Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Rodada complicada em Ímola na F4 e FR. Sette Câmara na F-E PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 22 November 2020 21:44

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos a 67ª edição do GP de Macau, que reúne corridas de motos, carros GT e – até o ano passado – carros de Fórmula 3. Este ano, os monopostos foram substituídos pelos da Fórmula 4, mas a pandemia e as restrições de acesso deixaram de fora os pilotos não asiáticos. Uma pena.

 

Em termos de velocidade, tivemos duas rodadas triplas sob a organização do Automóvel Clube da Itália: a Fórmula Regional Europeia e a Fórmula 4 Italiana em disputa no autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola.

 

Antes de partirmos para a velocidade, temos algo a comemorar. O nosso mineirinho, Sérgio Sette Câmara para correr a temporada completa 2020/2021 da Fórmula E pela equipe Dragon. O brasileiro conseguiu chamar a atenção de Jay Penske (filho da lenda, Roger Penske) nas corridas que fez na Alemanha – aquela maratona de 6 corridas em 9 dias – onde mesmo não tendo conseguido terminar bem as provas, mostrou um grande entendimento com a equipe e com a tecnologia em um tempo muito curto. E pode ficar certo que torcida não vai faltar!

 

 

 

Fórmula Regional Europeia

Gianluca Petecof chegou em Ímola como líder do campeonato e tendo a seu favor um novo cenário nas disputas. Com a chegada de Dennis Hauger na Van Amersfoort, vencendo corridas, melhorando o acerto do carro e puxando Pierre-Louis Chovet com ele, embolou a disputa que estava polariza entre o Brasileiro e Arthur Leclerc, sem contar a subida de rendimento de Oliver Rasmussen dentro da equipe Prema.

 

Na manhã de sábado tivemos os dois treinos para definição dos grids das corridas 1 e 2 da rodada tripla e o resultado das duas foi péssimo para o nosso piloto. Para o grid de largada da corrida 1 Gianluca Petecof ficou apenas com a 8ª posição, 9 décimos mais lento que o pole position, Oliver Rasmussen. Não bastasse isso, viu Arthur Leclerc ficar com o 4° melhor tempo.

 

 

 

No treino 2, sem conseguir um bom acerto para o carro e com o relógio correndo contra si, Gianluca Petecof até conseguiu melhorar seu rendimento, mas muito pouco, ficando com a 6ª colocação na tabela de tempos. A coisa não poderia ser pior: a pole do treino 2 ficou com Arthur Leclerc, seis décimos mais rápido do que o piloto brasileiro que teria pela frente um enorme desafio para manter-se à frente no campeonato.

 

Menos de quatro horas após o treino que definiu o grid, os 12 pilotos que estão no campeonato foram para a pista com Gianluca Petecof largando na 4ª fila em uma condição de pista seca, sol e temperaturas baixas na Itália O piloto brasileiro precisaria fazer uma corrida espetacular, mostrando na corrida aquilo que não conseguiu nos treinos. Algo que poderia ajudar foi o problema de câmbio com o pole, Rasmussen, que deixou o grid vago, não conseguindo nem sequer largar dos boxes.

 

 

 

Apagadas as luzes vermelhas, Arthur Leclerc largou muito bem e tomou a 2ª posição enquantoo Gianluca Petecof procurou sair inteiro na largada do meio do pelotão e continuava na P8, mas passou na P7 ao final da primeira volta. Oliver Rasmussen não conseguiu sequer largar dos boxes, ficando em um grande prejuízo na sua tentativa de alcançar Petecof e Leclerc. O líder era o piloto da Guatemala, Ian Rodriguez.

 

Os 3 primeiros faziam um pelotão compacto e se mantinham distante do grupo do 4° ao 7° colocado e Gianluca Petecof não parecia ter ritmo para tentar uma aproximação e atacar os pilotos à sua frente, a começar por Patrick Pasma. O ataque de Hauger a Leclerc dava alguma paz para o líder da corrida enquanto Petecof errava e passava pela caixa de Brita da Tamburello, caindo para 8°. Leclerc também errou e perdeu a P2 para Hauger, diminuindo o prejuízo do brasileiro, que tentava recuperar a P7. Rodriguez foi brilhante e venceu. Leclerc foi P3 e Petecof amargou uma terrível P8. Algo precisaria ser muito diferente no domingo.

 

 

 

Se no sábado estava frio, na manhã do domingo, apesar do sol, os termômetros marcavam 1 grau negativo. Talvez isso tenha congelado nosso piloto que ia para a corrida 2 com 7 pontos de desvantagem para Leclerc e precisando realizar uma corrida excepcional para impedir que essa vantagem aumente ainda mais. Leclerc largando na pole position e Gianluca Petecof apenas na 6ª posição.

 

Apagadas as luzes vermelhas, a primeira parte do que precisava fazer o piloto brasileiro fez, com uma grande largada e assumindo a P4 na freada para a Tamburello. O problema é que Leclerc também largou bem e segurou a ponta... até o início do 3° setor do traçado quando o líder da prova teve peoblemas e ficou lento na pista. Sorte de campeão para Petecof? Ainda tínhamos 28 minutos de corrida.

 

 

 

Apesar da infelicidade de Leclerc, Petecof estava sob ataque de Hauger e Chovet, visivelmente mais rápidos que o Brasileiro. A equipe Van Amersfoort não parecia capaz de controlar seus pilotos, que brigavam entre si e davam uma folga para Petecof, que por sua vez não conseguia se aproximar de Pasma e Rodriguez. O ataque de Dennis Hauger levava o brasileiro a ter que fazer um traçado mais defensivo com isso, Rodriguez tinha sossego na P2.

 

No terço final da corrida o guatemalteco começou a perder rendimento, com Pasma fugindo na ponta e um pelotão do 2° ao 5° enquanto Rasmussen voava em 6° para tentar se juntar ao grupo. Mesmo com a diminuição do ritmo de Rodriguez, Petecof não conseguia atacá-lo. Hauger era quem tentava tudo pela P3 do brasileiro que se segurava como podia com um carro evidentemente mais lento, segurando o grupo todo ao ponto de Rasmussen encostar na briga. Isso ajudou, forçando Chovet a a andar mais rápido e pressionar Hauger, que ao se defender, parou de pressionar Petecof, que recebeu a quadriculada em 3° e voltou a liderança do campeonato.

 

 

 

O frio continuava na parte da tarde em Ímola . com 6°C e os 12 pilotos da categoria estavam de volta ao grid para a corrida de encerramento da rodada tripla com Gianluca Petecof largando novamente na 6ª posição, defendendo a liderança do campeonato contra Arthur Leclerc que largava na P2, na primeira fila. O brasileiro precisava largar bem e encurtar logo a diferença entre eles.

 

Apagadas as luzes vermelhas, Gianluca Petecof fez a sua parte, pulando para a P5 enquanto Patric Pasma segurava a ponta e Leclerc em 2°. Os 5 primeiros abriram uma boa vantagem, com Lappalainen segurando o 2° pelotão na P6. Na segunda volta, Ian Rodriguez rodou sozinho e Petecof agradeceu, subindo para P4 na 2ª volta. Enquanto encostava em Chovet.

 

 

 

Os dois líderes fugiam na ponta, deixando para trás a briga pela P3 e mais atrás a luta pela P5 com três pilotos nórdicos. O problema é que Petecof não conseguia se aproximar para atacar Chovet. A condição ainda deixava o brasileiro na liderança do campeonato por 2 pontos mas era preciso contar com Lappalainen fazendo seu trabalho, juntando carros atrás dele.

 

O que Petecof não precisava era de um safety car, mas faltando 9 minutos, para o fim, o carro de Julien foi para a brita e isso agrupou todo o pelotão. Duas voltas depois, com a relargada, Chovet vacilou, mas Petecof não conseguiu atacá-lo, mas manteve a P4 para as 3 ou 4 voltas finais. Lappalainen segurou  pelotão até a variante baixa onde errou e perdeu 3 posições. Hauger foi pra cima de Petecof, que segurou a P4 com dificuldades para sair de Ímola ainda líder do campeonato por 2 pontos (337x335), agradecendo Patrick Pasma por vencer a corrida e tendo que melhorar muito para a etapa final em Vallelunga.

 

 

 

Fórmula 4 italiana

O grande da categoria de entrada da FIA também esteve em Ímola para mais uma rodada tripla e nosso representante, Gabriel Bortoleto enfrentou outros 33 pilotos de todo o mundo nesta etapa. Depois de ter conseguido ser o destaque das duas últimas rodadas de disputa, com corridas simplesmente espetaculares, pódios e vitórias, as coisas foram meio complicadas desta vez.

 

Na primeira sessão de treinos o brasileiro ficou apenas na P15, sendo 884 milésimos de segundo mais lento que o pole, Jack Crawford. Na segunda sessão, Gabriel Bortoleto conseguiu melhorar um pouco, ficando com a P9, 577 milésimos de segundo atrás do pole, o sueco da equipe Prema, Dino Beganovic. Desafios a serem enfrentados nas corridas de 30 minutos +1 volta em uma pista onde ultrapassagens não são fáceis.

 

 

 

Na tarde do sábado, algumas horas após o treino, os pilotos seguiram para o grid e vimos que Jack Crawford foi punido por atrapalhar a volta rápida de seu companheiro de equipe e com isso perdeu a primeira fila. Quem também se beneficiou foi Gabriel Bortoleto, que subiu para 13°. Esse era o maior grid da temporada, com os carros alinhando “na curva no meio da reta”, com 34 carros.

 

Apagadas as luzes vermelhas, Gabriel Bortoleto largou muito bem, avançando para a P12 na primeira volta. Com tantos carros andando juntos, certamente que teríamos problema e ainda na primeira volta teve carro se tocando e indo para fora da corrida. Bortoleto vinha forte, avançando sobre os adversários, mas no início da segunda volta, quando já brigava para entrar no top10, o brasileiro acabou sendo levado pra fora por Sebastian Ogaard quando o nórdico perdeu a freada na saída da Tamburello. O Safety car foi acionado, mas nosso piloto ficou no prejuízo. A Corrida foi vencida por Gabriele Mini, seguido por Dino Beganovic e Jack Crawford.

 

 

 

Na manhã do domingo, com o os termômetros marcando -1°C, os pilotos da categoria escola voltaram para a pista e encarar a disputa da segunda das três corridas do programa daquele gelado final de semana. Gabriel Bortoleto estava abrindo a sexta fila e precisava fazer uma corrida sem problemas nessa manhã de domingo depois do abandono forçado do dia anterior.

 

As coisas prometiam ser complicadas. Na volta de apresentação o carro #8 de Han Cenyu ficou fora da pista, forçando uma nova volta de apresentação. Apagadas as luzes vermelhas, Gabriel Bortoleto procurou evitar problemas e manteve sua posição nas primeiras curvas, mas logo começou a avançar, ganhando posições por ultrapassagens e erros de seus adversários. O safety car veio logo para a pista no final da primeira volta e o brasileiro estava na P8.

 

 

 

Foram 3 voltas com o carro de segurança e na relargada Gabriel Bortoleto vacilou e perdeu 2 posições, caindo para 10°. O carro do brasileiro não parecia ter um bom rendimento. Na volta seguinte acabou perdendo mais uma posição e não conseguia acompanhar os carros que estavam à sua frente. Na volta seguinte, mais uma posição perdida na freada para Tamburello e mais em sequência. O safety car voltou pra pista com o Sebastian Ogaard levando seu companheiro de equipe pra fora da pista. Bortoleto era 13°.

 

Duas voltas depois tivemos a relargada e dessa vez Bortoleto largou melhor, evitou os problemas à sua frente e antes do safety car voltar pra pista, o brasileiro tinha avançado para a P10. Mais duas voltas de carro de segurança e a relargada para 4 minutos de corrida. Vimos Bortoleto perder a posição para Pietro Guanti em outra má relargada e continuar sendo atacado, com pouca velocidade na reta antes da Tamburello. Com a batida de Montoya a 2 minutos do fim, a corrida terminaria sob bandeira amarela com a 4ª entrada do safety car. Bortoleto terminou em 10°.

 

 

 

Para a corrida 3 na tarde da gelada Ímola Gabriel Bortoleto estava fechando a 3ª fila com a P6 e o grid gigante de 34 carros e a sempre expectativa de alguma coisa acontecer com um grid tão grande. Apagadas as luzes vermelhas, Gabriel Bortoleto largou bem e topou a P5 na Tamburello, conseguindo ao longo da volta uma pequena folga, mas com russo Iarislav batendo na no final da volta, o safety car foi acionado.

 

Duas voltas depois tivemos bandeira verde e na relargada Bortoleto segurou a P5, mas a perdeu na curva seguinte. E mais uma na volta seguinte, caindo para 7° e sendo atacado por Montoya (sempre um perigo de acidente). O acerto do garro do brasileiro não era bom neste final de semana e ele ia segurando a P7 e um pelotão atrás de si.

 

 

 

Bortoleto segurou o colombiano por 4 voltas até ser superado na Rivazza. Bortoleto não desistiu, veio junto com o companheiro de equipe e retomou a P7 duas voltas depois. Mais 2 voltas e Montoya retomava a P7 para segurar até o final, com Bortoleto terminando em 8°. E, no campeonato, saiu de Ímola na 8ª posição no campeonato (133 pontos), com boas chances de melhorar. Gabriele Mini sagrou-se campeão com uma rodada tripla de antecedência.

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos 
Last Updated ( Sunday, 22 November 2020 22:30 )