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Corridas virtuais, incertezas reais e uma triste notícia PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 27 April 2020 00:54

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que protegidos dentro de suas casas, obedecendo às determinações da Organização Mundial da Saúde para o combate ao COVID-19 e não passando vergonha no débito e no crédito como esse povo que nega as medidas de isolamento.

 

Mesmo com todas as incertezas que vivemos, esta semana que passou a Copa Truck e seu evento de apoio, a Copa HB20, afirmaram em seus sítios na internet que as programação para 9 etapas foi mantida... claro que ainda é cedo para definir datas, mas fico imaginando como farão 9 etapas em – vou ser otimista – 7 meses com a logística usada no Brasil, que inviabiliza mais de uma etapa por mês. Espero que dê certo.

 

Esse domingo tivemos mais uma etapa do eNASCAR iRacing Pro Invitational Series, com a luxuosa participação da lenda Jeff Gordon – o que fez com que a prova tivesse a curiosidade de 2 carros com número 24, o 24 branco ficando com o atual ocupante William Byron e o 24 amarelo (na tabela da corrida chamado de 024) com Jeff Gordon. Jeff até começou bem a prova, andando no pelotão da frente em sua estreia no mundo das corridas virtuais da NASCAR, mas foi envolvido no primeiro “big one” da corrida, com danos que o obrigaram a um reset no carro, ou seja, ele retornaria com o carro “novo” mas lá no final do pelotão. No final da prova, mais um “big one” e Jeff Gordon acabou em 38º lugar... essa posição não retirou o sorriso da face do tetracampeão da categoria, que elogiou bastante o realismo da competição. A vitória ficou com Alex Bowman, em um emocionante duelo final com Corey LaJoie (2º) e Ryan Preece (3º) que rendeu um “three wide” na chegada. O vencedor das duas últimas provas, William Byron, terminou em 6º e o Top 10 foi encerrado por Kyle Busch (8º), Kurt Busch (9º) e Daniel Suarez (10º). Percebi que os pilotos mais experientes com os carros “reais” ainda estão se acostumando a esse universo virtual, mas estão “pegando a mão” da coisa, pelo que a molecada como Garrett Smithley (4º), Landon Cassill (5º) e Brennan Poole (7º) pode se preparar para possivelmente perder essas boas posições nas próximas etapas...

 

Agora, curioso foi o que aconteceu com Denny Hamlin: ele esqueceu de trancar a porta do cômodo onde estava, a filhota de 7 anos entrou no meio da corrida pra falar com o pai, e enquanto ele tentava dizer que não dava pra atender naquele momento acidentalmente a filhota desligou o monitor... fica a lição, Mr. Hamlin, corrida virtual só com a porta trancada. Coisas de “home office”...

 

E não é só nossa vida que a quarentena bagunçou... imagine só aqueles pilotos que estavam dependendo da temporada 2020 para definir seus contratos futuros? É o caso de Valentino Rossi, que em uma entrevista na página oficial da MotoGP afirmou ter esperança de continuar a correr em 2021... mas onde? Ele contava com as primeiras 5 ou 6 corridas para decidir a respeito do futuro... corridas essas que não aconteceram, e pessoalmente duvido que aconteçam antes de agosto. Então ele vai ter que tomar a decisão de continuar correndo (no caso na equipe Petronas Yamaha SRT) ou abandonar a categoria sem esse tempo para analisar a outra equipe nas pistas... desejo boa sorte para ele. Opinião absolutamente pessoal, sempre acho que um grande campeão como ele deve abandonar no momento em que percebe que sua competitividade está diminuindo. Michael Schumacher fez isso quando estava na Ferrari, mas aí resolveu voltar para piorar a média dos seus números. Valentino já tem equipe própria em categorias de acesso, seria melhor para ele sair antes que a imagem dele para as novas gerações fosse a de um veterano que só disputa posições intermediárias. Enfim, que ele faça a melhor escolha, e de maneira sábia.

 

Entrei no sítio da WorldSBK para me informar... e vi uma foto de uma motocicleta com as cores da bandeira brasileira: como parte da tarefa de produzir conteúdo em uma fase sem corridas, fizeram uma lista com as mais sensacionais vitórias únicas na categoria, e relembraram a brilhante vitória de Alexandre Barros na primeira corrida de Imola em 2006, na qual ele largou em 8º, caiu para 11º e veio recuperando posições até assumir a liderança com uma manobra ousada sobre um tal de James Toseland, que “quase” não sabia nada de pilotar as motos dessa categoria... excelente lembrança.

 

Por falar em bastidores, Sebastian Vettel estaria procurando fazer um novo acordo com a Ferrari antes da temporada 2020 começar... se é que vai dar pra começar... enfim, boa sorte para os envolvidos.

 

E infelizmente mais um grande nome da história do automobilismo nos deixou: Ricardo Divila, cujo estado de saúde já me preocupava na coluna passada, faleceu na manhã deste sábado vítima de complicações do AVC e problemas no pâncreas. Eu confesso que um dos poucos motivos nos últimos tempos que me mantinha com conta no Twitter era justamente o Divila, que mesmo quando fazia piada com alguma coisa era uma pequena aula de engenharia ou de história do esporte a motor... foram 74 (faria 75 dia 30 de maio) anos bem vividos, com muitas contribuições para o esporte a motor. Além dos primeiros 4 carros da equipe Fittipaldi, ele entregou seu talento para equipes como Ligier, SARD, Dome e NISMO, essa última o braço desportivo da Nissan, seja nos projetos de Endurance na LMP1 ou na GT3. O currículo dele era impressionante: 286 corridas de F-1, 25 provas de Indy, 32 participações nas 24 Horas de Le Mans e 5 ralis Dakar. Resquiat in pace, gênio das pranchetas, godspeed.

 

Até a próxima, espero que sem novo necrológio.

 

Alexandre Bianchini