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Pilotos Absolutos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Friday, 14 February 2020 19:56

Sem nenhum demérito aos pilotos de hoje e sem nenhum questionamento de certo ou errado, sei que nunca mais teremos “Pilotos Absolutos”, foi-se a época em que o Piloto de corridas era o senhor absoluto de tudo que acontecia no seu carro e na sua equipe. Totalmente responsável pelas ações que seu time deveria tomar em relação ao seu veículo e até mesmo nas estratégias de prova. Não havia computador, telemetria ou qualquer sistema capaz de substituir a sensibilidade de um piloto, que em uma “tri-harmonia” emocionante (homem, máquina e pista), conseguia ter conhecimento técnico e sensibilidade para chegar nos boxes e dizer: “dê 2 clicks no amortecedor que ficará ótimo”, e esses 2 clicks de repente lhe trazia a pole position.

 

Outros tempos. Hoje as corridas são muito tecnológicas além de serem burocráticas (muitas regras). Ainda tem seus desafios, os Pilotos continuam sendo muito importantes, talvez a parte mais importante desta engrenagem, mas a paixão e o prazer em pilotar não são mais os mesmos. E isto não é exclusividade da Fórmula 1, acontece em qualquer categoria, aqui no Brasil, atualmente, não vejo um só piloto que não tenha pelo menos um Coach, para dizer-lhe o que fazer. (que saudades dos Pilotos “Jurássicos”).

 

   A "brincadeira" da narrativa e das reações na foto talvez soassem como algo absurdo de se fazer em um tempo que eles faziam.

 

Há pouco, lendo uma matéria sobre a Fórmula 1, notei que ao contratarem um piloto, este fica quase escravizado com tantos compromissos que parece não sobrar tempo para fazer o que mais gosta, pilotar. Volto a dizer, sem nenhum questionamento de certo ou errado, mas com reconhecimento da realidade, sinto que nunca mais teremos Pilotos Absolutos, pilotos que antes de mais nada tinham prazer pela profissão.

 

Lembro-me dos nossos antigos pilotos que ao chegarem à Formula 1, tornavam-se ídolos nacionais e eram invejados (no melhor dos sentimentos), por todos os automobilistas brasileiros, e vejam que não falo apenas dos nossos principais expoentes, Emerson, Piquet e Senna, falo de todos que de uma forma ou de outra, mostrando pura competência, chegaram lá, ou para correr, ou apenas para fazer testes. Quem conhece automobilismo tem estes pilotos como ídolos até hoje, eu falo de Roberto Pupo Moreno, Ingo Hoffman, Chico Serra, Gugelmim, Raul Boesel, Tarso Marques, Maurizio Sala, Alex Dias Ribeiro e tantos outros. É fato que a nova geração, Rubinho, Massa, Zonta, Di Grassi e os demais também tem o seu valor, mas jamais conheceram ou conhecerão o prazer de ser um “Piloto Absoluto”, correr pelo prazer de correr. Talvez uma das expressões mais claras em relação a este sentimento tenha sido a resposta de Nelson Piquet quando perguntado por um repórter, para quem dedicaria o seu primeiro título de Fórmula 1?

 

“dedico a mim mesmo, fui eu que trabalhei e me esforcei para chegar até o título”!

 

Uma pena essa evolução, mas é assim que é! Sinal dos tempos. Feliz somos nós que de alguma forma participamos ou vivenciamos os bons tempos do automobilismo.

 

Sergio Berti

(Automobilista desde 1975)