 E aê Galera... agora é comigo!
E chegamos ao último final de semana de corridas do ano com a realização das etapas decisivas do Campeonato Brasileiro de Endurance, no pequeno Velopark, o GT Sprint Race e o Mercedes Benz Challenge, categorias interestaduais, no Autódromo de Interlagos. Ainda no Rio Grande do Sul, no cinquentenário autódromo de Viamão, tivemos a 40ª edição das 12 Horas de Tarumã, como o autódromo é chamado. Os três campeonatos chegaram em suas etapas decisivas com os respectivos títulos em aberto, para dar garantia de emoção na pista e fazer pilotos e chefes de equipe quebrarem a cabeça nas estratégias para “marcar” os adversários na pista e garantir o título, ou fazer com que quem estivesse na frente errasse e entrgasse o ouro na reta final. Vamos começar pela ordem cronológica das corridas, uma vez que tudo começou nesse sábado antes das 10 horas da manhã, com a primeira das duas corridas da GT Sprint Race. A disputa do título estava aberta entre Ricardo Sperafico e Thiago Camilo, que largaram na primeira fila. Na verdade, largaram duas vezes. A primeira não valeu, por falta de alinhamento do grid na parte final do pelotão, o que obrigou os pilotos a darem mais uma volta nos 4.309 metros. Na segunda largada, Ricardo Sperafico soube neutralizar o ataque de Thiago Camilo que largava ao seu lado na primeira fila e tinha tomado a ponta na largada abortada. Mas segurar a ponta no “S da Sadia” no início de uma corrida e com carros muito equalizados não é garantia nenhuma de se chegar na frente depois da bandeirada final e a briga foi boa, com direito a ultrapassagens por fora, espalhadas, toques e quando além dos protagonistas teve mais gente na briga, ficou ruim para Sperafico, que viu Camilo tomar a ponta e Zangirolami ficar entre eles.  No sábado, Interlagos teve a decisão do título da GT Sprint Race, categoria sensação de 2020. (Reprodução: youtube).
Em desvantagem na pontuação, Thiago Camilo tinha que vencer e contar com um mau resultado de Sperafico, que nas últimas voltas da corrida foi sendo ultrapassado por outros competidores, mas a maioria das séries PROAM e AM. No final, Thiago Camilo venceu a corrida, mas chegando em terceiro na categoria PRO, Ricardo garantiu o título na categoria principal do GT Sprint Race antes da disputa da corrida da tarde. Thiago Camilo subiu no pódio, mas viu mais um título escapar em sua longa carreira no automobilismo. Se a prova realizada pela manhã já tinha se destacado, a da tarde não ficou atrás. Mas, com apenas a categoria PROAM em aberto, as atenções se voltaram para o duelo entre os mineiros Weldes Campos e Marcelo Henriques, que corre ao lado de Alex Seid. A vitória foi de Weldes, mas a vantagem na classificação e a segunda colocação nas duas corridas finais garantiram o primeiro lugar na temporada para a dupla. O Pessoal da PRO já estava em ritmo de fim de festa com o título decidido, mas a categoria chamou atenção e para 2021 deve atrair mais nomes de peso como Thiago Camilo. No meio das etapas da GT Sprint Race tivemos a etapa final do Campeonato Brasileiro de Endurance no curtinho circuito do Velopark e como eu estava vendo a GT Sprint Race pelo youtube, tive que usar a TV para assistir, com direito a gargalhadas, na transmissão do Tala Larga e do Nhonho, que patinavam mais do que os carros quando começou a chover. A corrida de quatro horas teve de tudo. Começou no seco, depois choveu, depois secou e não terminou na bandeirada. Na primeira metade da prova o carro da pole, o ARJ de Emílio Padron/Vítor Genz perdeu a ponta quando padron rodou sozinho com 11 minutos de prova. A briga ficou para o protótipo de Tiel Andrade e o de David Muffato, mas os gaúchos tiveram problema e os lideres do campeonato passaram a ter uma vida relativamente tranquila, até o início da chuva. Com meia hora de prova começou a chover, de leve, mas depois a chuva caiu pra molhar a pista de verdade e os GT3 aproveitaram a batida do AJR #80 na entrada da reta e a entrada do safety car para passarem a dominar a prova (os protótipos não se dão bem com água). Mas a chuva parou e com um trilho formado no traçado, Ricardo Mauricio/Marcel Visconde, com o campeão da Stock andando forte de pneus slick, mantendo-se à frente de Andreas Mattheis (que teve que fazer 3 dos 4 stints depois que Xandinho Negrão passou mal e teve que ir para o hospital.  O Campeonato Brasileiro de Endurance vai ter que ser decidido no tribunal, infelizmente. (Reprodução: youtube).
O velho piloto dos Brasileiros de Marcas e Pilotos mandou muito bem, mas com a pista seca a dupla Queirolo/Muffato retomaram a ponta, para serem os campeões gerais e da classe P1. ao volante, o AJR 113 retomou a ponta, embora o objetivo da dupla fosse receber a bandeirada para assegurar os títulos na geral e na P1, mas uma confusão surgiu no final da prova: Nos minutos finais, a direção de prova, informou a equipe que os líderes da corrida tinha feito uma de suas paradas obrigatórias fora da janela programada, o que – pelo regulamento – determina a bandeira preta. Pedro Queirolo, que recebeu a bandeirada, alegou que o erro só ocorreu por um problema no sensor de cronometragem e garantiu que a dupla recorrerá da decisão. Xandinho Negrão foi proclamado campeão na geral e na GT3, mas vai ter corrida no tapetão! Nas demais categorias, a GT3 Light teve a confirmação da conquista de Sérgio e Guilherme Ribas, com a Aston Martin Vantage 63. Léo Sanchez e Átila Abreu foram os campeões da GT4 com o Mercedes AMG 15, enquanto Tuca Antoniazzi na Mercedes CLA AMG levou na GT4 Light. Aldoir Sette com o MRX 7 ficou com o título da P3 e na P2, Lucas Kohl, Hardy Kohl e Ruben Ghisleni com o MRX 44 já largaram com o título assegurado. Mantida a desclassificação do ARJ 113, o título da P1 ficou para Henrique Assunção e Fernando Fortes com o AJR 175. Domingão pela manhã, sol brilhando em Interlagos e eu deixei pra ver a corrida no VT porque não dava pra descolar das 12 Horas de Tarumã, mas valeu a pena deixar para o início da tarde (sem ver o resultado na internet) e para assistir as duas corridas em sequência com o Sinestro na narração, e comentários do meu assessor de imprensa favorito, Chuck, o boneco assassino. A primeira corrida foi pela manhã e o cearense Adriano Rabelo foi pra pista com a mão na taça, com uma grande vantagem na pontuação sobre seus concorrentes, mesmo depois dos descartes, que valeram até a etapa passada. Depois de uma largada segura, onde logo assumiu a P2, o cearense acompanhava o líder, Cesar Fonseca e se mantinha distante do 3° colocado quando seu carro apresentou um problema de motor e ele seguiu para os boxes, abandonando a corrida, que foi controlada todo o tempo por Fonseca, vencedor com autoridade. Com a pontuação dobrada, ele assumiu a liderança do campeonato.  Com duas vitórias, Cesar Fonseca dominou o domingo em Interlagos e conquistou o título. (Reprodução: Youtube).
A segunda corrida foi ao meio dia, com um ônibus seguindo na frente do grid (a Sambaiba é a maior vendedora de pesados da Mercedes no Brasil e fez seu marketing). O grid tinha uma baixa importante: o problema com o carro de Adriano Rabelo era complicado e ele ficou fora da segunda corrida e viu o campeonato evaporar como a água dos açudes no seu estado nos tempos de seca. A primeira fila tinha os dois primeiros no campeonato: Cesar Fonseca na pole e Fernando Junior ao seu lado. Cesar Fonseca tomou a ponta e, como na primeira corrida, tomou a ponta e não foi mais alcançado, liderando até a bandeira quadriculada. A festa no pódio teve a presença do irmão, Betão Fonseca no pódio e essa foi uma grande vitória do campeão, que sofreu um ataque cardíaco este ano, recuperou-se, voltou pra pista e fez desse título uma conquista mais que especial. Na C300 o campeão foi Witold Ramasauskas. A transmissão das 12 horas de Tarumã começou com uma apresentação de arrepiar e a corrida também fez jus as tradições do desafiador circuito, com alguns acidentes e entradas do safety car. A prova foi extremamente disputada e nessas tudo pode acontecer, como o espetacular acidente do 2° colocado com 10 horas de corrida, com direito a capotagem e mais uma entrada do safety car (que eu perdi as contas de quantas vezes foi pra pista.  O momento da decisão (na pista), poucos minutos antes do final, foi decidido pelos comissários. (Reprodução: Youtube).
Mas a emoção maior ainda estava por vir: Fabiano Cardoso (em dupla com Maicon Roncon e Thiago Tambasco) e Paulo Preto (em dupla com Guto Rotta) faltando menos de 3 minutos para o fim da corrida tiveram uma disputa que saiu da pista e foi para a torre de direção de prova, com o piloto do carro 461 sendo acusado de dar um toque intencional no carro 03. Os dois pilotos foram chamados à torre depois que a equipe de Paulo Preto formalizou um protesto na secretaria de prova. Fabiano Cardoso foi punido e – segundo a transmissão da corrida – Fabiano Cardoso pediu desculpas pelo toque na corrida. Essa eu vou pedir para ser o tema da próxima coluna do Gomalina. O piloto Fabiano Cardoso disse que tocou e pediu desculpas, mas as imagens evidenciam que o piloto Paulo Preto se não pisou no freio, no mínimo tirou o pé do acelerador antes do que seria o ponto de freada da curva 2. O Piloto do carro 461 falou pelo rádio que havia tocado o carro do então líder. Danem-se (o verbo não era bem esse...) os comissacos! Deram 20 segundos de punição no vencedor e tiraram a vitória do mais rápido e mais competente, que caiu para 3° na classificação final. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - GT Sprint Race, corrida 1: pô (a interjeição não era bem essa...) Sinestro não se pode elogiar, né? Thiago Camilo toma a ponta, Sperafico espalha na curva e você conversando abobrinha (eufemismo pra garantir que eu não seja censurado pela editora...) com o comentarista? - Prova do Br. de Endurance, comentário do Nhonho: “essa prova é muito longa, mesmo as corridas todas tendo 4 horas, essa é mais longa por que tem um número de voltas maior por ser um circuito muito curto...” Você nunca me decepciona, Nhonho... - Aí você vai buscar mais tarde as imagens da corrida no Velopark pra colocar na coluna vendo a corrida pelo youtube e o narrador, Gefferson Kern fala que “os carros com os faróis acessos por que luminosidade natural é bastante baixa aqui no Velopark...” às 11:30 da manhã?!?! Tivemos um eclipse do sol dia 14 de dezembro e um só no Velopark dia 19? Fala sério ‘seu’ narrador... - Dessa vez não teve carro de passeio entrando na pista em Interlagos, estão evoluindo! Em compensação, o uso de máscaras na área dos boxes era algo “opcional”... e as imagens não negaram isso. - O jegue do piloto do Ceará empacou na hora errada e ele perdeu o campeonato. Melhor sorte na próxima. - Assessoria de Imprensa da Copa Truck correu atrás do prejuízo e na terça-feira, dia 15, escreveu sobre o título de Beto Monteiro. Leu minha coluna, né. Chuck? Agora vai no site, lá em cima, clica em “NOTÍCIAS”, vê que está “Notícias da Copa Truck 2019” e altera isso que continua feio igual a você e eu. - E na terra dos Hermanos, na Top Race, uma das várias categorias por lá, o Hermano que corre por cá, junto com um que já correu, o Girolami, ficaram brigando na frente da churrasqueira, derrubaram a grelha e toda carne caiu no braseiro. Os dois abandonaram a corrida e Rubens Barrichello foi 2°. - Roubaram o vencedor das 12 horas de Tarumã. Corrida de Turismo onde carros não se tocam é só no Autorama! O cara que estava na frente estava mais lento e brecou antes do ponto de frenagem. O piloto que tomou a punição foi muito bonzinho. Não tinha câmera Go Pro para mostrar a malandragem do outro piloto? - Faz duas semanas que a Stock Car e a Porsche anunciaram as datas das suas corridas. E a Truck? Vai continuar com tratamento de “Série B”? - Assisti uma corrida do Brasileiro de Kart, depois do Br. de Endurance. Transmissão com Will Robinson e Dr. Smith (que de kart diz-se que entende, é até dono de kartódromo e foi da FIA pelo que me disseram). Ainda assim, lá vai Will... “e a disputa continua, os pilotos tomam o caminho da zebra...” eles não me decepcionam! Imaginem o que não rolou em quatro horas de transmissão... HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA. Felicidades e velocidade, Feliz Natal pra todos os meus leitores. Paulo Alencar | 
