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A necessidade de recalcular a rota no automobilismo brasileiro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 18 December 2019 20:30

Caros Amigos, para os meus estimados leitores que tem mais de 40 anos de idade, em muitos casos os nossos carros tinham um acessório quase imprescindível nas grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte: o Guia de Ruas, que normalmente comprávamos nas bancas de revistas.

 

Uteis, práticos, grossos, ocupavam boa parte do espaço destinados as luvas (o chamado porta luvas) que raramente – eu pelo menos jamais vi – carregavam luvas, quando os departamento de trânsito alteravam sentidos das ruas, costumava causar algumas reclamações por parte dos motoristas. Muitas vezes, era preciso comprar um guia atualizado.

 

Isso é algo do passado. Depois do GPS, não precisamos mais dos grossos livros que eram nossos guias, não apenas na cidade, mas também nas estradas. Com os aplicativos e a conexão quase global da internet, mesmo outras informações tornaram-se de fácil acesso, exceção feita quando o motorista precisa de uma bússola.

 

Eventualmente ouvimos a mensagem “Recalculando Rota” e em seguida, indicações como “siga na direção noroeste” até um determinado ponto. Como a imensa maioria dos veículos  carros não tem bússolas instaladas no painel (não conheço algum que tenha, mas é possível que exista), o que deve fazer o motorista? Ele deseja levar seu carro a um determinado destino e, diante da informação recebida, vai ter que agir para alcançar seu objetivo. 

 

Nas últimas semanas o público em geral que acompanha o automobilismo no Brasil está assistindo, lendo e ouvindo mensagens de “Recalculando Rota”. Contudo, em alguns casos, não parece haver perspectiva de que o dispositivo apontará para algum caminho que leve o motorista (ou os motoristas) a algum destino que possa ser compreendido como algo bom ou positivo, mas talvez, para alguns, haja um caminho.

 

Foi com grande pesar que no início de dezembro fomos oficialmente informados que a etapa do Campeonato Mundial de Endurance, programada para ser disputada no dia 1° de fevereiro de 2020, havia sido cancelada por parte do organizador do evento sob a alegação de que o promotor local não conseguiu apresentar as garantias financeiras para a realização da prova.

 

A promotora brasileira, Duduch Motorsports, tinha um contrato assinado de 6 anos para realização do evento no Autódromo Internacional de Interlagos e – ao menos nas nossas esperanças – de que, com entendimento e ajustes com a empresa que comanda a categoria poderíamos tentar manter a etapa para a temporada seguinte, mas na semana passada foi divulgado a prévia do campeonato da temporada 2020/2021 e o Brasil não estava lá.

 

De forma surpreendentemente lamentável, vimos jornalistas profissionais em atitude jocosa e incompreensível, desdenhando das pessoas que tentaram trazer o evento de volta ao país, de outros veículos de mídia que estavam realizando as transmissões da atual temporada ao vivo para o Brasil e comemorando a não vinda do WEC para a temporada seguinte. Parece que essas pessoas esquecem que vivem do esporte a motor.

 

Nesta semana a emissora de televisão que detém (ou detinha) os direitos de transmissão das etapas da Fórmula Indy anunciou que não mais transmitiria o evento em 2020. Esta, assim como outras emissoras, que estão há alguns anos reduzindo seus investimentos, chegou a informar que um retorno futuro seria possível, mas que para 2020 as transmissões estariam suspensas, tanto no canal de sinal aberto quanto no por assinatura.

 

No último final de semana enviamos nossos dois mais experientes integrantes da equipe para o final da temporada da Stock Car e o diretor executivo da categoria, Carlos Col, mostrou que a categoria para 2020 irá passar por alguns ajustes para poder continuar mantendo seu alto padrão de qualidade. Neste ano, algumas equipes deixaram o grid e antes mesmo do final do ano, alguns grandes patrocinadores anunciaram que deixariam a categoria.

 

Ainda temos um outro assunto, mais delicado, que está sendo tratado com muito cuidado por parte da nossa redação e que – especificamente – a mensagem do “Recalculando Rota” continua sendo repetida.

 

O automobilismo brasileiro precisa de muito compromisso, entendimento e visão de negócios para conseguir sobreviver e prosperar em um país com uma economia praticamente estagnada. Bons exemplos existem, mas é preciso mais racionalidade e menos vaidade para que se consiga seguir na direção correta.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

Last Updated ( Wednesday, 18 December 2019 20:36 )