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Daniel Ricciardo saindo por cima PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 11 November 2020 22:24

Olá fãs do esporte a motor,

 

Não é preciso ter estudado psicologia para seber que cada pessoa é diferente da outra. Aquela frase de que “cada cabeça é um mundo” é uma das maiores verdades da humanidade e isso se aplica para tudo.

 

Cada paciente meu é uma pessoa com uma (ou mais de uma) necessidade diferente para atingir seus objetivos como pessoa e como profissional e como são pessoas diferentes com necessidades diferentes, a abordagem sempre será diferente. O terapeuta tem que saber ligar e desligar a “chave on-off” entre uma sessão e outra para conseguir trabalhar com o paciente da sessão seguinte.

 

Mentalizar a relação a cada momento e em cada ambiente é algo que não se aplica apenas ao trabalho de um terapeuta. Todos os profissionais em qualquer seguimento de trabalho precisa trabalhar isso para ter um bom ambiente e mesmo quando pensar em trocar de emprego. Sim, a hora de sair é tão importante quanto a hora de entrar, mesmo que, no “durante” algumas coisas não muito agradáveis aconteçam.

 

 Quando decidiu ir para a Renault, Daniel Ricciardo via no potencial da equipe francesa uma chance de chegar ao título na F1.

 

Quando voltou para a Fórmula 1, oficialmente como equipe, a Renault começou sem ter os resultados que queria, mas sabemos que é difícil fazer um carro vencedor do dia pra noite, com muito raras exceções. Depois de estabelecida como equipe média, ela foi buscar um piloto de ponta para dar o passo seguinte. Foi assim que Daniel Ricciardo foi contratado, depois dele ter visto seu espaço desaparecer na Red Bull com a chegada de Max Verstappen e, mesmo ele tendo melhores resultados até a metade da temporada de 2018, a aposta do time foi clara e evidente no novato.

 

As sessões com Daniel são quase sempre divertidas. Nem sentimos o tempo passar e mesmo com o “divã virtual”, aquele sorriso cativante emana uma energia muito positiva. Foi com esse espírito que ele chagou na Renault para a temporada de 2019, considerando a real possibilidade de fazer a equipe dar o passo que faltava, especialmente depois da promissora temporada de 2018. Contudo, o ano foi extremamente complicado e a equipe foi superada por outras adversárias no grupo das equipes médias.

 

 Preterido na Red Bull, onde foi piloto desde as categorias de base, com a chegada de Max Verstappen, conseguiram tirar seu sorriso.

 

O ambiente foi ficando tenso e algumas críticas – de parte a parte – surgiram, conseguindo até tirar do rosto de Daniel seu traço mais marcante. Afinal, como sorrir as coisas não estão acontecendo como nós esperamos que elas aconteçam. Nessas horas a capacidade de resiliência de Daniel é algo surpreendente, especialmente quando uma pessoa chega ao topo de um meio tão competitivo com é a Fórmula 1, é apontado como um potencial campeão do mundo e as coisas simplesmente não acontecem.

 

Como 2020 foi um ano (está sendo um ano) atípico, o período entre a não realização do GP da Austrália e a inatividade até o alinhamento para o GP da Áustria abriu espaço para muitas coisas e, entre elas, as trocas de pilotos na Ferrari, McLaren e Renault. Daniel anunciou sua ida para a equipe de Woking no mesmo dia em que Carlos Sainz Jr. teve sua contratação anunciada pela Ferrari.

 

 Mas as coisas na Renault não foram fáceis. No primeiro ano, muitos problemas, cobranças e comentários negativamente injustos.

 

A hora de sair de um trabalho também exige preparo e atenção. Afinal de contas, mesmo quando estamos indo para um novo emprego, é importante manter uma boa relação com todo o grupo de trabalho, manter uma boa atmosfera. Primeiro porque nunca se sabe quando existirá a chance de voltar em uma outra oportunidade (e no caso da Fórmula 1, retornos já aconteceram). Além disso, deixar uma boa impressão é certamente o melhor jeito de conquistar referências positivas para seu futuro.

 

Além das coisas ficarem mais leves no ambiente da Renault, tanto carro como motor tiveram melhoras para 2020 e isso ajudou a melhorar o ambiente. A relação de Daniel com seu chefe, Cyril Abiteboul, chegou ao ponto do francês aceitar uma daquelas coisas que só poderiam sair da cabeça de uma pessoa com o espírito de Daniel Ricciardo: uma aposta! Caso ele conquistasse um pódio para a Renault até o final da temporada, o dirigente francês teria que fazer uma tatuagem. A escolha do desenho ficando com o piloto, enquanto o engenheiro diria o local do corpo onde vai ser tatuado e o tamanho.

 

 2020 foi um ano atípico e a Renault melhorou. Daniel assinou com a McLaren mas continuou trabalhando com a sua alegria peculiar.

 

Este é o espírito que Daniel leva para onde vai: descontração, mas sem perder o foco e o profissionalismo. Ele e a Renault não conseguiram apenas um, mas dois pódios nessas últimas semanas, em Nurburgring e Ímola. Como nossa última sessão foi depois da corrida na Itália, não pude deixar de perguntar se agora seriam duas e não apenas uma tatuagem. Rimos muito, mas Daniel disse que o combinado era uma só (ele não me disse – apesar das promessas de jurar segredo – qual vai ser o desenho) e que seria algo espontâneo e divertido (ai meu Deus! Hahaha)... e que o Cyril está preocupado.

 

Daniel acha que fez o movimento certo ao assinar com a McLaren (que em 2021 voltará a receber motores Mercedes), uma equipe que vem se recuperando,que fez um bom carro para 2020 e que tem potencial de ser competitiva não apenas na próxima temporada, bem como nas temporadas seguintes, desde que o projeto do carro de 2022 seja bom. Uma aposta mais conservadora do que um “pagar pra ver” na Ferrari.

 

 2021 será um outro ano e, talvez, a última aposta de Daniel para o título. Algo que já se espera é uma equipe muito divertida.

 

Se somarmos a isso a divertida relação que Daniel estabeleceu com Lando Norris antes mesmo de pensar em negociar uma ida para a McLaren, talvez tenhamos a dupla de pilotos mais divertida da história (pelo menos que eu me lembre), onde não faltarão gargalhadas e zoação. Se junto com isso vierem resultados, será o casamento perfeito e com reflexos positivos na recuperação financeira da equipe, que pode conseguir atrair patrocinadores de peso.

 

Daniel deixará a Renault em um ambiente amistoso, o que é muito importante, e conseguirá dar seguimento na carreira em uma equipe com potencial para transformar o sonho de todo piloto que chega à Fórmula 1 em realidade: sagrar-se campeão do mundo. Que venham muitos sorrisos!

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares 
Last Updated ( Thursday, 12 November 2020 20:58 )