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Chuva, desafios e caça-cliques PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 22 June 2020 08:39

Olá leitores!

 

Graças à chuva deste domingo em Talladega fiquei sem aquilo que seria o carro chefe da minha coluna dessa semana... mas ao menos os meus caros leitores podem ficar tranquilos que não farei como certo badalado portal de jornalismo automobilístico tapuia que, à falta de assunto, começou a fazer matérias “polêmicas” apontando pilotos do passado da Fórmula 1 que ainda são elogiados hoje em dia como “superestimados”, dentre eles Gilles Villeneuve... a respeito de Gilles, fico com a mais competente e profunda análise feita pelo respeitado jornalista Mark Hughes, publicada no site britânico The Race dia 13 deste mês de junho, mostrando através da análise das vitórias que ele conquistou que, por trás da aparência de piloto “loucão” e excessivamente arrojado, existia um piloto que era capaz de ler as condições da pista, do carro e dos pneus para obter a vantagem necessária. Ele corria mais riscos que o necessário? Com certeza. Mas quando não arriscava em demasia, era muito mais competente do que as aparências mostravam. Enfim, “caçar cliques” não faz parte da minha personalidade.

 

E já que comecei mencionando a atitude de correr riscos, mais uma vez a grande lenda do esporte Alessandro Zanardi se encontra numa luta entre a vida e a morte... a primeira foi naquele forte acidente em Spa-Francorchamps pilotando Lotus em 1993; a segunda naquele terrível acidente ocorrido em Lausitzring em setembro de 2001, no qual perdeu mais da metade das duas pernas; agora, essa semana, estava treinando com sua handbike para tentar mais uma medalha de ouro nos jogos Paralímpicos de Tóquio ano que vem quando em uma curva a cerca de 50 km/h (uma velocidade razoável para um triciclo movido a força humana) perdeu o controle, alargou demais a trajetória e foi parar embaixo de um caminhão que vinha no sentido contrário. Para azar dele, isso aconteceu em uma região muito arborizada, o que atrasou um pouco a remoção via helicóptero para o hospital na cidade de Siena. Deu entrada no hospital com traumatismo craniano facial grave, rosto esmagado e fratura na testa. Por um lado, a descrição dos danos assusta. Por outro lado, é o Zanardi. Ele conseguiu sobreviver em um acidente (o de 2001) onde perdeu mais da metade do sangue do corpo. Tenho plena consciência que a chance de danos cerebrais é real, ele está sendo mantido em coma induzido para dar uma chance do cérebro se recuperar da forte pancada, e apenas saberemos a extensão dos danos quando ele acordar – ou se acordar... eu prefiro utilizar o quando, embora pela lógica não descarte o se. Enfim, esse colunista está na torcida para que o Zanardi saia de mais esse “perrengue” que a vida apresentou para ele.

 

A Fórmula 1, ainda nos preparativos para a abertura da temporada mês que vem na Áustria, vive aquele momento “colmeia de abelhas”: uns fazendo cera (equipe Haas, que avisou que não planeja atualizações no carro enquanto o calendário 2020 não estiver como definitivo e não tiver garantias de quanta verba a equipe irá dispor) e outros voando e zumbindo por aí (Hamilton, que com um monte de tempo livre resolveu dar uma de influenciador digital misturado com ativista de causas sociais e está se envolvendo em tudo que gere aparições na mídia e reverbere o nome dele). A coisa mais legal da semana foi a filmagem do Leclerc acordando a população de Maranello ao sair com o carro de corrida da porta da fábrica e dar um passeio pelas ruas da cidade logo de manhã cedo. De resto, infelizmente nada que mereça grandes comentários. O Grupo McLaren continua com dificuldades para fechar as contas (que talvez possa se refletir na equipe de F-1), a Williams continua à espera de um milagre, e o zum-zum-zum a respeito de uma possível (talvez provável) saída da Mercedes da categoria com a futura mudança no regulamento continua... nada muito empolgante.

 

Na MotoGP, Danilo Petrucci deve ir para a KTM em 2021 na vaga aberta pela ida do Pol Espargaro para a equipe HRC ano que vem. Que ele aproveite a chance... não sei se outra oportunidade de estar em uma equipe de fábrica aparecerá para ele. Não que ele seja ruim, longe disso, mas... ele passa a impressão de ser daqueles pilotos que, se a moto não estiver exatamente do jeito que ele quer, desanima. Outra opção que pode aparecer seria na Aprilia... afinal a marca está com um de seus pilotos suspenso (por enquanto) por 18 meses por conta de exame antidoping positivo para drostalonona, um esteroide para perda de peso vetado pela Agência Mundial Anti-Doping. E essa mesma Agência pretende apelar com a Corte Arbitral do Esporte para aumentar a pena do Iannone... vida dura essa. De qualquer forma, em sendo confirmada a extensão da pena, parece que a Aprilia estaria mais inclinada a assinar com o piloto de testes dela, Bradley Smith, para assumir a moto do italiano nesta temporada de 2020, mas não se fala nada – ainda – de 2021... a esperar os próximos capítulos da novela.

 

E na Fórmula E a Audi anunciou o substituto de Daniel Abt: René Rast será o companheiro de Lucas di Grassi nas últimas 6 corridas dessa temporada. Em minha opinião, ótima troca. Rápido e talentoso, assim que ele “se encontrar” no carro finalmente di Grassi terá um companheiro de equipe que consiga andar junto com ele, já que o filho do dono da preparadora estava lá por ser... filho do dono. Será uma grande oportunidade do brasileiro mostrar que é tão bom como ele mesmo diz ser.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini