esquina"...

 

No domingo tivemos a corrida (a valendo o troféu, pódio, champagne, etc.). O grid foi formado pela classificação da corrida do sábado, sem inversão do grid entre os primeiros. Seriam 15 voltas, pouco mais de 90 km de extensão para a definição do campeão deste ano. Felipe Drugovich largou na 27ª posição, castigado pelo acidente que sofreu, sozinho, depois de fazer uma grande corrida até a 8ª volta.

 

Apagadas as luzas vermelhas, Enzo ganhou uma posição na largada e herdou uma com o abandono do campeão da F3 FIA Robert Shwartzman, indo para 12°. Drugovich foi cauteloso e passou na primeira volta em 29°. Fittipaldi ganhou mais uma posição no final da 1ª volta, mas foi ultrapassado por dois oponentes na reta e caiu para 13°.enquanto Drugovich começava a sua tentativa de milagre de escalar o pelotão inteiro.

 

   Enzo Fittipaldi não conseguiu se impor no grid em Macau, tendo uma participação bastante discreta.

 

Na 4ª volta, um acidente mais grave colocou o safety car na pista. Com isso Enzo subiu para 11° enquanto Drugovich ia para 26°. Tres voltas depois, com direito a entrada de um caminhão com grua na pista, tivemos novamente bandeira verde. Enzo relargou muito mal e caiu para 14° enquanto Drugovich manteve a posição. O Virtual Safety Car foi acionado na 10ª volta para a retirada do carro de Sophia Floesch. Foi só por uma volta e a disputa recomeçou. Na retomada, Drugovich foi para 24°... o penúltimo entre os que ainda continuavam na corrida. Nas voltas finais, Enzo Fittipaldi perdeu rendimento e caiu para 16°, posição em que completou a prova. Felipe Drugovich foi o 24°.

 

A decisão da Fórmula 2 – o campeonato – já teve sua definição na etapa passada, com o título de Nick De Vries, mas para o brasileiro Sérgio Sette Câmara a rodada dupla nos Emirados Árabes seria decisiva para conseguir os pontos necessários para conseguir a sonhada superlicença e poder assumir um lugar em um carro da Fórmula 1 já em 2020. Para isso, seria necessário terminar o campeonato pelo menos em 4° lugar.

 

As coisas começaram muito bem para o piloto mineiro da equipe DAMS com a conquista da pole position, que contou com a providencial ajuda de uma saída de pista do sempre enrolado Sean Gelael, que provocou uma bandeira amarela logo depois do brasileiro completar sua volta rápida, o que impediu os adversários de tentar superar sua marca. Com a pole position, Sette Câmara garantiu 4 pontos importantes na sua busca pela superlicença.

 

   Após uma má largada e o rápido desgaste dos pneus super macios, Sette Câmara precisou fazer uma corrida de recuperação.

 

Na corrida do sábado, contudo, a largada fez a torcida brasileira colocar as mãos na cabeça. Apagadas as luzes vermelhas, Sérgio Sette Câmara largou mal e quase foi engolido pelo pelotão. Por sorte e com uma recuperação rápida, conseguiu segurar a terceira posição, mas logo a situação se mostrou interessante, com uma parte do pelotão (Sette Câmara entre eles) com pneus super macios e outra parte com pneus macios.

 

Com alta degradação, os carros com pneus supermacios perderam rendimento já na 3ª volta e Sette Câmara foi superado, saindo do pódio antes mesmo pit stop, que os pilotos que largaram de super macios foram em massa na 7ª volta, assim que os pits foram abertos. Com isso o brasileiro caiu para 8ª posição, com apenas um carro entre os que fizeram a parada naquela volta à sua frente e tendo 24 voltas para cumprir com pneus macios, os mais resistentes do final de semana.

 

   Depois de uma demonstração sensacional de velocidade e consistência, Sette Câmara foi para o alto do pódio na corrida 1.

 

Foi nessa fase da corrida que Sérgio Sette Câmara mostrou-se o melhor piloto do sábado, com um ritmo seguro, soube economizar pneus para nas dez voltas finais aumentar o ritmo, superar adversários, inclusive Deletraz, que tinha pneus trocados na mesma volta que ele e, não deixando os pilotos que estavam com a estratégia inversa a sua conseguissem voltar à sua frente ou mesmo conseguissem vir a atacá-lo. Foi a primeira vitória de Sette Câmara na corrida do sábado na F2 e com o resultado, independente da corrida do domingo, ele não pode mais ser alcançado pelo 5° colocado no campeonato e garantiu a superlicença.

 

Na corrida do domingo, com os 8 primeiros largando com o grid invertido, Sérgio Sette Câmara teria que largar na última posição da quarta fila e, além de adversários rápidos à sua frente, havia um desafio extra para ele e para os demais, que era fazer 22 voltas, sob sol, com o asfalto muito mais quente que no sábado, com pneus que mostraram um alto grau de degradação na corrida do sábado, disputada com luz artificial.

 

   Largando em 8° no domingo, Sette Câmara fez outra grande corrida, escalou o pelotão e foi novamente ao pódio.

 

Dada a largada, Sette Câmara largou bem, diferente do que fez no dia anterior, mas foi conservador, evitando disputas mais intensas de posição nas primeiras curvas. Com sua comprovada capacidade de conservar melhor os pneus que seus adversários, volta a volta, pouco a pouco o brasileiro foi ultrapassando os adversários e, caso não acontecesse o acionamento de dois “safety car virtuais”, talvez o mineirinho tivesse brigado pela vitória novamente. Terminou em 3° lugar em seu melhor final de semana na temporada, no o 4° lugar no campeonato (204 pontos), num final embolado com Luca Ghiotto (207) e Nicholas Lattifi (214).

 

Fora da pista, no campeonato de Gran Turismo virtual, outro mineiro de pé pesado (e dedos rápidos), Igor Fraga, que venceu o campeonato da categoria no ano passado chegou nas semifinais este ano na disputa individual – e ele lamentou, humildemente, dizendo que errou – mas conquistou o título por equipes com a Toyota, ao lado de Tomoaki Yamanaka e Rayan Derrouiche, em mais uma temporada de automobilismo virtual.

 

   Igor Fraga voltou a dar show este ano no mundial de automobilismo virtual e levantou mais um campeonato.

 

É isso aí, galera, a coluna deste mês foi mais curta, mas não faltou emoção e velocidade. No mês que vem, vamos falar de futuro, de pra onde vão nossos pilotos em 2020. Já tem gente com o caminho definido.

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos