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A Identidade do Cobra PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 05 April 2010 03:18

 

Quando se fala dos AC SHELBY COBRA sempre aparece a dúvida de um e outro sobre a procedência dos automóveis, se inglesa ou americana ou se ambas.

Apesar de nunca ter corrido em Indianápolis, o Shelby Cobra tem lugar na galeria dos carros expostos no museu do motorspeedway. 

 

A propósito a título de curiosidade, quem disse inglesa acertou. Em princípio o AC Cobra, mais conhecido como Shelby Cobra, é um carro esporte desenhado e produzido na Inglaterra durante a década de 60, até início de 64, totalmente, e mais tarde, daí até 67 em perfeita sintonia entre ingleses e americanos, mas sempre montado na Inglaterra.

 

Do mesmo modo, como inúmeros pequenos montadores de carros esportivos ingleses, a AC fez varias tentativas quanto a escolha do motor adequado para o seu carro de chassis tubular e carroceria feita à mão, com painéis de alumínio, até que decidissem pelo 2.600 cc. do Ford Zephir, o qual não se mostrou o ideal como esperado. Assim, testaram o motor Chrysler 331, 5.400 cc. V8 produzido pela Bristol na Inglaterra até que em 1961 sua produção foi descontinuada. Este fato, então, deixou a AC sem qualquer opção, até setembro de 1961, quando a pequena montadora foi procurada por um americano chamado Carol Hall Shelby, quem a consultou sobre a possibilidade de adaptar o AC Cobra para receber um motor V8, ao que aquiesceu desde que Shelby conseguisse um motor compatível. Primeiramente, ele dirigiu-se à GM na expectativa a mesma pudesse fornecer-lhe motores, ao que foi rechaçado em virtude de que o carro poderia fazer concorrência com o Corvette.  Assim foi que a Ford apareceu no cenário fornecendo o motor Ford 260 HP de 4.200 cc., então, um novo motor de liga leve, bloco V8 de dimensões reduzidas destinados a alta performance/. Em janeiro de 1962 os mecânicos da AC Cars em Thames Ditton, Surrey, adequaram o protótipo, chassis CSX0001 a um Ford V8, 221 HP. Assim que testado e modificado o motor e a transmissão em fevereiro de 62, foram enviados para Shelby, em Los Angeles. 

 

A referida montagem não foi dificil em razão de que anteriormente tinha-se feito uso do motor do 2.6 cc. do Ford Zephyr, cuja experiência veio a ser um facilitador para a  maioria das adaptações necessarias para a colocação do pequeno bloco V8. A modificação mais importante foi a adoção de um diferencial mais forte para agüentar o motor mais potente. Todo o conjunto do trem traseiro adotado foi o do Jaguar E-Type, inclusive os freios a disco, como também a posição da caixa de transmissão para dar espaço a um bloco de maior dimensão que o do Zephyr.

 

 

Quem é um pouco mais velho certamente se lembra do filme em que Elvis era um piloto de corridas... seu carro era um AC Cobra! 

 

Os primeiros 75 AC Cobra Mark I foram montados com o motor  Ford 260 HP de 4.200 cc. Os demais modelos Mark I, 51 ao todo, foram montados com uma motorização mais potente de 289 HP de 4.700 cc. No final de 1962, Alan Turner, engenheiro chefe da AC implementou a última grande modificação no carro, adotando novo sistema de transmissão, cuja armação adotada foi a do MGB  e suspensão com molas transversais. Curioso é que a coluna de direção usada foi a do Volskswagen sedan. Em vista destas alterações a designação do carro  passou a ser Mark II, da qual  528 unidades foram produzidas até o julho de 1965, sendo que até esta data todos acabados nos Estados Unidos, tem sido o último, na Inglaterra, em Novembro de 1964.

 

Durante a maior parte dos anos de 1962 e 1963 as corridas nos Estados Unidos eram dominadas pelos AC Shelby Cobra, até que no final de 63 essa supremacia passou a fugir às mãos de seus construtores, os quais na tentativa de reverter a situação, tentaram adotar um motor mais potente, de 390 HP, mas sem sucesso pois o carro, no dizer dos entendidos tornou o carro “inguiável”. 

 

Em vista disso um novo chassi passou a ser desenvolvido e designado como Mark III. Tal desenvolvimento foi efetuado em cooperação com a Ford, mesmo em Detroit, com chassis reforçado, nova suspensão e sistema de arrefecimento mais robusto. Foram montados dois motores, um para uso urbano e outro para competição, respectivamente, o motor Ford 427, de 425 HP, 7000 cc., que atingia a velocidade máxima de  262 km/h, e o mesmo preparado com 485 HP, chegando a  290 km/h ".

 

 

Em 1964, o Shelby Daytona era um carro quase imbatível, graças ao acordo entre Carol Shelby e a Ford para equipá-lo com um V8.

 

A produção deste carro iniciou-se em janeiro de 1965. Anteriormente, em outubro de 64, dois protótipos foram enviados para os Estados Unidos, e acabados nas oficinas do Carol Shelby. Durante os anos de 65 e 66 um total de 300 Mark III foram enviados para os Estados Unidos, incluindo os de competição, 27 foram montados e vendidos na Europa – AC 289. Como a produção naqueles anos deixou de atingir o número de unidades exigidas pela FIA os carros não foram homologados, mas mesmo assim participaram de inúmeras corridas, não sob a bandeira da equipe oficial Shelby, mas por particulares, e principalmente nos Estados Unidos, isto até os anos 70.

 

É fato interessante que 31 modelos de competição não foram comercializados na época e mais tarde foram transformados para uso urbano e chamados de 289 S/C. Atualmente, esses são os mais procurados por colecionadores, pois mais raros e valiosos, chegando a atingir valor por volta de US$1,5 milhões.

 

Um AC Cobra, 1962, foi vedete na Infineon Historic Cars Racing, em 2008. Atualmente o carro ainda é montado sob encomenda.

 

Muito embora tivesse uma significativa carreira em competições o AC Cobra foi um insucesso financeiro, razão pela qual a Ford e Carol Shelby descontinuaram a importação dos carros ao final de 1967. No entanto, a AC continuou a produzir o AC 289 até o final de 1989, quando aparentemente fechou suas portas.

 

De lá pra cá, depois de uma vitória judicial referente ao uso no nome Cobra, Carol Shelby, através da Shelby Automobiles, Inc. deu continuidade à manufatura do Shelby Cobra FIA 289 e do 427 S/C em sua fabrica localizada em Las Vegas, Nevada, USA. Esses carros mantem a fidelidade de estilo, mas com componentes atualizados, de seus antecessores originais dos anos 60.

 

 

Geraldo C. Meirelles

30 - 03 - 2010

 

 

 

Last Updated ( Friday, 09 April 2010 03:43 )