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A eliminação do chumbo na gasolina PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 02 July 2020 21:04

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Quando a sociedade mundial começou a usar combustíveis fósseis como meio de geração de energia e de aplicação para meios de deslocamento de pessoas através de motores de combustão interna, a gasolina não era a primeira opção de uso.

 

O querosene é um hidrocarboneto líquido obtido através da destilação fracionada do petróleo. Esse combustível passou a ser produzido em escala industrial em 1859, quando Edwin Drake descobriu petróleo em Tutsville, nos Estados Unidos, e, através da instalação de uma refinaria rudimentar, fabricava o querosene. Muito utilizado na iluminação residencial, o querosene foi o derivado mais importante do petróleo até 1911, quando ocorreu a popularização dos automóveis com motores a gasolina. 

 

Antes dos motores a combustão interna começarem a ganhar espaço a gasolina era um subproduto do processo de refino e – acreditem – era considerado quase um resíduo, sem valor comercial até que a indústria automobilística começasse a se estabelecer e se popularizar. Mas a gasolina não era um “combustível perfeito” e desde o início do século XX já haviam estudos sobre como aumentar sua eficiência. O querosene ainda er o grande subproduto do petróleo, mas era tão necessário usá-lo em outras aplicações que a emergente indústria automotiva não procurou fazer “motores à querosene”.

 

Um homem teve um papel fundamental na história da gasolina... para o bem e para o mal. Este foi Thomas Midgley: brilhante químico e engenheiro mecânico que, ao longo de sua vida, conseguiu registrar mais de 100 patentes e ganhar o respeito da comunidade científica em sua época. Em 1915, Midgley iniciou sua carreira trabalhando para o Dayton Research Laboratories, laboratório subsidiário da General Motors.

 

 Thomas Midgley encontrou a solução para um dos maiores problemas do uso da gasolina nos motores de combustão interna.

 

A gasolina tinha um problema de autoignição e cabia a ele encontrar uma solução para a autoignição dos motores, ou seja, para evitar a avaria produzida nas bielas provocada quando a explosão da mistura de combustíveis ocorre antes da hora. A sua primeira proposta foi a de adicionar iodo ao combustível para tingi-lo de vermelho e, assim, alterar suas propriedades de absorção de calor.

 

No entanto, tornar a gasolina vermelha não deu certo, e Midgley, basicamente, começou a testar todos os elementos da tabela periódica até ele chegar ao “Pb” ou chumbo. Assim nasceu o Tetraetil-chumbo, um aditivo que eliminou o problema da autoignição e até melhorou um pouco o consumo dos veículos, mas criou uma dor de cabeça muito maior, que só depois de algumas décadas a sociedade mundial perceberia a gravidade dos efeitos.

 

A descoberta de Midgley melhorava a qualidade da gasolina muitas vezes e ao mesmo tempo aumentava o seu número de octanas. O último fator determina quão resistente e durável é a gasolina para a combustão espontânea durante a compressão. No processo de criação de álcalis e ácidos são adicionados ao combustível (em pequenas quantidades).

 

 Fórmula química do tetraetil-chumbo. O produto que nos anos 20 estabilizou a queima da gasolina nos motores.

 

O que não foi revelado é que este componente era terrivelmente nocivo à saúde. A sociedade só começou a ter ciência sobre os riscos do Tetraetil-chumbo após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, as tentativas reais de mudar a situação e parar com este tipo de poluição mundial do planeta foram realizadas apenas na década de 1970. Numerosos testes de laboratório provaram a nocividade do combustível usado tempo após tempo.

 

No começo da década de 70 iniciaram alguns movimentos em prol da eliminação do chumbo presente na gasolina. As razões principais para essa eliminação era a proteção da saúde da população e do meio ambiente. A emissão de gases pelos automóveis é uma das principais maneiras em que o chumbo fica exposto à população, causando contaminação. Estudos mostram que foram encontrados níveis mais altos de chumbo próximo a rodovias do que em locais mais distantes. Com isso as pessoas que moram em casas localizadas próximo a rodovias ficam mais expostas à contaminação por chumbo. Efeitos na saúde humana Estudos mostraram os efeitos da contaminação por chumbo na saúde das pessoas sendo que as crianças são as que mais sofrem com esses efeitos. Algumas consequências à saúde, pelo nível alto de chumbo no sangue.

