Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
A saúde financeira em tempos de Coronavírus PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 08 April 2020 20:01

Caros Amigos, em meio a turbulência que o coronavírus vem causando nos mercados financeiros, a vida de que trabalha neste seguimento – como é o caso deste humilde colunista – o dia a dia das últimas semanas está sendo um verdadeiro “carrossel de emoções” (para usar o título de um filme muito antigo).

 

Vendo o encolhimento do comércio mundial, a redução do transporte marítimo, países produtores de petróleo reduzindo suas produções por queda de vendas, aviões parados, com aeroportos desertos apontam para um processo recessivo inevitável.

 

A saúde das empresas em todo mundo vai ser abalada e, certamente, o meio de serviços não essenciais como o entretenimento (onde podemos colocar as competições esportivas de uma forma geral neste leque) vai ser um dos mais atingidos. Como promotores e donos de equipe vão manter seus compromissos de honrar compromissos com seus colaboradores – de executivos e engenheiros a mecânicos e faxineiros – vai ser um desafio sem tamanho e em cada país, cada realidade, cada categoria, este desafio tem um espectro igualmente sombrio.

 

Nesta semana o diretor da McLaren Zak Brown fez uma previsão, digamos, apocalíptica sobre a Fórmula 1, prevendo a falência de até quatro equipes entre as que hoje estão no grid, um contraste com o recente anúncio de que a Aston Martin estreará (ou estrearia) na categoria em 2021, o que não faria muito sentido com as mudanças do regulamento postergadas para 2022. Honestamente, achei o argumento do dirigente um tanto fraco... e explico:

 

A Fórmula 1 tem hoje 10 equipes no campeonato: Mercedes, Ferrari Red Bull, Renault, Alfa Romeo, Haas, Racing Point, Alpha Tauri, McLaren e Williams. A Mercedes, a Ferrari, a Renault e a Alfa Romeo são braços esportivos de grandes montadoras mundiais, assim, teoricamente, mesmo com a crise na economia mundial, a menos que venha uma ordem das mesas diretoras destes grupos, estas não entrariam em falência.

 

As duas equipes taurinas – Red Bull e Alpha Tauri – são braços esportivos de uma das maiores (talvez a maior) empresa de bebidas energéticas do mundo e são um dos maiores “outdoors” que a empresa em sua estratégia de marketing possui. Falência? Pouco provável, mas uma “venda estratégica” da chamada “equipe B”, comandada por Franz Tost poderia ser algo possível? Sim, pode. Mas isso não seria uma falência.

 

A Racing Point é a equipe do bilionário Lawrence Stroll, pai de Lance Stroll, que “comprou a equipe para seu filho” ter uma chance melhor do que estava conseguindo como piloto pagante na Williams. Uma falência é algo que passa longe da família Stroll. O mesmo pode se dizer da equipe de Gene Haas, que pode deixar a categoria por não ter atingido seus objetivos, mas que não seria uma insolvente em potencial. Seu proprietário é o dono de um grupo poderoso nos Estados Unidos, tem uma forte equipe na NASCAR e também não passaria por uma falência.

Restam as duas equipes que ainda podem ser chamadas de “garagistas”: a McLaren e a Williams. Ambas tem, há anos, grandes empresas de tecnologia e as equipes de Fórmula 1 passaram a ser “uma parte do negócio”. Com o limite orçamentário que entrará em vigor no ano que vem, de 175 milhões de dólares, a melhor possibilidade de recuperação – no caso mais específico da Williams – não seria o melhor motivo a levar a equipe de Frank Williams a fechar as portas.

 

Na próxima semana, pretendo abordar o ponto de vista do que temos em andamento aqui no Brasil, onde a falta de definição em relação ao quando e como o automobilismo nacional retomará seu caminho, mas ainda falando sobre Fórmula 1, acabo de receber a notícia diretamente do Canadá de que a etapa da F1 que seria a primeira do ano também já foi adiada e – para mim, se tivermos temporada, esta etapa não vai acontecer em 2020, dentro da análise que fiz há duas semanas. Assim, somamos Austrália, Mônaco e Canadá na minha lista, com sérios riscos de Brasil.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva