Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Essa coluna que tem sido gigantesca em volume de informações para vocês com as atividades dos nossos pilotos precisou pisar forte no freio por conta do coronavírus que está tomando conta do mundo e paralisou os campeonatos de automobilismo que deveriam estar começando em março. Quando voltaremos a ter corridas, ninguém sabe, mas a gente continua ligado no que acontece fora das pistas e em torno dos nossos pilotos, inclusive, com excelentes notícias em tempos de más notícias por conta da incerteza de quando os campeonatos irão começar, como serão reorganizados os calendários das categorias e como tudo isso vai impactar nas equipes como empresas que elas são. No interior de São Paulo temos as grandes festas de rodeio como Barretos (que eu já fui) e Jaguariúna, onde os peões de boiadeiro montam em touros bravos para domá-los e agora em março os destaques nos rodeios são os dois pilotos mineiros Sérgio Sette Câmara e Igor Fraga. Pra quem não entendeu a comparação, a gente explica. Depois de sair da McLaren como piloto de testes, trabalho que fez o ano passado e com o apoio do colega de equipe na Fórmula 2 em 2018, Lando Norris, e com o parceria com a Petrobrás, encerrado no ano pasado, o mineirinho foi foi anunciado como piloto reserva e de testes da Red Bull e da Alpha Tauri. Algo que, com a cabeça dos dirigentes da equipe e com a pressão sobre os pilotos titulares, pode jogar Sette Câmara dentro do cockpit da equipe B dos taurinos. Esse é, na verdade, um retorno de Sette Camara à Red Bull, depois de uma passagem no programa de desenvolvimento de pilotos (situação parecida com a de Brandon Hartley, que correu na Toro Rosso recentemente) em 2016, quando ainda estava na Fórmula 3 Europeia e não obteve os resultados esperados por Helmut Marko, chefão do programa e conhecido por ser um moedor de carne e de cérebro dos pilotos. Falando sobre aquela época, Sette Câmara sempre afirmou que não estava pronto para trabalhar em um ambiente com tanta pressão, e amadureceu bastante desde então. Seus companheiros de equipe dos últimos dois anos na Fórmula 2 já são titulares, mas em situações bem distintas. Lando Norris é piloto do programa de talentos da McLaren e se mostrou uma grande promessa para a equipe, enquanto Nicholas Latifi, que se prepara para estrear na Williams nesta temporada, teve a vaga garantida pela grana do papai. A entrada no programa da Red Bull já rendeu um fruto (com caroço) para Sette Câmara. Assim como aconteceu com Pierre Gasly, o mineirinho vai disputar a veloz e competitiva Super Fórmula japonesa pela equipe B-Max. A foto de divulgação, com o carro já totalmente adesivado com os patrocínios do brasileiro é o #50, que no site oficial da categoria está como sendo o carro Pietro Fittipaldi, mas que – segundo noticiado, por conflito de patrocinadores – desistiu da disputa. Pietro já conquistou com a F3 asiática os pontos que precisava para a superlicença. É uma categoria difícil. São os monopostos mais rápidos do mundo, depois da F1 e a B-Max não é a equipe mais forte. Pelo contrário. No ano passado ficou em 8° lugar no campeonato de construtores. No ano anterior, foi a última classificada, sem que seu piloto (que correu com o mesmo #50), Katsumasa Chiyo, conseguisse marcar nenhum ponto. O desafio é grande e a Red Bull não costuma ser tolerante com resultados que não atendam suas expectativas. Ainda assim, nos testes feitos entre 24 e 25 de março o mineirinho andou bem, chegando a estar entre os 6 primeiros no seu primeiro contato com o novo carro. Além de Sérgio Sette Câmara, o outro mineirinho, que deu um show no Toyota Racing Series, conquistando o título de forma sensacional, também foi anunciado como piloto do programa Red Bull a partir deste ano. Para quem sabe de como as coisas são difíceis para ele, que vem correndo atrás de patrocínio desde quando corria no Brasil, é uma vitória e tanto. Na base do “se vira nos 30”, ele que tem feito de tudo nas pistas reais e virtuais, depois de vencer o primeiro Mundial do famoso game Gran Turismo (que estampou sua marca na lateral do carro do brasileiro no Toyota Racing Series), único campeonato virtual homologado pela FIA (entidade máxima do automobilismo), e de fazer o mesmo no McLaren Shadow, campeonato realizado pela equipe britânica de F1. Apoiado pela empresa japonesa Polyphony Digital, desenvolvedora do jogo best-seller Gran Turismo, Igor Fraga continuará sua carreira no automobilismo virtual. O brasileiro foi o primeiro campeão do FIA Nations Cup (2018) e conquistou o FIA Manufacturers Series no ano seguinte, ambos no Campeonato Mundial de Gran Turismo. Em conjunto com a gigante dos jogos de corridas virtuais, o brasileiro vem fazendo história ao abrir um novo caminho para jovens pilotos ingressarem no automobilismo real. Estourando o prazo para entregar minha coluna, na manhã desta quinta-feira, 26 de março foi oficializado uma coisa que a gente já sabia e até já tinha anunciado aqui na Coluna. Pietro Fittipaldi será, por mais um ano, piloto de testes da Haas, onde o empresário Carlos Slim coloca uma parte do budget da equipe. Junto com Pietro, estará o francês Louis Delétraz. Pietro tem uma vantagem sobre o francês, que é o fato de já ter em suas mãos a cobiçada superlicença, com os 40 pontos somados por seus resultados nos últimos anos, com os últimos pontos conquistados no campeonato asiático da F3. Enquanto isso, Delétraz continua correndo atrás dos pontos e vai para mais uma temporada na Fórmula 2. Mas o fato de Pietro não estar assinado para competir em nenhuma categoria pode ser ruim. No ano passado ele participou do DTM, mas pela equipe com menos recursos entre as 4 da Audi. Quando correu em uma equipe melhor, substituindo outro piloto, conseguiu andar entre os primeiros e marcou a grande maioria dos seus pontos, inclusive com um 5° lugar. Sem querer “secar” os outros, o Grosjean e o Magnussen vão precisar bater um no outro algumas vezes para Pietro ter uma chance. É isso aí, galera. Espero que eu tenha alguma coisa para escrever no mês que vem. Um abraço a todos, Genilson Santos |