 E aê Galera... agora é comigo!
Esta semana eu tinha pensado em fazer uma retrospectiva – bem humorada ao meu estilo – do que foi esse ano onde eu fui convidado para assumir a coluna do Milton Carranca, o colunista mais lido do site. Responsabilidade grande, mas o General Fernando (não sei onde ele estava com a cabeça) não só pediu para eu escrever como me deu “carta branca”... Ferrou (o verbo não era bem esse...), né? Gozações (o advérbio não era bem esse...) à parte, acho que os leitores – depois do choque – foram se acostumando com o meu “estilo”, que convenhamos é “um pouco menos polido” que o do grande jornalista que substituí. No final das contas, acho que surtiu efeito, talvez além do esperado, para contrariedade de muita gente, mesmo dentro da nossa “redação”. A retrospectiva acabou ficando nas competentes mãos e mente do Gargamel, jornalista profissional e que tem sua coluna às segundas-feiras. Recomendo a leitura. Está excelente (o adjetivo não era bem esse...). Assim, resolvi falar sobre um assunto que esteve morno como leite no fogão até algumas semanas atrás e que, como leite que a gente fervia (coisa de antes dos leites de caixinha), do nada fervia e sujava o fogão inteiro. Foi isso que aconteceu: a fervura subiu! O atual e reluzente presidente da CBA avisou aos seus apoiadores – e potenciais adversários – que não seria candidato à reeleição para o cargo. Isso abriu o pleito para novas possibilidades (ou não). Mr. Nugget, candidato derrotado no sufrágio passado lançou-se novamente candidato, contando – basicamente – com os mesmos apoiadores da eleição passada, que falam em mudanças na CBA, mas estão agarrados às suas cadeiras nas federações estaduais que presidem há várias décadas. No ano que vem o presidente da FAUGO completará 30 (TRINTA) anos no cargo!  Giovanni Guerra ou Milton Sperafico? A partir de 15 de janeiro de 2021 teremos um novo presidente na CBA.
Sem o Vincent Price do nordeste – aparentemente – mantendo uma certa distância do processo eleitoral, seus originais apoiadores (as 9 federações do nordeste onde abnegados tiram leite de pedra pra fazer automobilismo sem praticamente nenhuma divulgação da mídia nacional) foram buscar um pizzaiolo nordestino para ser o candidato “da situação” contra o Mr. Nugget com uma pizza de carne seca, jabá e queijo coalho. Mais uma vez se viu uma divisão norte-sul na disputa onde todos perdem. Sem união de esforços o automobilismo nacional, que já tem suas mazelas e este ano ainda foi afetado pela pandemia, não vai mudar muita coisa, especialmente quando a gente vê a sucessão de casos estranhos às competições que os eleitores e apoiadores dos atuais candidatos (e dos anteriores também). A lista não é pequena. Em setembro de 2010, o vice-presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), Antonio dos Santos Neto, foi preso nesta sexta-feira em Belém, capital do Pará. Ex-presidente da Federação Paraense de Automobilismo, Neto foi acusado de “crimes como formação de quadrilha, fraude em licitações, peculato e falsidade ideológica“, de acordo com o informe expedido pelo Ministério Público Federal (MPF) de Belém. “O esquema foi montado no início daquele ano na Secretaria de Saúde da capital paraense e fraudou duas licitações que somavam R$ 10,3 milhões em recursos federais“, continua o informe.  Antônio dos Santos Neto e Haroldo Scipião foram presos durante o período em que eram presidentes de federação.
Em novembro do mesmo ano, o então presidente da Federação Cearense de Automobilismo (FCA), Haroldo Scipião, foi detido para averiguação (em outras palavras, foi parar na cadeia), na operação da Polícia Federal no Ceará denominada “Podium”. Realizada em parceria com a Receita Federal, a ação resultou em mandato de detenção para nove pessoas ao todo. As detenções para averiguação fazizeram parte de uma investigação de suposta sonegação fiscal. O prazo máximo estabelecido por lei para cárcere desta natureza é de cinco dias. Segundo o que foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal teria apurado que a Federação era a depositária de recursos estimados em 50 milhões reais entre 2005 e 2008. Em 2012 estive com o então editor do site, o Capitão, na Federação de Automobilismo do Estado de Goiás, que funcionava em um prédio sem luz e água, uma invasão de um imóvel que estava com pendências judiciais e ouvi do então – e ainda presidente – entre outros absurdos, que Reginaldo Bufaiçal tinha sido o maior presidente da história da CBA... Bufaiçal que teve uma administração com uma lista de conflitos e contas mal explicadas. A disputa deste ano estava como leite na leiteira e no fogão. Tudo seguia seu caminho com os blocos do norte e dos sul defendendo seus candidatos quando, onze presidentes de federação (os 9 do nordeste, além dos presidentes das federações de Tocantins e Santa Catarina) protocolaram pedido de impugnação da chapa do Candidato da oposição, à presidência da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). O motivo alegado é uma condenação contra o candidato à 1ª vice-presidência, Luiz Henrique Lima Caland, presidente da FADF, que o tornaria inelegível até 2022. Há também menção a outro processo, deste ano, que inclui prisão em flagrante. Isso está previsto na chamada Lei Pelé. O candidato, inclusive, teve a sua candidatura à Deputado Federal no estado de Goiás em 2018 impugnada pelo TSE... deve ser gente à altura da nossa política!  Luiz Caland, presidente da FADF, era o candidato a 1° vice-persidente na chapa de oposição, mas acabou substituido.
A disputa vai ser acirrada. A princípio 23 votantes poderão decidir quem será o novo presidente da CBA. São 22 federações e mais o voto da ABPA – Associação Brasileira dos Pilotos de Automobilismo – presidida pelo piloto da Copa Truck, Felipe Giaffone, que declarou o voto da associação em favor ao pizzaiolo (o voto na eleição passada foi no então candidato da oposição, que ainda sofreu uma tentativa de impugnação por parte do presidente da federação gaúcha, que estranhamente também votou no candidato da oposição) e que desta vez já manifestou seu voto a favor da candidatura da situação. Mas isso não garante que teremos 23 votos na urna no dia 15 de janeiro de 2021, data da eleição, na sede da CBA no Rio de Janeiro. Federações que não estiverem com suas obrigações em dia perante à CBA estarão impedidas de votar. Estes foram os casos de duas federações na eleição passada: Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. O prazo para substituir Luz Caland era o dia 18 de dezembro e, no dia 17, foi apresentado o substituto do presidente da FADF: Roberto Vieira Saraiva é o novo candidato à primeira vice-presidência na sua chapa, de oposição. Fundador e presidente do Castanhal Kart Club (Castanhal é uma cidade próxima à Belém), através do qual promove, entre outros, o Campeonato Paraense da modalidade. Uma situação interessante e estranha, uma vez que o candidato à 2ª vice-presidência na chapa da situação é o piloto de arrancada e fundador da Liga Paraense de Automobilismo Roger Barros Rezegue. A gente ainda vai ter muito leite esparramado nesse fogão até o dia da eleição, que promete ser decidida por uma pequena diferença de votos e certamente muita discussão, protestos e pedidos de impugnação de votos de parte à parte no dia 15 no bairro da Glória. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - Mais uma semana se passou e nada de informação sobre as datas das corridas da Copa Truck em 2021, no já explícito tratamento de “sub-categoria” dado aos brutos no cenário do automobilismo nacional. - Aê assessoria de imprensa da Copa Truck: vou cobrar de você toda semana até você atualizar o portal de notícias do site. Está esperando entrar em 2021 para mudar de 2019 pra 2021 de uma vez só? - Foi bom em quanto durou. A Disney desistiu de disputar os direitos de transmissão da Fórmula 1 para o Brasil e agora o único canal de TV em negociação é o ainda (o ano não acabou) detentor dos direitos de transmissão... #vemstreaming. - A F4 argentina (seguindo padrões da FIA) tem promotor que sabe das coisas: Aproveitou o sucesso do TCR, categoria continental de turismo no continente para colocar a sua categoria como parte do programa e expô-la no cone sul do país e atrair pilotos brasileiros, na contrmão dos donos de categoria de monopostos do Brasil, com carros ultrapassados, projetos de fundo de quintal e muita falta de visão. - Notícia boa que chegou semana passada: Mesmo depois da irreparável perda de Amadeu Rodrigues, a equipe HotCar vai continuar no automobilismo nacional com a filha de Amadeu, Bárbara. Vai ser a efetivação da primeira Chefe de Equipe mulher no nosso automobilismo. Que venham outras! Felicidades e velocidade, aproveitando para desejar um feliz 2021 para todos. Paulo Alencar | 
