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Charles Leclerc sob pressão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 09 December 2020 23:06

Olá Fãs do esporte a motor,

 

Muitos de nós passamos por aquele momento em que percebemos que um grande erro foi cometido. Os detalhes são diferentes para todos, mas em algum ponto, cada um de nós sentiu a chegada de uma tsunami de pressão.

 

As pessoas têm um enorme impulso de que tentar ficar calmo é a melhor maneira de lidar com ansiedade, mas isso pode ser não só difícil, mas inefetivo. Permanecer composto, focado e efetivo sob pressão é algo mental. Aqueles que dominam uma crise, são capazes de canalizar suas emoções para o comportamento que desejam. Em outras palavras, elas transformam ansiedade em energia

 

A habilidade de gerenciar suas emoções e permanecer calmo sob pressão está diretamente ligada à sua performance. Ninguém gosta de cometer erros. Mas não importa quão grande o erro é, sucumbir à pressão não ajuda em nada o ambiente no qual a pessoa está inserida. Quando transportamos isso para o esporte de alto rendimento, os efeitos são comprometedores.

 

Este foi meu maior desafio nos últimos dois anos com Clarles Leclerc em nossas sessões quinzenais. Como todos sabem, Charles recebeu de seu diretor, Mattia Binotto, a responsabilidade sobre os ombros de passar a ser o líder da Scuderia Ferrari neste ano de 2020, um ano em que a equipe precisou passar por um “processo de purgatório!” após uma investigação muito nebulosa sobre o funcionamento de seus motores e em paralelo a isso, um carro que não se mostrou eficiente desde os testes em túnel de vento.

 

 Ainda em 2019 Mattia Binotto já deixava claro que a sua aposta entre os pilotos da Ferrari era Charles Leclerc.

 

Ser piloto da Ferrari já é um diferencial. A equipe tem um estigma e um “mar de fãs” espalhado por todo o mundo, mas com o status elevado vem também a cobrança elevada e o próprio Charles reconhece que ele comete relativamente mais erros quando comparado a Max Verstappen e Lewis Hamilton. Esse atual “índice de erros” do piloto monegasco o tem deixado bastante desconfortável.

 

A Fórmula 1 está atualmente em uma fase de transição, com os pilotos mais experientes como Nico Hulkenberg, Romain Grosjean, Kevin Magnussen, Sebastian Vettel perdendo espaço nos últimos anos e mesmo pilotos como Daniel Ricciardo, Valtteri Bottas e até mesmo o hepta campeão mundial Lewis Hamilton daqui há alguns anos também abrirão seu espaço para pilotos mais jovens.

 

 Em primeiro plano: foi assim que Charles Leclerc veio para a temporada de 2020... com todas as cobranças de um piloto Ferrari.

 

Muitos especialistas na categoria enxergam uma rivalidade entre Charles Leclerc e Max Verstappen provavelmente definindo e moldando o cenário de rivalidades da categoria no futuro (e eu acho que deveriam incluir George Russell, especialmente se o inglês vier assumir um lugar na Equipe Mercedes). E como estes potenciais adversários conseguem lidar com as pressões e erros?

 

Max conseguiu passar a errar menos nos últimos anos enquanto Charles, no entanto, cometeu alguns erros caros quando comparado aos nomes dos pilotos de sua geração e praticamente todos eles se destacam como os principais exemplos de falta de julgamento. Mas porque Charles tem errado tanto? Ele não tem esse histórico de erros vindo das categorias anteriores. Pelo contrário, sempre foi um piloto rápido e eficiente. Isso o levou à Ferrari.

 

 Entre os erros acumulados - e todos assumidos - Charles Leclerc nunca fugiu de suas responsabilidades.

 

Charles tem se tornado conhecido também por ser muito crítico consigo mesmo nas rádios da equipe e nas entrevistas que dá após cometer os erros que cometeu quando vai para o chamado “cercadinho”. Para ele, ser tão honesto e severo com seus erros o ajuda a melhorar como piloto e reconhecer seus erros em público pode ser visto por muitos como um ato de grandeza, mas até onde isso pode ajudar – efetivamente – Charles a cometer menos erros no futuro?

 

Com um carro que não tem ajudado, os erros ficam mais fáceis de serem cometidos e ficam mais expostos quando se tem os olhos sobre si. O que aconteceu na Turquia, quando um erro custou um pódio na última volta e o acidente no Bahrain ainda na primeira volta, embora sendo situações distintas tiveram a mesma cobrança dura por parte de Charles e por parte dos ‘Tifosi’, que se sentem incomodados em ver a Ferrari ocupando a 6ª colocação no campeonato de construtores e tendo apenas três pódios em um ano sem vitórias.

 

 Em um ano difícil como foi 2020, Clarles Leclerc sabe que vai ter que suar muito o macacão em 2021.

 

A busca do equilíbrio entre o estímulo e a pressão para elevar o nível de concentração e evitar os erros é o grande deasfio para Charles nessa transição de 2020 para 2021. Seu companheiro de equipe não será mais um “medalhão” que pode servir como válvula de escape para a ira dos ‘Tifosi’. Carlos é um piloto frio, muito calculista e extremamente regular. Além disso, em 2021 chega à categoria pela Haas, que terá um suporte ainda maior da Ferrari em 2021 o filho de Michael Schumacher, um nome de peso na história da equipe e que vai funcionar, a depender do seu desempenho, em um candidato natural a um cockpit em Maranello.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares 
Last Updated ( Thursday, 10 December 2020 00:05 )