 Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!
Nesse final de semana tivemos quatro brasileiros nas pistas, nos Estados Unidos e na Europa, encarando as respectivas etapas de abertura da USF2000, com Francisco ‘Kiko’ Porto e na PRO2000, a estreia de Enzo Fittipaldi no Road to Indy, dentro da programação do final de semana em Barber, Alabama. Na Europa, em Ímola, fazendo a preliminar da Fórmula 1, Eduardo Barrichello e Gabriel Bortoleto na super disputada Fórmula Regional Europeia, com 32 carros no grid. Barrichello estreando nas pistas europeias depois de começar nos Estados Unidos e Bortoleto que depois de 1 ano na Fórmula 4 italiana, decidiu dar o passo seguinte na carreira. Preparando-se para sua estreia oficial em monopostos, Emmo Fittipaldi, o filho do bicampeão da Fórmula 1 e campeão da Fórmula Indy, Emerson Fittipaldi, esteve treinando na Espanha e na Dinamarca antes da abertura do campeonato dinamarquês de Fórmula 4, prevista para o mês de maio.  Emmo Fittipaldi vai fazer sua estreia nos monopostos este ano na Dinamarca como primeiro passo no caminho para a F1.
Com 14 anos completos, o planejamento de carreira para o herdeiro do clã Fittipaldi está tratando com muito cuidado a sequência de passos a serem dados. O campeonato terá 6 etapas, cada uma com 3 corridas. Até o momento, 6 pilotos estão inscritos na categoria, que forma um grid conjunto com uma Fórmula 5 da qual, confesso, nunca ouvir falar. A expectativa é grande! USF2000 A segunda temporada de Kiko Porto começa com a esperança de ser menos complicada que a de 2020, onde o piloto sofreu com a proibição de entrar nos Estados Unidos e perder a etapa de abertura, depois ter que ficar de fora de mais uma etapa por ter contraído o covid19, mas que terminou bem, com vitórias e pódios em St. Petersburg. 
Este ano, no período preparatório, o brasileiro se mostrou um dos mais rápidos e na quinta-feira, já em Barber, mostrava potencial para andar na frente. Entretanto, na sexta-feira, tudo foi bem diferente, com Kiko Porto ficando apenas com a P15 no treino livre e a P11 no treino classificatório 1, atrapalhado por uma bandeira vermelha quando estava fazendo sua volta rápida. Felizmente, no classificatório 2, pra segunda corrida, o Brasileiro voltou à performance do dia anterior e marcou o 3° tempo. A corrida 1, na manhã do sábado, mostrou que as ultrapassagens em Barber seriam um grande desafio para os pilotos da categoria de entrada do “Road to Indy”. Kiko Porto mostrou que o carro tinha velocidade, andando no ritmo dos ponteiros em algumas voltas, mas só conseguiu superar um dos competidores à sua frente para terminar na P10. 
A segunda corrida da rodada dupla desta abertura da USF2000 teve Kiko Porto largando na 3ª posição e com boas chances de pódio. Um problema de falta de energia no autódromo e na torre de controle de prova adiou a largada e inverteram a programação com o treino da IndyCar. A corrida só aconteceu após o treino da categoria principal. Mas tivemos corrida, quase com o sol se pondo. Agitada a bandeira verde, Kiko Porto segurou a P3 nas primeiras curvas e foi pra cima do 2° colocado, P. Campbell, mas na segunda volta, depois de tentar tomar a P2, ficando no lado sujo da pista, o brasileiro foi surpreendido por Josh Pierson e não só caiu para a P4, como não teve como tentar a recuperação em seguida. Um acidente no final do pelotão levou o safety car para a pista. Nos Estados Unidos o trabalho é mais lento e foram 3 voltas com carro de segurança até a corrida ser retomada. Kiko porto não conseguiu se colocar em posição de ataque, mas no meio da volta ele já estava colado em Pierson, mas era atacado por Josh Green e precisava cuidar dos retrovisores. A molecada “descobriu” um ponto de ultrapassagem na curva 6 e isso animou a corrida. 
A organização diminuiu a corrida para 20 voltas por conta do problema que atrasou a corrida e trocou a programação com o treino da IndyCar. Na metade da corrida, os 4 primeiros faziam um pelotão compacto e o P5, Christian Brooks se aproximava, virando mais rápido e se tornando uma potencial ameaça para o Brasileiro. Kiko Porto soube segurar o adversário e os 4 primeiros voltaram a abrir um pouco. Nas voltas finais, o brasileiro tentou outro ataque pela P3, mas não conseguiu retomar a posição. Com isso, sai do Alabama com 30 pontos e a 7ª posição no campeonato. O líder é Prescott Campbell, com 56. PRO2000. Nos treinos não oficiais, Enzo mostrou uma rápida familiarização com o carro, sendo um dos mais rápidos. No treino livre, na quinta-feira, o brasileiro ficou com a P3. Contudo, na sexta-feira, no treino livre e no classificatório, as coisas não correram como era esperado e Enzo conseguiu apenas a P16 no treino livre e a P10 no classificatório para a corrida 1 e a P11 no classificatório para a corrida 2. Com base no desempenho de uma forma geral, era possível esperar uma corrida de recuperação, mas as ultrapassagens em Barber não são fáceis. 
A corrida do sábado começou com uma complicação na primeira volta, o que acabou atrapalhando a corrida de Enzo Fittipaldi, que caiu para 16° quando ele pegou a rebarba do acidente no meio do pelotão e acabou quebrando a asa dianteira, obrigando-o a uma entrada nos boxes e perder uma volta em relação aos líderes. Cinco pilotos entraram para os boxes e em 3 voltas Enzo Fittipaldi recuperou posições sobre os que foram para os boxes e subiu para a P14, mas ainda tinha uma volta a menos que o líder, e virava mais rápido que o 13° e no mesmo ritmo dos líderes. O prejuízo foi grande e ele estava a mais de 1 minuto do 12° colocado. Era preciso passar o P13, K. Simpson, pelo menos, mas na metade final da corrida, Enzo passou a virar mais lento e a diferença foi subindo volta a volta. Com o abandono de J. Roe Enzo subiu para P13. No final, com o problema de Rasmussen, abandono, o brasileiro terminou na P12. 
No domingo tivemos a segunda corrida da PRO 2000, com Enzo Fittipaldi largando na P11. Agitada a bandeira verde para os 17 pilotos na disputa, na largada lançada para as 30 voltas programadas, Enzo caiu para 13°, mas o pelotão do 8° para trás estava bastante compacto nas primeiras voltas. O problema é que, como se viu na corrida 1, as ultrapassagens não eram fáceis. Com o andar da corrida, o pelotão preso atrás do 8° colocado até que a briga do 9° com o 10° colocado deu ruim para os dois. Melhor para Enzo Fittipaldi que passou os dois e subiu para a P11 no início da volta 9, mas o pelotão continuava compacto do 8° ao 15° e errar era fatal. 
Com 15 voltas o pelotão começou a se desfazer e isso foi sendo ruim para Fittipaldi, com James Roe sendo um verdadeiro “tampão”. Enzo só conseguiu superá-lo na volta 23, mas estava mais de 3 segundos atrás do 9° colocado e não teve tempo para brigar pela posição. Enzo deixa o Alabama na 12ª posição do campeonato com 20 pontos. O líder é Braden Eves com 51. Fórmula Regional Europeia A fusão da categoria com o projeto da Alpine mostrou-se uma decisão muito acertada. 32 carros inscritos para o campeonato mostra que esta categoria vai conseguir rivalizar com a F3 FIA em nível de competitividade, coisa que, separadas, F.Renault e FR Europeia não conseguiam fazer. 
Chegada a hora da verdade, com a categoria fazendo a preliminar do GP de Ímola da F1, os pilotos fizeram duas sessões de treinos livres e duas sessões classificatórias: uma para a corrida do sábado e uma para a corrida do domingo. Um grande desafio para nossos representantes, Eduardo Barrichello, pela equipe JD Motorsport e Gabriel Bortoleto, pela equipe FA Racing. No treino qualificatório 1, que é para a corrida do domingo, com 13 carros no mesmo segundo, Gabriel Bortoleto foi o 14° colocado e Eduardo Barrichello, que estreia em competições na Europa, o 16°. Um detalhe relevante foi o fato dos 6 primeiros colocados terem sido pilotos que já corriam na F.Renault ou na FR Europeia no ano anterior. Essa inversão de qual treino é para qual corrida é uma das coisas encardidas que ficou da F.Renault. 
No segundo treino classificatório, visando a corrida do sábado, os carros andaram ainda mais próximos, com 18 carros dentro do mesmo segundo, mas ainda com enorme domínio dos pilotos mais experientes, que ficaram com as 5 primeiras posições. Os brasileiros tiveram movimentos distintos: Gabriel Bortoleto melhorou sua posição de largada, conquistando a P12 e Eduardo Barrichello, foi um pouco pior, ficando com a P19. A corrida do sábado aconteceu com pista seca, apesar de algumas nuvens estarem circulando o autódromo Enzo e Dino Ferrari para a corrida com 30 minutos + 1 volta. Apagadas as luzes vermelhas, Gabriel Bortoleto fez uma excepcional largada, subindo para a P8, enquanto Dudu Barrichello teve problemas nas primeiras curvas, caindo para 25°. 
Na segunda volta, um toque de dois competidores na tomada da chicane da Tamburello deixou um carro preso na brita e um algumas curvas depois, uma saída de pista determinou a entrada do safety car. Barrichello ganhou as duas posições, subindo para a P23. Após apenas uma volta, tivemos a retomada da corrida. Com a bandeira verde, Bortoleto segurou a posição e foi pra cima do 7° colocado, enquanto Dudu Barrichello não conseguiu segurar a P23, sendo superado e voltando para 25°. Depois de 3 voltas de Tommy Smith rodou e bateu sozinho, provocando outra entrada do safety car... e durante a bandeira amarela, a transmissão mostrou e falou muito sobre o mais velho dos filhos de Rubens Barrichello. Esta bandeira foi mais longa, tomando 3 voltas e quase 8 minutos. Com a bandeira verde, de volta à ação e dessa vez Beganovich conseguiu largar melhor e tomou a P8 de Gabriel Bortoleto. Barrichello continuou na P25. A briga pela P7 estava feroz com Hadjad, Beganovich e Bortoleto, mas o brasileiro vinha também sob ataque. Mari Moya veio com tudo pra cima e isso fez Bortoleto adotar uma pilotagem defensiva, afastando-se de Beganovich e da briga à sua frente, segurando um pelotão de 6 carros. 
Nos minutos finais de corrida, esse pelotão afastou-se um pouco, dividindo-se em 2, mas um toque em Kas Haverkort provocou uma batida forte antes da Tamburello, provocando a terceira entrada do safety car e alguns abandonos. Melhor para Bortoleto, que se livrou da pressão na P9 e para Barrichello, que subiu para a P20. A corrida acabou no anticlímax da bandeira amarela, mas não tinha como limpara a pista. No domingo pela manhã os pilotos voltaram à pista para a segunda corrida do final de semana e teríamos Gabriel Bortoleto largando na P14 e Eduardo Barrichello na P16, com céu nublado, mas sem sinal de chuva. Apagadas as luzes vermelhas, Gabriel Bortoleto fez uma boa largada, ganhando uma posição e indo para a P13. Eduardo Barrichello novamente não largou bem, mas não se meteu em confusões, fechando a 1ª volta em 19°. Na segunda volta já tivemos o safety car na pista com um carro preso na caixa de brita da Tamburello. Barrichello ganhou uma posição com isso e foi para P18. 
Duas voltas depois, tivemos a bandeira verde e na relargada, Bortoleto e Barrichello mantiveram suas posições, com Gabriel indo pra cima do 12° e tomando a posição na Tamburello, mas tendo que devolver por passar dos limites (e muito) da pista, indo pela brita. A disputa pela P2, com um pelotão de 6 carros envolvido, atrasou a todos em relação a Boya, o P11. Eduardo Barrichello, mais à vontade, foi escalando o pelotão e em uma volta ganhou 2 posições, indo para 16°. Quando Bortoleto, com pneus sujos da passagem na brita, deu uma escapada, Barrichello subiu para P15, com Bortoleto voltando logo atrás. Algumas voltas depois, a disputa de Alex Quinn e Beganovich acabou na brita e o safety car voltou para a pista. Os brasileiros ganharam as duas posições, mas teve mais gente parada na pista. Com isso, Barrichello assumiu a P13 e Bortoleto a P14. Foram 3 voltas com bandeira amarela. Na relargada, os brasileiros mantivero suas posições e não se atacaram na Tamburello, mas suas curvas depois Bortoleto foi com tudo pra cima e fez uma ultrapassagem dupla, indo para P12. Barrichello caiu pra 14°. Bortoleto veio possuído para tentar chegar nos pontos. Pouco mais à frente, Hadjar foi dar uma banda na brita e caiu para P12. Melhor pra Bortoleto, que subiu pra P11 e vinha no ataque, assim como Barrichello tentava tomar a P13 de Benavides, o que conseguiu na penúltima volta, mas perdeu-a algumas curvas depois quando os dois se tocaram e o brasileiro levou a pior, perdendo muitas posições. 
Além de olhar pra frente, todos olhavam pra cima nas últimas voltas, com o céu ficando carregado e a chuva a ponto de cair. Bortoleto não conseguiu tomar a P10 e ficou fora dos pontos. Barrichello terminou em 23°. O circo saiu de Ímola com Bortoleto na 12° posição, com 2 pontos. Barrichello não pontuou na etapa e o campeonato é liderado por Gregoire Saucy, com 35 pontos. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos |
