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Final de semana com bastante ação nas pistas, do jeito que gostamos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 23 November 2020 09:23

Olá leitores!

 

Tivemos um final de semana com bastante ação nas pistas, do jeito que gostamos!

 

Vamos começar com a rodada tripla da Stock Car em Goiânia, que propiciou não apenas grandes corridas como uma situação grandiosa em termos de campeonato para o público que acompanha a categoria: como a vitória em Interlagos renderá 60 pontos, temos 11 pilotos com chances matemáticas de levar o título. Claro que para o 10º e 11º serem campeões seria necessária uma hecatombe com os outros competidores, mas... a matemática permite esses sonhos. A 10ª etapa, disputada no sábado em uma corrida, teve a vitória de Ricardo Maurício (Cruze), que se aproveitou de uma estratégia de corrida muito bem orquestrada pela equipe para o momento de parada nos boxes e assumiu a liderança nesse momento, cruzando a linha de chegada com quase 2 segundos de vantagem para Guilherme Salas (Cruze), que fez a pole e acabou perdendo a liderança durante a janela de reabastecimento. Fechando o pódio chegou Daniel Serra (Cruze), pouco mais de 5 segundos atrás de Salas. A 11ª etapa, em duas corridas no domingo, teve momentos de maior tensão por conta da busca por melhor posicionamento no campeonato. A primeira corrida teve a vitória de Guilherme Salas, seguido por Diego Nunes (Cruze) em 2º e por Denis Navarro (Cruze) em 3º. A prova teve algumas cenas lamentáveis, a mais bizarra envolvendo os companheiros de equipe Átila Abreu e Galid Osman, que protagonizaram um momento “Webber X Vettel” no fim da reta principal. A reunião com o chefe de equipe na salinha deve ter sido interessante... a segunda corrida do dia foi uma das melhores do ano: Rubens Barrichello (Corolla) estava confiante em sua tradicional estratégia de sacrificar a primeira corrida para ter vantagem na segunda, e tudo parecia estar sob controle para ele ficar com a vitória até que... pouco antes da Curva Zero o carro começou a perder rendimento e foi ultrapassado sem oferecer resistência. Isso fez a vitória cair no colo de Allam Khodair (Cruze), e também beneficiou Nelsinho Piquet (Corolla), que quase em cima da linha de chegada conquistou a 2ª posição. Mesmo com uma pane seca, Rubinho ainda conseguiu o 3º lugar, lugar no pódio com um gosto amargo mas que o deixou (já aplicados os descartes) na 6ª posição do campeonato, empatado com Gabriel Casagrande. As duas rodadas fizeram a Chevrolet passar a Toyota por mais de 30 pontos no campeonato, e portanto para a última corrida do campeonato a Toyota terá o direito de usar o primeiro pacote de atualizações aerodinâmicas (a Chevrolet já usou 2, só lembrando). A corrida final em Interlagos promete ser proibida para cardíacos...

 

O Mundial de Motovelocidade foi fazer sua última etapa do ano em Portugal, na belíssima pista de Portimão, e se na categoria principal o campeonato já estava definido, nas categorias de acesso os campeonatos ainda estavam em aberto. Na Moto3 o campeonato ficou nas mãos de Albert Arenas, que chegou na etapa final com uma vantagem relativamente confortável e, auxiliado pelo fato que os dois outros pilotos não conseguiram desempenho grandioso na corrida, conseguiu levar o campeonato mesmo terminando em 12º lugar, com 4 pontos de vantagem para seus dois rivais na disputa. A Moto2 teve uma corrida eletrizante, com “Meu nome é Enea” Bastianini (não resisti a fazer a piada...) correndo com o regulamento escondido dentro do macacão, grudado no peito, monitorando a vantagem na pontuação para seus rivais, notadamente Luca Marini, que em boa parte da corrida variou entre 5 e 2 pontos, só conseguindo ficar mais confortável no finalzinho, quando Remy Gardner (filho do grande Wayne Gardner) conseguiu ultrapassar e abrir do italiano. Ao final, Enea Bastianini foi campeão com 9 pontos de vantagem sobre Marini. A MotoGP teve Miguel Oliveira (KTM) fazendo as honras da corrida em seu país natal vencendo em grande estilo, largando na frente, abrindo boa vantagem e fazendo uma corrida solitária lá na frente. Em 2º lugar, após uma acirrada disputa, Jack Miller (Ducati) conseguiu se impor sobre Franco Morbidelli (Yamaha) e o ítalo brasileiro teve que se contentar com o degrau mais baixo do pódio. Dovizioso, em sua última corrida pela Ducati, terminou em 6º, logo à frente do substituto de Marc Márquez no HRC, Bradl, que terminou em 7º... e coroando o horrível ano que tiveram, as Yamaha de fábrica terminaram em 11º e 12º, com Viñales e Rossi. Que ano horroroso para a marca do diapasão...

 

Em Interlagos tivemos mais uma edição dos 500 km de Interlagos, novamente apostando em um regulamento “força livre” para permitir grande variedade de carros na pista. Ano passado estávamos presentes, esse ano infelizmente por conta da pandemia esse vosso colunista teve que acompanhar pela internet a prova, que foi transmitida pelo YouTube. Mesmo com todas as dificuldades provocadas pela pandemia, 25 carros alinharam para uma prova que durou pouco mais de 3 horas e meia e teve tudo aquilo que faz as provas de endurance muito interessantes para o aficionado por automobilismo: carros de diferentes categorias disputando espaço na pista, recuperações quase heroicas de posição após problemas mecânicos que condenariam o carro em uma prova curta, mas que uma prova longa permite que o carro volte à batalha, e competidores demonstrando que mais importante que ser o mais veloz é ser o mais resistente. Prova disso foi o veterano Passat #98, um carro que teve sua produção encerrada em 1987, que competia na categoria dos carros com menor potência (a Turismo 1.6) e... terminou a prova em 7º lugar na Geral, à frente de competidores com carros mais modernos e com maior potência no motor. Isso que é o bonito no regulamento da competição, isso é o que torna a prova interessante mesmo com um número de competidores menor do que o que seria desejável. Claro que sempre existirão os “haters”, e um em específico me chamou a atenção no chat da transmissão, afirmando categoricamente que “nossa, em 1972 era melhor que hoje, lamentável” (eu fiz o favor de corrigir os erros de português do comentário)... ora, meu senhor, se o senhor presenciou a edição de 1972 para fazer essa observação, lamento informar que em 1972 vossa senhoria TAMBÉM era melhor do que hoje... enfim, o pódio na Geral foi composto por dois protótipos da categoria P2 (a mais veloz) em 1º e 2º lugares, respectivamente os carros #73 e #31, e em 3º lugar (apenas 4 voltas atrás do vencedor) chegou o Audi TCR #141 vencedor na categoria Turismo Força Livre. Outro carro que andou demais foi um Celta com motor 2.0, que não por acaso foi o vencedor na sua categoria e que nas relargadas após a saída do carro de segurança incomodava muito os carros mais velozes na parte travada do circuito... incômodo esse que terminava na Subida dos Boxes, claro, mas enquanto não chegavam lá era uma diversão acompanhar o que o Celta fazia com os “grandões”.

 

Fora das pistas também tivemos notícias. A melhor foi que o estado de saúde neurológica de Alessandro Zanardi progrediu o suficiente para que ele fosse transferido para um centro médico em Padova, mais próximo da família e especializado em recuperação de traumatismos na cabeça. Continuo na torcida para (mais uma) recuperação bem sucedida do Zanardi, um ser humano que já demonstrou que não desiste nunca. No rally, Sébastien Ogier renovou contrato com a Toyota e garantiu sua participação em 2021, e aqui no Brasil a grande notícia de bastidores foi a Stock Car fazendo um contrato de transmissão diferenciado: foi anunciado que a categoria deixará a Globo e irá para a Bandeirantes em busca de um espaço maior na TV aberta, contrato esse de 5 anos com a promessa de transmissão ao vivo não apenas das corridas como também dos treinos... curiosamente, na TV por assinatura a categoria continuará no SporTV, que pertence à Globo. Como funcionará essa bigamia de transmissão é para mim um mistério, mas confesso que não quero pensar no assunto.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini