E aê Galera... agora é comigo!

A única coisa boa dessa porcaria (o adjetivo não era bem esse...) de pandemia é que as corridas ficaram mais próximas uma das outras. Temos corridas aos montes para ver nos finais de semana pra quem prefere corridas ao invés de futebol. Problema só quando a patroa (ou patrão) não acompanha.

Nesse final de semana passado tivemos uma corridaça em Interlagos. A abertura do Campeonato Brasileiro de Endurance foi a retomada oficial das competições no autódromo paulista, teve emoção até o final das quatro horas de corrida, com a disputa entre David Muffato e Nelsinho Piquet. Mas a corrida foi muito mais que isso.

O Brasileiro de Endurance é a categoria mais democrática que existe. Seguindo o modelo do que acontece pelo mundo, temos desde os protótipos tecnológicos, os carrões de GT3 e GT4 até outros protótipos mais simples. Tem lugar pra todo mundo, tem troféu pra todo mundo e o mais interessante é que a categoria é organizada por uma associação dos pilotos e donos das equipes. O “cara” à frente deles chama-se Henrique Assunção, que foi entrevistado no Nobres do Grid, mas que na entrevista deixa claro a importância da associação para o sucesso da categoria é a associação dos pilotos e o objetivo de “se divertir pilotando por horas e não por minutos como em outras categorias”. Estão todos certos!

 O Brasileiro de Endurance, a categoria mais democrática do automobilismo deu um show em Interlagos (Reprodução youtube).

A lamentar apenas a ausência de um ídolo meu nas pistas, Xandy Negrão, que não pode correr e também do super campeão Daniel Serra. Corrida boa é bom, com pilotos de ponta, melhor ainda!

Essa corrida deste final de semana vai abrir as portas para outras categorias e se cumprirem os tais “protocolos”, dá pra fazer corridas. O ruim (o advérbio não era bem esse...) é a impossibilidade do público ir para o autódromo. Eu que sou expectador de pista, que sempre fui ver corridas em Goiânia com a família, assim como todos, preciso me resignar, ao menos por enquanto.

Em Cascavel, onde a Stock Car não conseguiu correr quando planejava fazê-lo, tivemos a abertura da GT Sprint Race. A família Marques (lembro do perrengue – o advérbio não era bem esse – quando o caminhão da equipe na Stock Car queimou até o osso... e eles lideravam o campeonato) criou a categoria que “parecia um Clio anabolizado”. Depois um “Sandero”, mas este anos fizeram um carro irado, com cara de mau como este colunista que vos escreve, estiloso, leve e bem motorizado... e a melhor parte: um carro seguro e a um custo acessível.

 A GT Sprint Race fizeram duas ótimas corridas em Cascavel. Carros lindos, custo honesto e um bom grid (Reprodução Catve).

Trazer alguns “pilotos de peso” para forçar o desenvolvimento dos demais é um algo a mais que Thiago Marques está buscando. A corrida teve Thiago Camilo na pista e o plano é ter outros pilotos nas categorias seguintes. Ver o automobilismo brasileiro respirando mesmo espremido por uma crise de saúde público e de uma crise econômica. Foram duas corridas de 23 minutos com boas disputas, nenhum acidente grave, apesar dos acidentes na segunda corrida, foram apenas danos materiais e a certeza de que os Marques acertaram novamente na receita para o sucesso.

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

- Gostei muito das corridas da GT Sprint Race (vi no VT do Youtube, e muito bem narrada/comentada), mas aquele Safety Car com a bandeira amarela... Pô, custa muito caro um giroflex de capota?

- Chegou ao meu conhecimento que alguns “coleguinhas” ficaram revoltadinhos com minhas “pílulas” da semana passada. Se fizerem o trabalho direito, não tem que se preocupar. Se não fizerem, vai ter “pílula”!

- Quando reabrirem o acesso ao público para as corridas, comprarei um passe VIP para circular no Paddock (sem credencial do site ou de empresa de HC). Daí quem quiser falar comigo, pode chegar, olhar pra cima, e dizer o que pensa.

- Depois de ver aquela porta aberta no carro do Nelsinho Piquet no final da corrida em Interlagos, fiquei com o coração na mão (a anatomia não era bem essa...) com o que os “comissacos” podiam aprontar, com aquelas mudanças de resultado horas depois da corrida. Felizmente isso não aconteceu.

- Aê, galera da assessoria do Brasileiro de Endurance, seria legal ter as fotos no site da categoria após as etapas para divulgação do evento, especialmente em tempos de restrição aos colegas da imprensa nos autódromos.

- Renato Martins, meus votos sinceros de melhoras e uma recuperação desse perrengue que você está passando. Força!

Felicidades e velocidade,