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Fórmula E, Martinsville e chuva PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 12 April 2021 10:28

Olá leitores!

Espero que vocês estejam bem, os cerca de 35% que acessam essa coluna de fora do Brasil já estejam sendo vacinados, e que os que aqui residem se protegidos da melhor maneira possível (já que aguardar qualquer coisa das esferas governamentais, seja município, estado ou federação, é pedir para morrer sem direito a um velório decente). Não posso reclamar da quantidade de corridas do final de semana, duas corridas de furad... digo, de Fórmula E e uma longuíssima corrida em Martinsville que começou (atrasada) na noite de sábado, foi interrompida pela chuva, e durou quase 4 horas para terminar no domingo a tarde.

 

Começando com a Fórmula E, que fez uma rodada dupla em um aperfeiçoado circuito nas ruas de Roma, que eu não vou dizer que ficou uma pista muito boa pois não é do feitio da categoria fazer pistas que ofereçam desafio aos pilotos e atratividade ao público ao mesmo tempo, mas ficou bem melhor que o traçado anterior. A intermitência da chuva foi uma constante na capital italiana no final de semana, embora boa parte da corrida tenha acontecido sem precipitações, apenas uma chuva fraca no momento da largada levando a direção de prova a tomar a decisão de largar com safety car... que ficou 5 minutos na pista. Pô, se era só pra fazer a largada bastava uma única volta com o safety car. Depois que eu digo que algumas intervenções do carro de segurança são feitas para fazer propaganda do modelo que foi cedido à categoria pra essa função de carro de segurança sou criticado... enfim, o traçado com subidas, descidas e algumas ondulações quase padrão brasileiro deram alento à corrida. Lotterer e Vandoorne, ocupantes da primeira fila, se enroscaram logo no começo, para alegria de Di Grassi, Rowland e Vergne. Boa parte da corrida teve a disputa pela liderança entre Di Grassi e Vergne como atrativo, até que a poucos minutos do final o Audi do brasileiro “perdeu potência repentinamente” (depois chegou a informação que foi um problema mecânico, não elétrico) em um trecho um pouco mais veloz da pista, e os dois carros da Mercedes (Vandoorne e de Vries) se enroscaram ao tentar desviar do Di Grassi, com os 3 pilotos abandonando a corrida naquele momento, Com isso, o safety car novamente foi acionado, e a corrida acabou em bandeira amarela, com vitória do Jean-Eric Vergne, 2º lugar para Sam Bird e 3º para Mitch Evans. Sérgio Sette Câmara teve problemas no carro logo nas primeiras voltas, conseguiu religar o carro e voltou para a prova lá no fundo do pelotão. No final, entre o que ele conseguiu na pista e as proverbiais punições da Fórmula E, terminou em 15º lugar. O domingo começou com uma desagradável surpresa: liguei a TV na Cultura pra assistir a corrida... e nada. Passando outro programa matutino. Achei que fosse problema do sinal enviado para as TVs a cabo, alternei para a recepção via sinal aberto e... nada. Tive de ir assistir a corrida no canal por assinatura. Já nas últimas voltas, procurando nas redes sociais durante a última intervenção do safety car, descobri que a transmissão ao vivo da TV Cultura no domingo estava sendo feita no site... Cultura bem que podia comunicar mais claramente esse fato, né? Não sou um fã da transmissão via internet, mas ao menos poderia ter tomado consciência disso antes das voltas finais. Enfim, coisa a ser melhorada para as próximas transmissões. Falando da corrida, que novamente começou com pista molhada (e safety car, que dessa vez felizmente saiu mais rápido da frente do pelotão). Primeira fila com dois pilotos novatos na categoria, piso molhado, e claro que o rapaz que horas antes tinha marcado a pole position (Nick Cassidy) perdeu a posição por rodar em uma das curvas. O outro novato da primeira fila, Norman Nato (não imaginam a quantidade de trocadilhos que fiz com o sobrenome dele...), agradeceu mas não ficou na frente por muito tempo, sendo ultrapassado por Wehrlein e Vandoorne, mas conseguiu acompanhar eles sem grande esforço. A primeira intervenção do safety car foi por conta da disputa Buemi X Di Grassi, na qual o brasileiro levou a pior e bateu no muro, abandonando ali a corrida. A segunda intervenção foi por conta de um estranho “Roma drift” do René Rast, que perdeu o controle da traseira do seu Audi e bateu no muro, quebrando a suspensão e deixando um bocado de pedaços de carenagem no asfalto. Como faltavam pouco mais de 5 minutos pro fim da corrida, quando o safety car saiu a decisão foi em uma única volta final, e claro que numa situação dessas haveria um último enrosco na corrida: Nyck de Vries, Sam Bird e Oliver Rowland tentaram disputar um mesmo espaço na pista, as leis da Física foram implacáveis, e os carros acabaram batendo. Bird e de Vries ficaram por ali mesmo, e Rowland conseguiu voltar pra receber a bandeirada. Na linha de chegada o resultado foi vitória do Stoffel Vandoorne, com Alexander Sims em 2º e a jovem revelação francesa Norman Nato em 3º... mas sabemos como é a Fórmula E: corrida sem punição pós prova é quase como acertar sozinho na loteria. E Nato acabou sendo desclassificado por “excesso de uso de energia”, com o 3º lugar sendo herdado por Pascal Wehrlein. Acredito que Nato logo procurará outra categoria com um regulamento menos alucinógeno que a Fórmula E, perder um pódio dessa maneira é pra desmotivar qualquer um. A propósito, de Vries perderá 5 posições no grid na próxima corrida, por ter causado o acidente na última volta.

 

Aliás, em um país civilizado, com população estudada, onde as pessoas soubessem ler e interpretar um texto, eu não precisaria fazer esse parágrafo, mas... aqui na República Sebastianista da Banânia, torna-se necessário. Quando eu critico o fato da TV Cultura ter transmitido a corrida do domingo ao vivo apenas pelo site, eu estou criticando a EMPRESA TV Cultura, e não os (ótimos, por sinal) narrador e comentarista da corrida. A infantilidade de boa parte da imprensa tapuia interpreta uma crítica a uma decisão que não é da alçada deles como uma crítica ao profissional da área de Jornalismo da empresa... é, leitores de fora do Brasil, coisas que acontecem aqui nesta terra que Deus fez e se arrependeu amargamente depois. Quando necessário e merecido, critico o profissional sim, ninguém nesse mundo é perfeito, nenhuma empresa no mundo é perfeita (ainda mais no Brasil, onde pelo menos 95% do mundo corporativo traduziu o conceito primeiro-mundista de “sair da zona de conforto” por “encher o saco e dificultar a vida do funcionário até que ele não aguente mais e peça demissão”), e não aceitar críticas é um negócio muito “Millenial”, no geral os profissionais da área são mais velhinhos que isso e não deveriam se comportar como essa adolescência feita de açúcar que encontramos choramingando em redes sociais. Comportem-se de maneira adequada à sua idade cronológica, por obséquio.

 

No mundo das duas rodas surgiu a expectativa: a atual equipe médica avaliou o estado físico de Marc Márquez e o liberou para voltar à pista no GP de Portugal, próximo final de semana. Vou acreditar que a equipe médica o liberou por efetivamente estar recuperado, e não por algum tipo de pressão da Honda (que sem seu principal astro está sofrendo nas pistas). A corrida deverá ter uma das maiores audiências dos últimos anos, haja vista a magnitude do Márquez hoje em dia e da expectativa a respeito de como será o desempenho dele nesse retorno após meses “no estaleiro”. E esta semana Andrea Dovizioso fará alguns testes pela Aprilia, oficialmente para ajudar o fabricante a desenvolver a moto... mas como nitidamente a moto está boa e o que falta é piloto capaz de andar lá na frente, pode perfeitamente ser um teste para ver se ele se adapta à moto e, assim, voltar à categoria após ser dispensado da Ducati. Esperemos.

 

E a NASCAR foi até Martinsville – uma das pistas que menos gosto, talvez A que menos gosto – para aquilo que deveria ter sido uma etapa noturna, que virou uma etapa diurna e que terminou já com a iluminação da pista acesa, uma verdadeira maratona. Após um longo adiamento por conta da chuva e do trabalho de secagem de pista, a largada foi dada sábado à noite para a corrida ser interrompida novamente após 42 voltas com a volta da chuva. Transferida para o domingo às 4 da tarde no horário local, terminou quase 8 da noite por lá... e ao passo que o primeiro e o segundo segmentos tenham sido relativamente tranquilos (com vitórias de Ryan Blaney em ambos), o segmento final foi cheio de acontecimentos. Teve até um “Big One” no melhor estilo Talladega, envolvendo 12 carros, com direito a pista bloqueada, pouco mais de 20 minutos de bandeira vermelha, tudo começando por conta de um contato lateral entre Chris Buescher e Kyle Busch. Foi de tal jeito que teve dois carros em chamas após o acidente (os de Daniel Suárez e Ryan Preece). Ao anoitecer, quando tudo indicava que a vitória seria de Denny Hamlin, após uma longa disputa finalmente Martin Truex Jr. conseguiu fazer de maneira definitiva a ultrapassagem e abriu vantagem para conquistar sua segunda vitória no ano e quebrar a sequência de 7 vencedores diferentes em 7 corridas até então disputadas. Em 2º chegou Chase Elliott, que conseguiu passar Hamlin a 5 voltas da bandeirada, fazendo o piloto do carro #11 ter que se contentar com o 3º lugar após liderar 276 das 500 voltas da corrida. Em 4º e 5º lugares dois carros da Hendrick, William Byron e Kyle Larson, respectivamente. Em uma pista onde a ultrapassagem não é exatamente fácil, de se notar o desempenho do Christopher Bell, que saiu de 23º para 7º lugar no final.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini