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Valeu Tony, que pena Jimmie, tchau Globo, que mico, Ferrari PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 31 August 2020 08:47

Olá leitores!

 

Mais um final de semana com muitas corridas à disposição, das mais emocionantes às mais soporíferas, com destaque para a despedida oficial de Tony Kanaan das pistas da Indy (esse final de semana foi a última pista oval da temporada) e para o final da temporada regular da NASCAR.

 

Começando com a categoria rainha, que foi para uma das corridas mais sonolentas da história de Spa-Francorchamps, com no mínimo metade dos pilotos se preocupando em “economizar pneus” e deixando o pouco de disputa que teve para as posições sem pontuação ou com poucos pontos. A corrida foi tão chata, mas tão chata, que minha filha de 11 anos (que no geral gosta muito de assistir as corridas comigo) aproximadamente na altura da volta 10 começou a mexer no celular e na segunda metade da corrida já dormia a sono solto no sofá. Levando em conta que ela não dormiu nas corridas da Indy e da NASCAR, isso dá uma boa ideia de quão chata foi a prova. Arrependi-me de não ter gravado a mesma, seria um ótimo remédio para as minhas crises de insônia durante a semana...

 

Um parágrafo à parte merece ser dedicado ao Vergonhão Vermelho; uma das poucas músicas da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii que eu realmente gosto começa com a frase “O preço que se paga às vezes é alto demais”. Pois bem, o preço pago pela Ferrari para não ser desclassificada da temporada passada naquele acordo feito com a FIA por conta de uma “interpretação criativa” do regulamento de unidades de potência realmente foi alto demais. Talvez uma desclassificação do campeonato tivesse levado a caminhos completamente diferentes na concepção do motor e, certamente, o fruto desse caminho seria menos impotente que o motor do ano passado sem a “interpretação criativa”. O carro com motor Ferrari melhor posicionado foi o Alfa Romeo de Kimi Räikkönen, em 12º lugar. Nas 6 últimas posições, 5 carros com motor Ferrari. Para sorte de Binotto e sua gangue, não teremos público em Monza. Imaginem as faixas de protesto nas arquibancadas... ou pior, arquibancadas com livre acesso ao público pagante... sem torcedores da Ferrari, pois para ver esse espetáculo deprimente é melhor ficar em casa. Torcida de todos os outros pilotos, menos a torcida da Ferrari. Sem a pandemia, esse seria um cenário absolutamente possível. E para completar, essa temporada teremos 3 corridas na Itália (Monza, Mugello e Imola), para deixar o Vergonhão Vermelho mais Vergonhão ainda. Por oportuno, cabe lembrar que o único dia de treinos no autódromo de Imola será no sábado 31 de outubro, a.k.a. Halloween, Dia das Bruxas, como queiram chamar. Parece justo para com o Vermelhinho de Maranello...

 

Mais uma vitória extremamente fácil do Presidente do Diretório Acadêmico, que resolveu homenagear o ator Chadwick Boseman, vítima de câncer no cólon, que fez grandes papéis em filmes como King: Uma História de Vingança, Deuses do Egito, foi o intérprete de James Brown no ótimo Get On Up, mas que parece que será lembrado por um de seus papéis mais fracos, o do filme Pantera Negra. Enfim, condolências à família do Boseman, o cinema perdeu um grande ator. Quanto ao Presidente do DA, para não dizer que não teve trabalho algum teve que segurar o ímpeto do Sancho Pança, digo, Valtteri Bottas na primeira largada na freada da La Source e fazer uma trajetória defensiva na primeira vez que contornou a Les Combes... depois, foi só administrar. Nem mesmo a entrada do safety-car por conta da forte batida do Giovinazzi na barreira de pneus da saída da Campus (que acabou levando no embalo o George Russell, que vinha pouco atrás e não conseguiu se desviar do conjunto roda e braço de suspensão que acabou o atingindo e determinando a saída dele também da corrida) acabou sendo um incômodo para o Pelé da Fórmula 1, que ganhou mais uma corrida com facilidade absoluta, não importa o que o fantástico media training dele faça ele externar “preocupações” em “não terminar a corrida”... outra enorme vantagem dos pilotos de antigamente é que eles assumiam que a vitória tinha sido fácil, não ficavam criando “dificuldades” para valorizar seu trabalho na pista. Seu companheiro Valtteri Bottas (2º lugar) teve seu momento de Felipe Massa na época de Ferrari: pediu para a equipe para usar o modo de configuração de motor que libera uns cavalos a mais para tentar alcançar o Lewis... e recebeu um não como resposta. Claro que toda a imprensa raivosa tabajara que vociferava em altos brados contra a Ferrari na época irá passar o pano para o mesmo acontecendo na Mercedes... como diz o meme da atualidade, enfim, a hipocrisia.

 

Em 3º chegou Max Verstappen, mais uma vez o melhor dos “carros terrestres” (já que os carros da Mercedes definitivamente são tanto de “outro planeta” como os McLaren de 1988 ou o Williams de 1992), pouco mais de 15 segundos atrás de Hamilton. Fez uma corrida solitária, já que não era alcançado por quem estava atrás e não tinha carro para acompanhar os Mercedes. Esse sentimento de solidão na pista não foi compartilhado pelo seu companheiro Alexander Albon (6º), que teve algumas disputas de posição, a principal contra Ocon. Seja Max, seja Alex, ambos sofreram bastante com os pneus, talvez não um prognóstico muito alentador para semana que vem em Monza...

 

Em 4º e 5º lugares chegaram os carros da Renault, respectivamente Daniel Ricciardo e Esteban Ocon, que investiram em um acerto com pouca pressão aerodinâmica para ir mais rápido nos velozes setores 1 e 3 da pista. Deu certo, provavelmente o melhor resultado da equipe esse ano, infelizmente não bom o suficiente para o Ricciardo chegar ao pódio e fazer o Abiteboul pagar a aposta que fez com o Daniel, tatuando um desenho feito pelo piloto australiano... estou torcendo efusivamente por um pódio do Ricciardo só por causa dessa aposta.

 

Em 7º chegou Lando Norris, contente por ter conseguido avançar 3 posições do começo ao final da prova. Com uma ou duas voltas a mais na corrida, talvez tivesse conseguido chegar na frente do Albon... quem sabe em Monza? Seu companheiro Carlos Sainz Jr. nem chegou a largar, tendo o seu carro apresentado problema na unidade de potência logo na volta de instalação, deixando tanto o próprio piloto como a equipe fortemente desapontados. Vamos ver se consegue ter melhor sorte na Itália semana que vem...

 

Em 8º terminou Pierre Gasly, fazendo uma bela e consistente corrida com seu Alpha Tauri. Foi o único piloto que se arriscou a largar com pneus duros, e eu diria que sem o safety car provocado pelo acidente do Giovinazzi ele poderia terminar ainda numa posição melhor. Foi disparado o melhor piloto na segunda metade da corrida, fato reconhecido pelo público na votação do Piloto do Dia. Fez questão de dedicar os pontos ao amigo Antoine Hubert, morto ano passado em um acidente em Spa. Seu companheiro Daniil Kvyat (11º) escolheu outra estratégia de pneus e se arrependeu, enfrentando dificuldades com o desgaste da borracha no final da prova.

 

Em 9º e 10º terminaram os carros da Racing Daddy, digo, Racing Point, respectivamente Lance Stroll e Sérgio Pérez. Apesar de alguns erros de estratégia vindos dos boxes, que influenciaram negativamente o resultado do Pérez, e do desgaste acentuado dos pneus do Stroll – que fizeram ele cair no final do 7º posto para o 9º lugar – terminar a corrida com os dois carros pontuando sempre é positivo para uma equipe do pelotão intermediário.

 

Semana que vem a primeira das provas italianas, vamos torcer por uma corrida menos sonolenta...

 

Esse sábado acabou a temporada regular da NASCAR, e o ponto triste foi a não classificação de Jimmie Johnson para os playoffs em sua temporada de despedida da categoria. Em compensação tivemos uma corrida de alto nível, que conseguiu passar os 2 primeiros segmentos (ambos vencidos por Joey Logano) sem uma única bandeira amarela causada por acidente, e mesmo o tão esperado “big one” dos superspeedways só veio perto do final da prova. Vitória merecida (e muito esperada) de William Byron, que na prorrogação fez uma grande largada, segurando o ímpeto do Denny Hamlin e conquistando sua passagem para os playoffs. Em 2º lugar chegou seu companheiro de equipe Hendrick Chase Elliott, apenas 119 milésimos de segundo atrás do vencedor, seguido por Denny Hamlin em 3º, Martin Truex Jr. em 4º e com Bubba Wallace fechando o Top-5. O campeão da temporada regular foi Kevin Harvick, que com isso leva 10 pontos de vantagem para os playoffs sobre o vice campeão da temporada regular, Denny Hamlin. Pela ordem de pontuação, os outros 14 classificados são: Brad Keselowski, Joey Logano, Chase Elliott, Martin Truex Jr., Ryan Blaney, Alex Bowman, William Byron, Austin Dillon, Cole Custer, Aric Almirola (o primeiro dos classificados sem vitória), Clint Bowyer, Kyle Busch, Kurt Busch e Matt DiBenedetto.

 

E também tivemos provas da Indy, rodada dupla na simpática pista de Gateway, as últimas provas em circuito oval da categoria. No sábado um “salseiro” logo na largada, causado por afobação. Como o líder adotou um ritmo lento antes da bandeirada de largada, o pessoal lá atrás quis “dar o pulo do gato” e acabou que o novato Oliver Askew bateu na traseira do Simon Pagenaud, que acertou o Alexander Rossi e acabou envolvendo no enrosco o Marco Andretti, o Ed Carpenter e o Zach Veach. Após a limpeza da pista e da relargada, Will Power e Patricio “Pato” O’Ward dividiram entre si a maioria das voltas lideradas, até que na última rodada de paradas para reabastecimento e troca de pneus Scott Dixon assumiu a liderança, onde permaneceu até o final da corrida em que pese o forte ataque protagonizado por Takuma Sato nas últimas voltas, terminando a corrida apenas 14 centésimos de segundo atrás do Dixon. 7 segundos atrás do líder chegou o 3º colocado, O’Ward, coroando uma grande corrida. Após um bom tempo entre os 10 primeiros colocados, Tony Kanaan terminou a prova em um ótimo 9º lugar, levando em conta a precariedade do equipamento da equipe de A.J. Foyt. Já no domingo o pessoal resolveu usar o cérebro durante a largada, e a prova começou e decorreu com boas disputas mas sem incidentes. Tanto que a única bandeira amarela da corrida foi acionada a 3 voltas do final, causada por Takuma Sato, que não abandonou a corrida mas acabou causando a bandeirada final com o ritmo ditado pelo pace car. Vitória de Josef Newgarden, que no final da prova resistiu bravamente aos ataques de “Pato” O’Ward. Sinceramente, a vitória ficou em boas mãos, assim como teria ficado se “Pato” tivesse vencido. Em 3º lugar chegou Will Power, e dessa vez Tony não conseguiu fazer milagres com o limitadíssimo equipamento que tinha nas mãos, terminando em 19º lugar.

 

Para encerrar, algumas palavrinhas a respeito da notícia bombástica da semana passada: após décadas sendo a emissora oficial da categoria no Brasil, a Rede Globo informou que não renovará o contrato de retransmissão para 2021. A cotação irreal do dólar perante o real (fruto da incompetência da equipe econômica do desgoverno tapuia) e os cortes de custos promovidos pela emissora nos últimos tempos levaram a esse rompimento. Primeiramente devo ressaltar que desde ano passado parece que era um fardo pesado a transmissão da categoria pela emissora: quando você chega a cortar transmissão do pódio na TV aberta para o transmitir no site ou no aplicativo de celular parece que algo de errado está acontecendo. A vontade parecia já existir, a crise econômica apenas deu aquele empurrão para se livrarem do “fardo” Fórmula 1, aquela coisa que atrapalhava o noticiário futebolístico das manhãs de domingo. Provavelmente ficaremos sem transmissão para o Brasil, já que as outras redes de TV aberta não parecem ter a verba necessária para a compra dos direitos de transmissão e, no tocante aos canais por assinatura, os que transmitem esportes sem ser os da própria Globo (ESPN e Fox Sports) hoje pertencem ao mesmo dono em sua matriz (Disney), e mesmo sendo o Fox Sports a transmitir a categoria para o restante da América Latina, não parece que estejam dispostos a fazer um adendo para incluir o Brasil nesse pacote. Provavelmente a saída será assinar (em dólar) o pacote de transmissão do próprio site da Fórmula 1, a preços que estarão fora do alcance de parte considerável da população (eu incluso). Vamos ver como serão os desdobramentos. E assim como não existe nada 100% bom, também não existe nada 100% ruim: é lamentável a saída da categoria da TV aberta no Brasil, mas pensando por outro lado... saber que não ouviremos mais alguns “comentaristas especializados” não deixa de ser uma boa notícia.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini