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A integração nacional pode acontecer? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 10 February 2021 20:11

Caros Amigos, quando somos crianças, em nossos sonhos de futuro, de quem queremos ser quando crescermos é comum nesta idade termos a inspiração dos nossos ídolos para povoar nossas mentes. Queremos ser jogadores de futebol, pilotos de Fórmula 1, ator de televisão, cantor, ou mesmo ser um profissional de sucesso como nossos pais.

 

Como toda criança, também tive meus inspiradores e durante um bom tempo quis ser jornalista. Minha referência vinha de um programa de televisão nas manhãs de sábado que assistia com meu pai, que não só me estimulava, mas também comentava o programa, falando sobre as coisas que víamos.

 

O jornalista se chamava Amaral Neto e, graças a ele, aquele menino crescido cercado de asfalto e cimento na capital mineira teve a oportunidade de, através de seus programas na televisão, explorar o Brasil como hoje, mesmo com todo acesso que meus filhos e sua geração têm ao alcance das mãos com a internet, não duvido que pouquíssimos tiveram ou tem a curiosidade de explorar.

 

O Brasil, como nós estudamos, tem dimensões continentais com seus 8,5 milhões de km quadrados, mas temos nestas enormes dimensões distâncias que por vezes parecem ser muito maiores do que qualquer trena conseguiria medir. Basta vermos os índices econômicos, de educação, de industrialização, de renda... e na temática do nosso encontro semanal, que é o automobilismo, isso também aparece. Quantos Antônio Pizzonias, o piloto manauara que chegou à F1 deixamos de ter ao longo de décadas? E o que seria do Antônio Pizzonia, o original, não fosse o esforço de seu pai em mandar o menino correr em São Paulo na adolescência?

 

Em uma entrevista ao nosso site, o ex-presidente da CBA, Cleyton Pinteiro, falou que “um campeonato brasileiro de automobilismo precisava ir para todas as regiões do Brasil”. De certa forma, apesar de todas as polêmicas dos seus oito anos de gestão, em dois mandatos, tivemos a Fórmula Truck correndo em Caruaru e em Fortaleza e a Stock Car correu em um circuito de rua em Salvador. Integrar o norte e o nordeste ao restante do Brasil deveria ser uma prioridade para os presidentes nordestinos, mas existem outros desafios.

 

Os autódromos existentes na região carecem de infraestrutura e estado de conservação. Tecnicamente, o que reúne melhores condições é o autódromo de Caruaru, mas o além do asfalto que não recebe um recapeamento há mais de uma década, seus boxes e instalações de suporte não comportam uma categoria como a Stock Car e mesmo para a Fórmula Truck – agora a Copa Truck – a estrutura é muito precária. Somado a isso a disputa política na cidade é um entrave para que algo seja feito. Os dois grupos políticos que se revezam no poder são antagônicos em relação ao que fazer com o autódromo, que hoje está em uma área comercialmente valorizada e, automaticamente, é alvo da especulação imobiliária.

 

Este é o mesmo mal que passa o autódromo Virgílio Távora, localizado em Eusébio, na grande Fortaleza, que no ano passado chegou a ser oferecido em leilão, mas não recebeu propostas (os potenciais interessados não “concordaram” com o lance mínimo e querem forçar a redução do mesmo). As condições do autódromo são semelhantes as encontradas em Caruaru, com o asfalto precisando ser recapeado e os boxes subdimensionados para receber uma categoria como a Stock Car.

 

O outro autódromo da região é o de São Miguel de Taipu, próximo a João Pessoa. Em termos técnicos é o que tem menos condições de segurança e estruturais para receber um evento nacional, mas tem a vantagem de ser um empreendimento privado e ser recente, tendo sido inaugurado há pouco mais de cinco anos. Com uma reforma de pista e adequação das instalações, poderia ser a melhor opção a ser considerada e ao que tudo indica, o atual presidente da CBA, Giovanni Guerra parece pensar da mesma forma.

 

Amanhã, sexta-feira, uma comitiva que irá com ele, formada pelo piloto Nelson Ângelo Piquet; o empresário Lincoln Oliveira, controlador da Stock Car; o promotor do Turismo Nacional, Ângelo Correa e os presidentes das federações da Paraíba (Otávio Ribeiro Coutinho Sobrinho), Pernambuco (Carlos Antônio Ferraz Teixeira), Ceará (Lutianne Dantas Soares) e Distrito Federal (Renato Constantino), entre outros estarão na capital paraibana para visitar o autódromo e estabelecer eventuais aprimoramentos. Um plano de trabalho objetivo e realista para que o autódromo seja adequado para poder receber uma categoria nacional.

 

Não vai ser um trabalho fácil. O trabalho de Luís Ernesto Morales, presidente da Comissão Nacional de Circuitos da CBA, que em 2019 visitou o circuito e entregou nas mão do então presidente da entidade um relatório da vistoria técnica apontando soluções e alternativas para a adequação do circuito e o trabalho em conjunto com o presidente da Comissão Nacional de Velocidade, Alfredo Tambucci Junior podem fazer do autódromo paraibano uma realidade, desde que seja vencida a conhecida resistência do proprietário, Sr. Fernando Monteiro à idéias diferente das suas. No discurso de inauguração do autódromo, nosso enviado ao evento ouviu no discurso proferido por ele de que “ali a CBA não mandava”.

 

Se conseguirem fazer com que as obras necessárias aconteçam na Paraíba, podemos ter a real possibilidade de estabelecer o primeiro de uma opção para que as categorias nacionais vão até o nordeste. Caso o sucesso e o retorno financeiro para as autoridades políticas fique evidente, quem sabe possamos ter isso como incentivo aos outros autódromos passarem por reformas e termos um pólo de fomento do automobilismo na região. Seria um belo modelo de integração nacional.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

  
Last Updated ( Thursday, 11 February 2021 08:20 )