Olá leitores! Espero que todos tenham passado as festas natalinas da melhor maneira possível, sem correr riscos desnecessários de contaminação de idosos ou pessoas que convivem de maneira mais próxima com esses idosos pelo Coronavírus, todos de máscara e sem aglomerar. Eu sei que no mundo civilizado a vacinação da população, se já não começou, deve começar antes do Ano Novo, de acordo com os grupos de risco definidos pelas autoridades sanitárias de cada país. Aqui na República Sebastianista da Banânia ainda estamos tornando a vacinação algo politizado, as “autoridades competentes” pelo jeito ainda não foram avisadas que a vacina contra o Coronavírus (qualquer uma delas) requer a utilização de agulhas e seringas – ao contrário da única vacinação que realmente funciona por essas bandas de cá, a vacinação contra a Poliomielite, que a vacina é aplicada em gotas na boca da criança – e o processo de compra desse material nem começou ainda... enfim, aqui na Banânia com muita sorte deveremos ter metade da população vacinada até o final de 2021. O que também significa que a pandemia potencialmente terá efeitos mais duradouros nos eventos esportivos realizados na antiga Terra de Santa Cruz do que naqueles realizados no mundo civilizado, que até o começo da maioria das competições de esporte a motor já deve ter uma quantidade razoável de sua população vacinada. Mas enfim... deixa pra lá. Após a proibição de aglomerações humanas em outros lugares que não o transporte público determinada após os festejos momescos, a primeira categoria que conseguiu se organizar de maneira a retomar as atividades foi a Copa Truck, retorno facilitado pela estrutura em que o campeonato é dividido, com copas regionais que levam os pilotos melhores colocados para uma grande final. Nas primeiras corridas pudemos constatar pela transmissão na TV os protocolos sanitários sendo obedecidos à risca, nas últimas etapas... nem tão a risca assim. Enfim, coisa de Banânia, onde as pessoas acham que se usou o tempo todo (até quando estava isolado e sem perigo de contaminar) adquiriu uma “poupança” para poder ficar sem máscara ou com máscara mal colocada mais adiante. Enfim, as competições foram realizadas e ao final da temporada tivemos novamente o título nas competentes mãos de Beto Monteiro, primeiro bicampeão da Copa Truck (cumpre lembrar que não se contam na atual contabilidade as vitórias e títulos da finada Fórmula Truck). Talvez o fato do mesmo piloto ter sido campeão em 2019 e 2020 tenha servido de inspiração para o departamento de comunicação da categoria, já que em 27/12/2020, ao entrar na aba “Notícias” do site da categoria, ainda aparece no cabeçalho “Notícias Copa Truck 2019”... sei que uma vertente dos negacionistas prega que não devemos considerar o ano de 2020, mas aí já é um pouco demais no meu humilde modo de ver. Np tocante às disputas na pista, o ano foi bastante proveitoso, principalmente por conta da menor quantidade de treinos para que fosse possível fazer corridas no sábado e no domingo, como aconteceu no começo da temporada. Um ponto alto foi a realização de algumas etapas na mesma data que a Stock Car, sem dúvidas um grande atrativo poder presenciar as duas maiores categorias nacionais na mesma pista, no mesmo dia. Imaginem que maravilha seria isso com a possibilidade de público nas arquibancadas... enfim, sonhar nunca é demais. Agora que a transmissão foi para o mesmo canal da Stock Car, quem sabe não continuem com o bom exemplo? A Stock Car, que enfrentou além do desafio de efetuar um campeonato com todas as limitações a estreia de carros novos, teve uma temporada muito interessante para o espectador, com as medidas de equalização entre as duas marcas funcionando para deixar a disputa pelo título (que pela terceira vez ficou com Ricardo Maurício, mais do que merecidamente) bastante equilibrada. A regra dos descartes dos 2 piores resultados do ano também contribuiu para que no final da temporada tivéssemos um bom número de pilotos com chances de disputar o título. OK, alguns eram apenas chances matemáticas, mas em acontecendo acidentes e quebras que são possíveis de ocorrer em qualquer competição de esporte a motor, tinham chances sim, por que não? O que me deixou com a pulga atrás da orelha a temporada toda foi por quanto tempo a categoria conseguirá manter essa receita com duas marcas disputando na pista... sabemos que no Brasil existe grande preferência por eventos monomarca, afinal dessa maneira não tem como o produto da marca perder na pista para o produto da marca concorrente, e o domínio inicial da Toyota e posteriormente a recuperação e leve domínio mostrado pela Chevrolet acabaram levantando essa hipótese em minha cabeça. Eu torço para que a iniciativa perdure por longo tempo, e inclusive que novas marcas cheguem à categoria. Estou consciente que jamais teremos por aqui a pujança do automobilismo argentino, em que se encontram diversas marcas participando do Super TC 2000, mas... sonhar AINDA não paga imposto (o dia que o Governo descobrir como cobrar imposto dos sonhos, certamente o fará). Quem fez uma grande temporada em 2020 foi a categoria dos “gentlemen drivers”, a Porsche Cup. A mistura nas pistas de pilotos profissionais com entusiastas do esporte que correm por hobby, divididos em 4 categorias diferentes e em provas longas (Endurance) e curtas (Sprint) gerou disputas das mais interessantes que tivemos a oportunidade de acompanhar esse ano. Organização está de parabéns pelo trabalho apresentado. Outra categoria que encheu os olhos foi a Copa HB20, com grid cheio (a última etapa teve 40 carros inscritos) e jovens pilotos dispostos a ”mostrar serviço” para os chefes de equipe da Truck, da qual a Copa HB20 foi a categoria de apoio. Na categoria Pro o campeão foi Diego Ramos, ao passo que na Super o título foi dividido pelos irmãos Rafael e Leonardo Reis, que correm em dupla. Fica a torcida para que eles consigam galgar sonhos mais altos no automobilismo. Uma categoria que valeu a pena acompanhar (embora infelizmente nem sempre tenha conseguido fazer isso) foi o Endurance Brasil. Para pilotos e engenheiros é o máximo, pois o piloto tem que andar rápido mas não rápido o suficiente para quebrar o carro, o engenheiro tem que fazer um carro rápido mas que chegue ao final da disputa... um cenário desafiador por todos os ângulos. Falta à organização conseguir transmitir isso tudo para o público, já que por vezes fica difícil acompanhar 3 categorias de protótipos, mas as duas de GTs (GT3 e GT4), que por sua vez também são divididas entre a “normal” e a “light”. Na prática, de vez em quando fica difícil saber qual que é a disputa que está acontecendo na pista. O espetáculo é garantido para o espectador, mas se quiser saber quem está disputando com quem... a coisa fica um pouco mais complicada. Uma simplificação de regulamentos, com 2 categorias de protótipos e 2 de GTs (sem as subdivisões) talvez trouxesse mais interesse geral para o campeonato. É uma ótima competição, que mesmo sem pandemia não conseguiria atrair o público que merece por ser muito fragmentada. Que tal ao menos pensar em alguma maneira de tornar a competição mais compreensível para as massas? Também temos duas boas notícias vindas do exterior... a primeira é que Sir Frank Williams, que deu entrada num hospital na Inglaterra dia 15 de dezembro, recebeu alta na véspera do Natal. A família não informou o que o levou à internação. Da Itália chegam as notícias que Alessandro Zanardi, hospitalizado desde um grave acidente em junho, já consegue responder perguntas com gestos das mãos. Para quem sofreu as lesões cerebrais que ele sofreu, é uma notícia que traz grande alívio. Termino desejando que todos vocês, fiéis leitores, tenham uma ótima passagem de ano, que 2021 seja melhor que 2020 (até porquê pior vai ser um tanto quanto difícil...) e até próximo final de semana vou tentar convencer o Pai Alex a fazer suas previsões, já que, como informei na coluna passada, ele ainda está traumatizado por não ter previsto o grau que chegaria a pandemia... espero vir com as previsões do Pai Alex, mas não posso prometer nada. Torçam para dar certo! Até a próxima! Alexandre Bianchini |