Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesta semana nós “voltamos a nossa programação normal”. Vamos ter corrida em três continentes, uma vez que até começar a coluna ainda não tinha a confirmação se Sérgio Sette Câmara iria correr no Japão ou não, mas ainda na sexta-feira o mineirinho postou nas suas redes sociais que estava em Sochi. Com isso, na iremos “viajar para o Japão” para seguir a Superformula. Antes de começar, precisamos comemorar a ótima notícia que de que Gianluca Petecof tem dois novos patrocinadores, que vão garantir sua continuidade na equipe Prema no campeonato da Fórmula Regional Européia, onde lidera a pontuação, e tem grandes chances de título. A Americanet, empresa de comunicação e internet por fibra ótica e a Matrix Energia vão estampar suas marcas no macacão e no carro #10 do brasileiro. Mas vamos acelerar com nossos pilotos na F2, na Renault Eurocup e na Fórmula Regional Américas. F2 em Sochi Os pilotos, após um final de semana sem corrida nossos pilotos seguiram para a Russia, para a antipenúltima etapa do campeonato em Sochi. Nos treinos livres que se saiu melhor foi Pedro Piquet, com o 7° tempo. Felipa Drugovich ficou em 11° e Guilherme Samaia foi o 22° neste circuito que tem características de um circuito de rua, mas com um asfalto e larguras e velocidades de um autódromo convencional. Na manhã da sexta-feira (no Brasil), início da tarde na Russia, os pilotos foram para a pista buscar a melhor condição de classificação. Como de costume, foi naquele esquema de dias metades das tentativas e no “break” dos 15 minutos, Felipe Drugovich estava com o 8° tempo, melhorando em relação à manhã. Pedro Piquet não conseguiu repetir sua performance e ficou em 14° enquanto Guilherme Samaia era o 18°, ficando provisoriamente à frente de Jean Alesi e com 3 pilotos não conseguindo marcar voltas rápidas. Faltando 10 minutos eles começaram a voltar para a pista para fazer uma nova tentativa de melhorar seus tempos. A princípio, pontos de ultrapassagem não são problema em Sochi. Felipe Drugovich parecia não conseguir sair dos boxes, mas na estratégia da equipe, eles só foram para a pista nos 5 minutos finais. O Brasileiro era o 13° naquele momento, enquanto Pedro Piquet era o 16° e Guilerme Samaia o 21°. Quando partiu para a volta rápida, no minuto final, Pedro Piquet chegou a estar com o 10° tempo, mas foi caindo até a 12ª posição. A tática da equipe MP não funcionou e Drugovich ficou apenas em 16°. Guilherme Samaia foi o 22 °. No sábado, os pilotos brasileiros estavam lá, em um horário diferente do que estamos acostumados, mas prontos para mais uma corrida. Apagadas as luzes vermelhas, os pilotos aceleraram tudo para a longa distância até a primeira freada forte e o risco de acontecer algo era enorme. Não deu outra. Uma grande muvuca envolveu uma meia dúzia de pilotos e sobrou para Pedro Piquet, que perdeu a asa dianteira. Na confusão da curva 2, Felipe Drugovich teve a suspensão avariada e foi forçado a abandonar a corrida logo no início. O safety car foi acionado e isso permitiu os que conseguiram levar os carros danificados para os boxes, mesmo indo para o fundo do pelotão, diminuir o prejuízo. Foi nessas paradas que vimos o carro de Felipe Drugovich, mas a avaria no carro foi além da asa dianteira e o piloto paranaense teve que abandonar. Piquet voltou com toda a confusão na 17ª posição, mas não teve tempo de alcançar o pelotão. O atraso para o 16°, Guilherme Samaia, era de mais de 25s. A bandeira verde veio na terceira volta e desta vez os pilotos foram mais tranquilos e as voltas restantes das 28 voltas programadas. Samaia, largando na última fila, estava com pneus amarelos, os mais duros dos oferecidos para tentar uma estratégia diferente. As paradas para quem largou com pneus roxos, os mais macios começara na 6ª volta e isso poderia ter colocado Piquet numa boa condição caso a equipe tenha trocado seus pneus na parada com safety car. Na volta 10, Piquet era o 14°. Samaia, com seus pneus mais duros, era o 9°, mas teria que parar obrigatoriamente. Pedro Piquet foi espremido na curva 2 e teve a asa frontal arrancada. isso comprometeu sua corrida completamente. Os créditos na transmissão não davam a parada de Piquet com feita. O regulamento obriga que os pilotos façam um determinado número de voltas ante de fazer a troca obrigatória de pneus e isso obrigaria Piquet a parar novamente. Piquet só parou na volta 26 e voltou em 17°, exatamente atrás de Guilherme Samaia, que havia parado algumas voltas antes. Assim terminou um péssimo sábado para nossos pilotos, o que complicaria também a corrida do domingo. No domingo, naquele horário habitual, e com a temperatura do ar e da pista mais altas que no sábado, nossos pilotos voltaram para a disputa da corrida curta, com todos tendo que fazer uma corrida soberba para tentar marcar algum ponto. Guilherme Samaia largando em 16°, Pedro Piquet em 17° e Felipe Drugovich em 20°. A esperança é sempre a última que morre e temos que torcer pelo bom resultado e por uma curva 2 tranquila, com 21 voltas tranquilas. Largando na sua melhor condição este ano, Guilherme Samaia envolveu-se em um incidente na curva 2 após a largada e abandonou. Apagadas as luzes vermelhas, não tivemos uma confusão como a do sábado, mas tivemos a baixa de Guilherme Samaia, que foi atingido na complicada curva 2 e com problemas na roda dianteira direita (tinha sido sua melhor largada na temporada). O safety car não entrou naquele momento e enquanto Pedro Piquet fez uma grande largada e uma super primeira volta, subindo para 11°, Felipe Drugovich, evitando problemas, ficou em 20°. O safety car virtual foi acionado na volta 2 para a retirada dos carros. A bandeira verde voltou na volta seguinte e Drugovich marcou a volta mais rápida, tentando se recuperar, mas não seria fácil. Pedro Piquet estava sendo o nome do Brasil na corrida, forçando o erro de Armstrong e ganhando a 10ª posição na volta 6 e foi pra cima do pelotão que ia do 4° ao 10°. Uma disputa roda a roda entre Ghiotto e Aitken terminou num grande acidente, que destruiu a barreira de proteção no curvão em ferradura e a direção de prova acionou a bandeira vermelha. Pedro Piquet fez uma grande largada e vinha fazendo uma grande corrida e poderia chegar nos pontos se não fosse o fim da prova. A coisa foi séria, o estrago foi grande, com o carro de Ghiotto pegando fogo no meio da barreira. Apenas 7 voltas completadas. Piquet estava, naquele momento, após o acidente, em 8° e Drugovich em 18°. A barreira ficou destruída em uma grande extensão e a retomada da corrida dependeria de de um trabalho muito rápido da equipe de trabalho para retirar os carros e recompor a barreira. Durante a paralisação, saiu uma punição para Felipe Drugovich. 5s por exceder os limites da pista e levar vantagem. Devido a extensão do trabalho a ser feito, a direção de prova decidiu por encerrar a corrida e assim os pontos da corrida ficarão computados pela metade. Pelo regulamento, o resultado oficial é o de duas voltas anteriores e isso sendo mantido, Pedro Piquet voltaria para a P11, uma perda de 3 posições e ficando fora dos pontos. Um castigo para uma grande corrida que ele vinha fazendo, que já estava atacando Dan Ticktum, piloto à sua frente. O resultado oficial apresentou Piquet como o 9° colocado, sem os dois acidentados. Um final de semana difícil para os brasileiros. F. Renault Eurocup O palco da corrida neste final de semana era a pista que deveria receber um mar laranja de torcedores com a F1 em maio passado, o que foi frustrado com a pandemia. Zandvoort, com seus novos desafios após a reforma milionária que sofreu seria o palco de mais uma rodada dupla da categoria escola da montadora francesa, com Caio Collet na disputa direta pelo título deste ano. No treino do sábado, com apenas 20 minutos para marcarem seus melhores tempos para a corrida que aconteceria algumas horas depois, os pilotos encararam uma pista úmida pela chuva que caiu pouco antes. A bandeira vermelha foi acionada faltando 12 minutos para o fim do treino, com os carros tendo que voltar para os pits. Caio Collet ainda não tinha saído para pista até então. No novo circuito de Zandvoort Caio Collet não conseguiu fazer a Pole Position para a corrida do sábado. Levaram mais de 20 minutos para liberaram a pista e então foram todos para pista. Como o sol apareceu, a temperatura da pista iria melhorar e os tempos iriam baixar. E Caio Collet, na sua primeira volta rápida, estabeleceu a pole provisória. Mas a disputa com Victor Martins não seria fácil, como de costume. E o experiente francês encontrou o caminho melhor que os outros e colocou 127 milésimos de vantagem sobre Collet na disputa pela pole, com Collet ficando em 2°. O 3° ficou quase 1s atrás! Algumas horas depois os pilotos estavam na pista para a corrida 1, com os dois líderes do campeonato dividindo a primeira fila. Mas largada não aconteceu, com o carro de Hadrien David apagando no grid, o que levou os carros a dar uma nova volta de apresentação. Finalmente, sem maiores problemas, tivemos a largada para os 30 minutos mais uma volta e Collet largou melhor que Martins, mas não conseguiu tomar a ponta na freada da curva Tarzan. Sem conseguir tomar a ponta na largada, Collet viu seu concorrente direto vencer a corrida e ampliar a vantagem na liderança. Os dois líderes deixaram os demais concorrentes para trás, mas Victor Martins mostrou ter encontrado um melhor ajuste para a pista holandesa e foi colocando uma vantagem segura ante a Caio Collet. Os dois sumiram da disputa pelas demais posições, mas em momento algum depois das primeiras curvas houve uma real disputa pela liderança e Caio Collet teve que se contentar com o 2° lugar. O 3° colocado chegou mais de 15s atrás do brasileiro. Na classificação para a corrida do domingo, uma coisa tinha ficado clara: as ultrapassagens não eram fáceis em Zandvoort e largar na frente era fundamental. Com isso em mente, Caio Collet foi para o treino do domingo e dessa vez o tempo estava melhor e a pista não estava úmida como no sábado, uma nova chance para Collet recuperar os pontos para o líder do campeonato, Victor Martins. No treino do domingo, Caio Collet deu o troco no adversário e tomou a pole na última volta, já com o cronómetro zerado. Acelerando o que podia, na primeira metade dos 20 minutos de treinos cronometrados, o francês continuou sendo o mais rápido, com Caio Collet pouco mais de 1 décimo atrás, novamente os dois fazendo o diferencial na categoria. Faltando 9 minutos para o fim, novamente tivemos uma bandeira vermelha interrompendo o treino, mas desta vez não tão longa quanto a do sábado. Mas foi nos minutos finais que Caio Collet mostrou ser um piloto diferenciado. Naquele estilo, volta voadora com o cronômetro zerado, o brasileiro fez uma volta sinistra e enfiou 3 décimos de segundo no tempo do francês, tomando a pole para a segunda corrida e sem tempo para que seu adversário na disputa do campeonato conseguisse reagir. Agora era usar isso como golpe psicológico no adversário, tomar a ponta na largada e devolver a derrota na corrida de sábado. Depois de uma largada espetacular e impor uma vantagem segura ainda na primeira volta, ignorando a concorrência. O céu encoberto na hora da corrida não parecia ameaçar chuva, algo que poderia embaralhar a corrida. A largada era crucial para o resultado da corrida e quando as luzes vermelhas apagara, Caio Collet foi perfeito, tomou a ponta e deixou Victor Martins brigando com Paul Aron, o que o ajudou a abrir uma boa vantagem nas primeiras curvas. E aconteceu o melhor para o brasileiro, uma vez que o estoniano tomou a segunda posição. Martins recuperou a segunda posição no início da 3ª volta. Neste momento Collet estava com 2.5s de vantagem sobre o francês. Martins veio alucinado para tentar reduzir a diferença para Collet e tentar tomar a ponta. Collet mantinha a diferença em torno dos 2s na metade da corrida enquanto os demais corredores não conseguiam acompanhar o ritmo dos dois primeiros como foi na corrida de sábado. O pódio do domingo com Collet na posição mais alta, mostrando que está vivo na disputa pelo título. No terço final da corrida Victor Martins tentou uma nova sequência de voltas rápidas para diminuir a diferença para Caio Collet, mas o brasileiro respondeu bem, impedindo que francês tivesse sucesso e ia não só mantendo a diferença para o francês, mas conseguiu aumentar a diferença para a casa de 2.5s novamente até cruzar a bandeira quadriculada. Com os resultados, a diferença entre os dois continuou em 2 pontos, com 176 x 174, em favor do francês. Fórmula Regional Américas As coisas foram meio confusas em Sebring neste final de semana de rodada tripla com a chuva e seus efeitos, que alterou a programação dos treinos, adiou a corrida 1 e atrapalhou um bocado o colunista aqui. A situação do sábado foi bem complicada, mas o que aconteceu no treino foi também não foi muito simples: Victor Franzoni não conseguiu encontrar um melhor acerto para seu carro e ficou apenas com o 5° tempo. A rodada tripla em Sebring teve complicações que foram provocadas pelas chuvas, que alteraram as programações. Na corrida, na tarde do sábado, com a largada parada como são nas categorias de monopostos sob supervisão da FIA, apagadas as luzes vermelhas, Victor Franzoni largou bem e tomou a 4ª posição ainda nas primeiras curvas e foi em busca de um melhor resultado, conseguindo assumis a 3ª posição algumas voltas depois, mas a se levar em consideração o problema de Rinus Lundqvist, que depois de largar na pole teve problemas e não conseguiu fazer uma corrida dentro do seu usual. Choveu pesado novamente na noite de sábado para domingo e isso também complicou toda a programação do dia, com as corridas tendo seus horários alterados. No treino para esta corrida o trio mais velos da categoria ficou com as 3 primeiras posições, mas Lundqvist não conseguiu estabelecer a pole, que ficou com David Malukas. O sueco fechou a primeira fila com Victor Franzoni logo a seguir. Nas três corridas ficou clara a disputa entre os três líderes do campeonato, mas o líder não conseguiu ganhar todas. Apagadas as luzes vermelhas, enquanto os carros da primeira fila brigavam entre eles, Victor Franzoni aproveitou a disputa pesada para tomar a ponta. Depois de ter liderado por algumas voltas, o brasileiro foi alcançado por Lundqvist, que tomou a ponta e estabeleceu uma vantagem segura para garantir a vitória, com o brasileiro chegando novamente ao pódio, desta vez na segunda posição. Na parte da tarde, finalmente, tivemos a corrida 3, mas com a bagunça que rolou em Sebring neste final de semana, a transmissão só entrou na internet depois de ter sido dada a largada. No grid, com os tempos de volta da corrida anterior definindo o grid, Victor Franzoni largava na 2ª posição, ao lado de Linus Lundqvist, com David Malukas largando em terceiro. Victor Franzoni atacou quando era possível e defendeu-se quando era preciso para garantir 3 pódios nas 3 corridas disputadas. Apagadas as luzes vermelhas, Franzoni não largou bem e caiu para terceiro. A disputa no início entre os três primeiros, mas após algumas voltas o brasileiro começou a ficar para trás e longe dos dois primeiros, apesar de estar longe da briga pelo 4º lugar... que terminou em confusão entre Joshua Car e Jacob Abel acabou em bandeira amarela, com o carro do australiano ficando avariado e chamando a entrada do safety car. Três voltas depois tivemos a relargada e o brasileiro relargou muito bem, atacou David Malukas, mas não conseguiu ultrapassar, contudo, Franzoni ficou em cima do americano, mas não conseguiu a ultrapassagem... mas a pressão era grande e o brasileiro induziu Malukas ao erro e o homem saiu da pista. Melhor para Franzoni que tomou a 2ª posição. Malukas veio como um maluco atrás do brasileiro, mas não conseguiu recuperar o prejuízo. Com isso Franzoni conseguiu seu terceiro pódio, com outro segundo lugar. Com o fim da rodada tripla, Linus Lundqvist continua líder do campeonato com David Malukas em 2° com 174 e Victor Martins com 144. Com dois segundos lugares e um terceiro, Victor Franzoni diminuiu um pouco a diferença para o 2° colocado no campeonato. Essa semana foi animada e tivemos grandes corridas de Caio Collet e Victor Franzoni. Na semana que vem vamos ter mais ação e vamos continuar acelerando com nossos meninos. Concluímos assim mais um desafio e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos |