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Lewis Hamilton: Tô certo ou tô errado? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 12 January 2021 10:48

“Tô certo ou tô errado?”, dizia o personagem imortalizado pelo ator Lima Duarte, que viveu o pecuarista Sinhozinho Malta, chacoalhando o relógio e suas várias pulseiras de ouro na novela ‘Roque Santeiro’, proibida de ir ao ar em 1975 e liberada somente dez anos depois pela censura.

 

O cacoete, que virou bordão nacional em 1985, era usado pelo personagem para demonstrar sua autoridade, ou melhor, seu autoritarismo perante a sociedade de Asa Branca, cidade fictícia onde se passava a história. Mas foi nesse segundo final de semana do ano que minha mulher, vendo uma foto do Lewis Hamilton riu do hepta campeão do mundo disse que ele parecia o “Sinhozinho Malta” com aquele “monte de ouro pendurado”.

 

A passagem (e as gargalhadas) acabaram me dando inspiração para a coluna desse mês... mas no que o personagem da novela parece com o grande dominador das pistas? A pergunta! Vamos lembrar que a Mercedes é a única das 10 equipes que vai disputar o mundial de Fórmula 1 (seja lá quando e onde esse venha a começar) com uma vaga em aberto e um piloto que está sem contrato para a esta temporada: justamente o campeão do mundo, Lewis ‘Sinhozinho’ Hamilton, que está discutindo “alguns milhões” de qualquer dinheiro importante (cada leitor pode escolher o seu) com a Mercedes para assinar o novo contrato. O que vocês acham, ‘Sinhozinho Hamilton’ “tá certo ou tá errado”?

 

 

 

Enquanto as equipes menores tem que carregar na farinha e na água pra aumentar o volume do feijão tropeiro (uma vez que os outros ingredientes estão pela hora da morte) as equipes grandes e endinheiradas – as quais, hoje, podemos dizer que são a Mercedes, a Red Bull e a Ferrari – tem sobra de caixa. Na verdade, tem ganhos milionários com o aporte dos seus patrocinadores, os resultados comerciais e os prêmios que a FOM paga ao final de cada temporada em função da pontuação que conquistam no campeonato de construtores e com 347 pontos somados em 2020, Lewis Hamilton fez mais pontos que a Red Bull (2ª colocada no mundial) com seus dois pilotos (319).

 

A chamada “radio paddock” é impiedosa e as coisas sobre o contrato da maior estrela do circo começaram a correr ainda no meio da temporada, quando – devido aos problemas que todos estão passando com a pandemia – a Mercedes teria oferecido uma redução de salário a Hamilton, passando seus rendimentos anuais de 47 milhões de euros para 40 milhões. O inglês teria feito uma contraproposta, trocando parte dos vencimentos por uma participação dele nos lucros da equipe. O jumentinho empacou na porteira!

 

 O que dizer de um piloto que é capaz de fazer coisas do tipo: ganhar uma corrida fazendo a última volta com um pneu furado?

 

Os problemas de 2020 vão continuar em 2021. Já tem corrida “descendo do trem” antes mesmo dele partir e o piloto também deveria enxergar isso para negociar este novo contrato, assim como a empresa também. Qual seria o problema de um contrato com uma parte variável? Eu sou corretor de imóveis e o que paga as contas da minha casa e justamente “a parte variável”, no caso, as comissões de venda. Isso poderia ser uma solução simples para um problema complexo, mas parece que os “patrões” não pensam assim.

 

É lógico que vai aparecer alguém pra dizer que “basta trocar ele pelo Russel que a Mercedes vai continuar ganhando”, graças ao desempenho do inglês, atualmente correndo pela Williams, mas que é piloto da Mercedes. É bom lembrar que a corrida espetacular feita por ele no Bahrein foi em um circuito onde todos correram pela primeira vez. Isso me lembrou o Jacques Villeneuve, na sua estreia, no GP da Austrália, que corria pela primeira vez no atual traçado, saindo de Adelaide. Ele andou na frente do Damon Hill naquele dia, mas no restante da temporada, não teve o mesmo ritmo do primeiro piloto da equipe. Será que o Valtteri ‘Anakin’ Bottas conseguiria ser o primeiro piloto e o piloto a liderar o time para continuar fazendo a Mercedes vencer?

 

 Lewis Hamilton é praticamente uma unanimidade em seu país, de cair nos braços da torcida e de levantar bandeiras sociais.

 

‘Sinhozinho Hamilton’ não é apenas o melhor piloto da atualidade e um dos melhores da história. Sem ele a Mercedes não teria levado seus carros ao nível que levou, apesar de muita gente achar que piloto não faz mais nada e um contrato de parte fixa e parte variável pode não ser algo tão ruim para as duas partes. Onde está o problema, então? Simples e complicado: ninguém quer dar o braço a torcer e ceder nessa negociação e com a economia do mundo em dificuldades, os lucros diminuíram com a diminuição das vendas, a ociosidade de algumas fábricas e a provável demissão de funcionários pelo mundo todo. Vale pagar tanto para uma pessoa só?

 

Apesar de toda essa novela que ainda está se desenrolando, Mercedes e Hamilton ainda vão acabar chegando a um entendimento. A montadora e a equipe na Fórmula 1 é um palco perfeito para Lewis  continuar vencendo, ampliando recordes, fazendo suas ações político-sociais em favor das causas que defende e ainda ganhar muitos milhões em qualquer dinheiro que a gente pensar. Talvez a questão seja exatamente essa: não é uma questão de dinheiro, mas de mostrar que está certo e não errado!

 

 Quem vai ceder nessa queda de braço? Mercedes ou Lewis Hamilton? Aguarde as cenas dos próximos capítulos.

 

Agora é ver se eu não queimo a língua e o ‘Sinhozinho’ acaba caindo do cavalo no final da novela.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

  
Last Updated ( Friday, 22 January 2021 10:45 )