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A busca do passado perdido acabou PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 30 June 2021 19:51

Caros Amigos, Os carros de Fórmula 1 foram e são alguns dos mais rápidos do mundo e que a categoria é a mais importante, vista e cobiçada por pilotos em todas as partes (eu ia escrever “quatro cantos”, mas temi por poder ser interpretado ou confundido com um desses insanos terraplanistas.

 

Desnecessário dizer que os aficionados por velocidade obtiveram sua dose de adrenalina assistindo a essas corridas de F1, com suas particularidades, evoluções de engenharia e tecnologia, mas no aspecto humano, a parte mais desafiadora eram as rivalidades. Ao longo destes 70 anos de história, quem não se emocionou (falemos em relação ao Brasil, que passou a ver a Fórmula 1 de perto a partir dos anos 70, na TV e em Interlagos) com as grandes rivalidades das quais fomos testemunhas?

 

Stewart x Fittipaldi; Fittipaldi x Lauda; Piquet x Prost (ou Mansell, ou Senna), Prost x Senna e ficamos carentes depois disso ao termos perdido a chance de desfrutar o grande duelo que seria o confronto direto entre Senna e Schumacher. Como teria sido a disputa entre estes dois gênios da velocidade, algo que provavelmente teríamos por alguns anos não fosse a tragédia que se abateo sobre o mundo do esporte a motor no dia 1° de maio de 1994.

 

A rivalidade entre o falecido piloto brasileiro e o acamado piloto alemão era aquela que seria falada como os mais antigos fãs falam sobre os competidores dos anos 70 e 80. Infelizmente, falamos de uma disputa entre os dois mais com pesar do que como uma conclusão. Afinal, a competição entre eles durou pouco e foi entre dois competidores improváveis: Em 1991, Senna já era tricampeão mundial, enquanto Schumacher havia apenas começado a carreira. Foi em 1992 que Schumacher registrou sua primeira vitória na corrida, quando Senna já acumulava 36 vitórias. Então porque chamamos de rivalidade a relação (na pista) entre Senna e Schumacher?

 

Era óbvio que Schumacher era o ponto alto para continuar a rivalidade com Senna na ausência dos outros nomes proeminentes. Senna nunca testemunhou o desempenho implacável de Schumacher que lhe rendeu sete títulos sem precedentes, 91 vitórias em corridas, mais pódios, as voltas mais rápidas, as poles e títulos em seu nome. A questão, porém, era se o mesmo nível de resultado teria sido possível se o Senna continuasse além de 1994? A questão é hipotética, mas considerando a carreira de cada um individualmente, ela oferecia todos os ingredientes possíveis para ter criado um confronto de titãs.

 

O tempo passou e estamos tendo a oportunidade, quem sabe, de termos a felicidade de sermos testemunhas oculares do retorno de uma disputa entre dos pilotos superdotados, de gerações diferentes como eram Senna e Schumacher. Lewis Hamilton e Max Verstappen tem tudo para protagonizarem um duelo como há anos não víamos na categoria, para a felicidade de todos que assistem a Fórmula 1.

 

Para qualquer um que segue a Fórmula 1 há muito tempo, mesmo que sua torcida, sua preferência ou apenas afinidade seja com uma equipe ou outra, esta temporada está se transformando no tipo de batalha épica da qual todos nós sonhávamos e é nesse ambiente que o esporte prospera, um duelo absolutamente fascinante entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, entre a Red Bull e Mercedes. Será que alguém que ama a velocidade não está adorando esse tipo de competição? Ainda mais com um campeonato de 23 etapas...

 

Uma pergunta que talvez fosse feita em 1994 sobre Michael Schumacher diante de Ayrton Senna talvez não caiba hoje: estaria Max pronto para lutar contra um heptacampeão mundial? (Senna era tricampeão). Não tenho dúvidas de que ele está. A evolução do piloto da Red Bull, em especial nos últimos dois anos mostra que ele não se importa sobre quem é o adversário à sua frente. Ele chegou em um nível de pilotagem de alto desempenho e atingiu um nível de maturidade muito além de seus anos ao volante e, em 2021 em particular, tem demonstrado isso corrida após corrida, mesmo com aquele chute no pneu em Baku.

 

Entretanto, mesmo com as vitórias recentes, Max não pode achar (e ele não vai achar) que o velho campeão está derrotado. Lewis Hamilton sabe que está lutando hoje contra uma espécie de “versão mais nova” dele mesmo como em 2007 quando teve uma disputa interna na McLaren com o então bicampeão, Fernando Alonso. Agora ele é o alvo e seu lugar na história o ponto de cobiça.

 

Que possamos todos desfrutar desta disputa por muitos anos e que nossos domingos sempre nos reservem grandes emoções.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva