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Retrospectiva 2020 Internacional PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 21 December 2020 09:42

Olá leitores!

 

Chegamos perto do Natal, e como de costume vamos para a época em que todos fazemos retrospectivas do ano que passou... justiça seja feita, minha vontade de fazer uma retrospectiva de 2020 não é das maiores, mas a tradição fala mais alto. A melhor definição pra esse ano pode ser definida por uma singela canção italiana que pretendo decorar até 31/12. Procurem no YouTube “andropausa 2020” e verão essa pequena porém singela obra de arte que resume meus sentimentos a respeito deste ano. Mas enfim, ao som de outra grande obra musical (a regravação do clássico das pistas de dança dos anos 70 “I will survive” pelo grupo Cake, com um videoclipe tão bom quanto a regravação), sigamos em frente.

 

Como um todo, o esporte a motor sofreu tremendamente com a pandemia detonada por algum chinês com menos critério na hora de ingerir proteínas e que pediu como refeição um morcego mal passado, como se isso fosse uma boa ideia. Corridas tiveram que ser canceladas ou adiadas, calendários tiveram que sofrer profundas reformulações, e a criatividade teve que rolar solta.

 

Um dos mais clássicos exemplos foram as corridas de quarta feira à noite da NASCAR Cup, que se virou como pôde para cumprir todas as 36 corridas previstas pelo calendário. Devo dizer que foi talvez a categoria que melhor se adaptou às necessidades da volta às atividades, com soluções criativas como abolir os treinos classificatórios e distribuir as posições de largada por sorteio entre grupos de pilotos, grupos esses separados pela classificação no campeonato. Foi perfeito? Não, mas dentre o que podiam fazer para diminuir o tempo que as equipes passariam no autódromo, foi uma das melhores soluções encontradas.

 

O calendário da Fórmula 1, com a introdução de rodadas duplas em uma mesma pista (caso de Silverstone e Red Bull Ring, por exemplo) e algumas pistas “fora do radar” sendo adicionadas para evitar longas viagens para países que tinham maiores restrições sanitárias (Japão, por exemplo) ou não controlavam bem a contaminação (um certo país lusófono no continente americano que possui a maior concentração do planeta de eleitores sem noção...), acabou tendo as melhores corridas justamente nas pistas que não fazem parte do calendário tradicional. As provas realizadas em Mugello, Portimão e no anel externo de Sakhir foram espetaculares. A corrida da Turquia teria potencial para ter sido uma ótima corrida, mas que acabou sendo estragada por conta da “jenialidade” de alguém que resolveu recapear a pista em cima da hora pra corrida e transformou a pista em um rinque de patinação no óleo... Nürburgring foi um show de desorganização (alemão dificilmente vai saber improvisar quando algo não está no roteiro) e Ímola mostrou que a pista melhorou em relação ao pós 1994, mas... pode e deve melhorar. Com as novas tecnologias de segurança, dá perfeitamente para voltar a tornar a pista menos travada. Não precisa retirar as chicanes atuais, apenas criar uma opção de traçado para as categorias mais lentas baseada no traçado antigo e com a adoção de softwall no lugar de barreiras de pneus ou muros de concreto, combinado com a instalação de caixas de brita entre o asfalto e o softwall.

 

O Mundial de Motovelocidade quase se tornou um campeonato espanhol, já que metade das etapas foram disputadas nas pistas daquele país. E foi justamente na primeira corrida da categoria principal (que não fez a primeira etapa, pois Moto3 e Moto2 já estavam em Losail para testes pré temporada e os pilotos da MotoGP não puderam viajar para lá por conta das restrições da pandemia) que o campeonato se tornou interessante, com Marc Márquez sofrendo um acidente que o tiraria do resto da temporada, permitindo que os outros pilotos talentosos do grid tivessem uma chance de mostrar serviço sem que os holofotes estivessem voltados para o ET da moto 93. Ótimo para diversos pilotos de equipes não oficiais, excelente para a Suzuki (que fez o campeão da temporada e o 3º colocado), péssimo para os pilotos com a Yamaha oficial de fábrica, que, como diria Mestre Claudio Carsughi, foi “um clamoroso fracasso”. Aliás, os projetistas da equipe Ferrari e os da Yamaha podem se dar as mãos, fizeram trabalhos horrorosos. Quem viu que devia ter ficado com os olhos abertos foi o pessoal da Honda, afinal fazer uma moto sob encomenda para o personalíssimo estilo de pilotagem do seu piloto principal pode ser ótimo... desde que seu piloto principal não sofra um acidente que determine seu afastamento, e que o piloto principal não atrase mais ainda sua volta às pistas forçando a barra para conseguir voltar antes que qualquer recomendação médica – e mesmo antes do que o bom senso – determinam... o povo que usa Honda conseguiu começar a entregar resultados minimamente razoáveis já no meio da temporada, quando a fábrica percebeu que a moto do MM#93 só serve para o MM#93.

 

A Fórmula 1 só não foi mais previsível por causa das pistas “enxertadas” e por conta de Monza, que esporadicamente reserva alguma surpresa. Foi assim com a primeira vitória de Vettel na F-1 e foi assim com a primeira vitória de Pierre Gasly. De resto, Mercedes correndo sozinha na frente com um piloto (Hamilton) e um motorista (Bottas), e o carro foi TÃO superior aos demais que o motorista até conseguiu ser o vice campeão da temporada. Certamente o vice campeonato teve a participação indireta de Verstappen, que teve dois abandonos a mais que Bottas e esses pontos fizeram falta no final do ano. A polêmica do ano se deveu à Racing Daddy, ops, Racing Point, que copiou tudo que dava do carro da Mercedes do ano passado e provou que o carro da Mercedes do ano passado ainda seria competitivo esse ano aqui. Aliás, o carro Mercedes do ano passado ainda era tão bom que permitiu até ao Lance Stroll andar bem. Isso que é um carro bem feito... em contraposição, a equipe Ferrari fez o seu pior carro desde 1980. Também não ajudou a proibição de desenvolvimento do motor como parte do acordo que fez com a FIA para não ser desclassificada da temporada 2019 depois que foi descoberta a sua, digamos, interpretação liberal do regulamento de motores. Já disse durante o ano e repetirei aqui: como diz a música do Engenheiros do Hawaii, “o preço que se paga às vezes é alto demais”... se Alonso corresse na Ferrari em 2020 teria berrado pelo rádio “Formula 2 engine!”, com toda a certeza. E o chassis do carro também era tão bom, mas tão bom, mas tão bom (para quem não percebeu, estou sendo sarcástico) que por vezes os carros da Alfa Romeo conseguiam andar junto ou na frente dos carros da Ferrari, isso com o mesmo motor. A dúvida que fica para 2021 é: a Ferrari poderá desenvolver os motores ano que vem. Mas partirá daquilo que terminou 2020 ou partirá daquilo que seria o motor de 2020 se tivessem tido a possibilidade de desenvolver o motor durante o ano? Até o momento não achei a resposta para essa questão.

 

A NASCAR desde que teve que parar suas atividades por conta da pandemia deu um verdadeiro show: primeiro com o campeonato de corridas virtuais entre os pilotos, que teve seu encerramento na reconstrução digitalizada da tradicional pista de North Wilkesboro, depois com as corridas sendo realizadas duas vezes por semana até regularizar o calendário, e por fim os playoffs mais empolgantes dos últimos tempos, que coroaram com méritos o jovem Chase Elliott, filho do grande Bill Elliott. Uma temporada para entrar na história.

 

Semana que vem teremos um panorama sobre as corridas no Brasil, enquanto eu tento convencer Pai Alex a me passar suas previsões para 2021 (ele ainda está traumatizado por não ter conseguido prever a pandemia e suas consequências, e não anda muito disposto a fazer suas previsões... o trabalho de convencimento continua).

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini