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2021 não vai ser como 2020 na Fórmula 1 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 11 February 2021 18:29

Olá Leitores do Nobres do Grid,

 

Quando foi anunciado que não haveriam novos carros para a temporada de 2021 na Fórmula 1, com as grandes modificações programadas para 2022 devido à pandemia, após as primeiras corridas e a vantagem enorme imposta pela Mercedes, muita gente deu como definidos não só o campeonato que terminou em dezembro, bem como este que ainda nem começou.

 

Não vai ser bem assim. Os fãs estão ficando desencantados com as corridas de Fórmula 1, já que o campeonato está se tornando um assunto unilateral. A FIA está ciente disso e anunciou algumas mudanças drásticas nos regulamentos em 2019, que deveriam entrar em vigor a partir de 2021. Esses regulamentos também especificavam algumas mudanças aerodinâmicas, bem como outras.

 

A mais importante (no entendimento de muitos), a limitação de orçamento (teto) inicialmente de 175 milhões de dólares, mas que ainda no meio da temporada passada foi reduzido para 145 milhões, apesar de que alguns profissionais ficaram fora desta conta como os pilotos, projetistas e executivos, vai atingir a parte de desenvolvimento e subordinados dos respectivos corpos técnicos. As equipes estão buscando alternativas, como a Ferrari, por exemplo, que vai alocar parte dos seus técnicos na Haas.

 

 Os carros de 2020 serão iguais aos de 2021? Não, não serão, mas as mudanças, pouco visíveis, serão importantes.

 

Voltando à parte técnica, como disse, não vai ser bem assim, uma continuidade do campeonato anterior. Teremos pequenas alterações que, ao menos no início da temporada deverão dar um pouco de trabalho para os pilotos dentro dos carros e para as equipes de projeto em busca do que será perdido. Esses novos regulamentos visam reduzir a força aerodinâmica dos carros, nivelando marginalmente o campo de jogo.

 

A FIA reduziu a largura do piso do carro em 1.800mm a partir do eixo dianteiro. Além disso, o regulamento determina que os carros em 2021 não terão ranhuras no piso ou nas tábuas do piso antes das rodas traseiras. Ao fazer isso, a FIA visa reduzir o downforce gerado pelos carros. Os cortes diagonais após 1800mm reduzirão a área plana do piso do carro e a eliminação das ranhuras reduzirá o diferencial de pressão. Os pisos serão 40 mm mais estreitos e as cercas do difusor serão limitadas ao plano do degrau. Enquanto as ranhuras longitudinais ajudam a gerar força descendente, as ranhuras transversais ajudam a reduzir o excesso de pressão em torno do assoalho do carro pelo ar que se move ao redor dos pneus.

 

A FIA também estabeleceu que os winglets nos dutos do freio traseiro não tenham mais de 40mm. Esses winglets criam uma força descendente significativa própria que alimenta as rodas traseiras. Ao limitar seu tamanho, o FIA reduz ainda mais o downforce gerado.

 

 De acordo com os esctudos em CFD, a FIA buscou junto com a FOM que os carros perdessem pressão aerodinâmica para 2021.

 

As laterais e molduras do difusor que o protegem serão reduzidas em 50mm. Isso significa que o difusor não será vedado de forma eficaz, impactando a força descendente gerada pelo piso. Uma vez que o assoalho dos carros de F1 gera cerca de 60% da força descendente total do carro. De acordo com as estimativas da FIA, a força descendente gerada pelo piso será reduzida em 10%. Isso se traduzirá em uma redução geral da força descendente em 4,5%. Além disso haverá uma espécie de “zona de exclusão” junto as rodas traseiras, o que tornará mais difícil a vedação do assoalho em seu final.

 

Nikolas Tombasis, da FIA, afirma que, como resultado da intervenção da FIA, os carros de F1 estarão muito mais seguros em 2021 do que foram este ano. Com essa intervenção, a F1 tem buscado deixar os carros mais seguros sem aumentar muito os gastos com modificações.

 

Aspectos e impactos.

Um carro de F1 gera downforce em torno de seu próprio peso a pouco menos de 100 km/h. Em velocidade máxima, ele pode gerar downforce de até 5 vezes seu próprio peso ou 5G. Isso ajuda a estabilizar os carros e permite uma melhor aderência, permitindo o retardamento das freadas e a ter mais velocidade em curvas. A força descendente gerada pelo piso de um carro é o produto da área do piso e da pressão negativa do ar gerada pelo piso. A quantidade de redução da área do piso será determinada pelo comprimento da distância entre eixos do carro.

 

 O "cenário dos sonhos" da FIA é o de "limpar o ar" que sai do veículo da frente e permitir a aproximação dos perseguidores.

 

Embora todas as equipes trabalhem para tornar os assoalhos de seus carros mais eficientes, esta é uma oportunidade para as equipes menores melhorarem a aerodinâmica de seus carros e com isso tentar reduzir a diferença que as separa das equipes de ponta. Contudo, não há garantia nenhuma de que isso venha efetivamente a acontecer.

 

Em contrapartida ao que vai se perder em termos de aderência com o ar que passa sob os carros, o regulamento permite que os aerodinamicistas possam, entretanto, trabalhar em soluções para modificar asas, sidepods e difusores a fim de minimizar a perda de downforce gerado pelo assoalho. A FIA indicou com essas mudanças que as melhorias feitas no desempenho dos carros por meio do desenvolvimento convencional são bem vindas.

 

A temporada começou em dezembro.

Ainda no final da temporada de 2020, muitas equipes de Fórmula 1 aproveitaram a oportunidade para testar uma versão simples das modificações no piso de 2021 em corridas recentes, com pelo menos cinco equipes executando-as nos treinos de sexta-feira no Grande Prêmio de Abu Dhabi.

 

 O assoalho dos carros não poderão ter os mesmos sulcos direcionadores de ar que tiveram em 2020.

 

A Ferrari, no carro de Charles Leclerc na terino livre 1, depois Sebastian Vettel no terino livre 2, a Haas (com Pietro Fittipaldi), Renault (Esteban Ocon), Williams (Nicholas Latifi) e Red Bull (Alex Albon) estavam entre as equipes e pilotos que executaram testes com pisos experimentais no primeiro dia do Final da temporada de 2020. Para termos uma referência, no treino livre em que testou o novo assoalho, Pietro Fittipaldi foi cerca de 3 segundos mais lento que Mick Schumacher.

 

A maioria desses pisos de teste é simplesmente um trabalho de cortar e fechar, como a parte externa colada do piso no Haas, que é marcada com uma linha azul. A maioria das equipes abordou as modificações da mesma maneira e é apenas uma primeira tentativa até agora. Contudo, o que foi mapeado certamente será bastante representativo e fornecerá às equipes alguns dados para trabalhar quando iniciarem o projeto do piso do carro de 2021 real.

 

 Além de não ter as canaletas, o asoalho ficará mais estreito e mais distante dos pneus traseiros em 2021.

 

A correlação da pista com o túnel de vento é muito difícil com qualquer componente aerodinâmico trabalhando próximo ao solo, então este breve teste dará uma melhor compreensão de suas características. A linha vermelha no piso Haas mostra a quantidade de piso que foi removida, especialmente se considerarmos que haverá a liberdade de se trabalhar com os elementos aerodinâmicos onde o ar passa sobre o carro e não sob ele.

 

Assim, termos a chance de ver nos testes pré-temporada – que saíram da Espanha devido ao coronavírus para o Bahrain – duas semanas antes da abertura do campeonato, que acontecerá na mesma pista, o quanto as equipes conseguiram trabalhar sobre o novo regulamento para terem carros mais eficientes.

 

Abraços,

 

Luiz Mariano

 

 

  

Last Updated ( Sunday, 14 February 2021 20:17 )