 

Os principais resultantes da queima de combustível são os monóxidos de carbono, os hidrocarbonos e os óxidos de nitrogênio. O conversor catalítico presente atualmente, principalmente nos veículos novos, ajudam a reduzir essas emissões, pois ele converte a maior parte dos poluentes em CO2, vapor d’água, oxigênio e nitrogênio. Um dos principais motivos em se eliminar o chumbo na gasolina é pelo fato de que ele contamina o catalisador deixando-o ineficiente. Também compromete a sonda-lâmbda presente nos veículos mais modernos. Em 1995 cerca de 86% dos veículos novos movidos a gasolina no mundo possuíam Conversor Catalítico.

 

 A queima do Tetraetil-Chumbo na gasolina tinha um alto grau de nocividade e isso foi omitido do público consumidor.

 

Sem o chumbo restariam 3 opções: a) Modificar o processo de refino da gasolina para elevar o nível de Octanas (neste caso alguns países precisariam importar este combustível, devido ao pequeno número de refinarias, ou por não estarem preparadas fazer um refino mais eficiente); b) Acrescentar outros tipos de aditivos alternativos como Etanol e o Metanol; c) Reduzir o índice de Octana que é especificado para os veículos.

 

Mas uma mudança como esta não era algo simples a se fazer. Efetivamente, foi nos anos 80/90, graças aos pesquisadores das petrolíferas e laboratórios das universidades pelo mundo, eles conseguiram reduzir o nível de produção deste verdadeiro veneno e as mudanças começaram a ocorrer efetivamente. Em 1996 cerca de 80% de toda gasolina vendida no mundo já estava sem chumbo. O Brasil foi um dos primeiros países a fazer essa mudança. Com a facilidade na obtenção do álcool o chumbo foi totalmente banido da gasolina automotiva em 2002. O álcool, além de eliminar o chumbo, trouxe consigo algumas outras vantagens do ponto de vista das emissões dos veículos, além de ser fonte renovável de energia.

 

  Para ter uma melhor gasolina as refinarias tiveram que aprimorar seus processos para elevar o grau de octanagem.

 

Alguns países optaram pela mistura das duas primeiras opções. O uso de aditivos alternativos em substituição ao chumbo também pode trazer riscos a saúde da população e ao meio ambiente. O benzeno e outros aromáticos podem substituir o chumbo, porém existe certa preocupação pois o benzeno é cancerígeno. De um modo geral, é menos crítico usar o benzeno do que o chumbo, mas com dosagem mais baixa possível. Outros tipos de aditivos podem ser problemáticos, pois além de afetar diretamente a saúde da população, danificam o sistema de controle de emissões dos veículos e com isso favorecem a liberação dos gases que este sistema estaria controlando. Boa parte desses novos aditivos poderiam ser utilizados pois a liberação de substância nocivas seriam retidas pelo conversor catalítico.

 

A transição no Brasil e a situação mundial Buscando reduzir as emissões de poluentes dos veículos no Brasil, foi desenvolvida uma tecnologia própria que compreende na adição do etanol anidro à gasolina. Produto totalmente nacional, o etanol elimina a necessidade do uso do chumbo e ainda disponibiliza moléculas de oxigênio que melhoram a queima dos hicrocarbonetos e mantém a octanagem do combustível composto. O Brasil foi um dos primeiros países a deixar de usar o chumbo na gasolina automotiva, sendo que em 1992 ele estava totalmente eliminado da gasolina. A especificação brasileira define um teor máximo de 0,005g/L (gramas por litro de gasolina). Esta quantidade não significa tolerância com a presença do chumbo, é apenas o limite inferior de detecção do método ASTM D-3237. Significa dizer que em todas as especificações mundiais onde aparece o limite de 0,005g/L, a gasolina está isenta de chumbo. Sua presença é somente mantida na gasolina de aviação (aviões de pequeno porte não usam querosene, mas sim a gasolina de aviação.

 

  Ao contrario do que se vê em muitos países pelo mundo, o consumidor brasileiro tem muito pouca informação sobre seu combustível.

 

A escolha certa da gasolina é uma garantia de funcionamento de alta qualidade e duradouro. Tendo em conta os fatos apresentados, os proprietários de automóveis protegem a si próprios e ao mundo que os rodeia de substâncias venenosas. No Brasil, apesar do trabalho dos órgãos de pesquisa e produção, não chega informação ao público consumidor em geral.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça 
Last Updated ( Thursday, 02 July 2020 21:21 )