Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

Nesse final de semana tivemos novamente uma “calmaria” nos calendários e com isso, todo o meu foco ficaria voltado para a rodada tripla da Fórmula 3 na Inglaterra onde Roberto Faria vem em 3° lugar no campeonato.

Eu disse ficaria porque considerei relevante acompanhar a participação especial de Eduardo Barrichello neste final de semana em uma etapa da Stock Car, correndo ao lado de seu pai, Rubens Barrichello, substituindo o argentino Mathias Rossi, que por ter seu compromisso principal com o campeonato em seu país e por conta das exigências de quarentena para ir e voltar ao seu país, não teve como vir ao Brasil.

Eduardo Barrichello, até onde vão as minhas informações, não tem planos de deixar seu projeto na Europa, mas que – em termos de marketing – ver pai e filho correndo juntos na mesma equipe seria algo potencialmente interessante, desde que dê certo. ‘Dudu’ tem apenas 19 anos, não tem experiência em corridas de carros de turismo e vai enfrentar o autódromo de Cascavel, o mais rápido do Brasil e onde ele nunca correu. Sinistro!

F3 Inglesa

O autódromo de Donington Park traz fortes lembranças ao brasileiro apaixonado por corridas pela prova da F1 disputada em 1993, numa vitória gigante de Ayrton Senna. Em mais de duas décadas, as coisas mudaram e em quase 30 anos e hoje a pista só recebe corridas com caros menos potentes, mas, quem sabe, não é um lugar inspirador para Roberto Faria enfrentar seus adversários em mais uma rodada tripla da categoria de tantas histórias para o Brasil.

Tivemos duas classificações em Donington na manhã do sábado. Na primeira classificação, Roberto Faria conquistou o 9° melhor tempo. No final da manhã, o brasileiro ficou com a 8ª marca, mas excedeu o limite de pista em ambas e acabou sofrendo uma punição por isso. Outros pilotos também foram punidos, por este mesmo e outros motivos.

No início da tarde do sábado tivemos a primeira das três corridas programadas para o final de semana. O céu estava nublado, mas a pista permaneceu seca desde os treinos. Roberto Faria acabou largando na 9ª posição, tendo sido 600 milésimos mais lento que o pole position, Zak O’Sullivan. A corrida, infelizmente, não é transmitida por nenhum canal de streaming que conheci.

O que consegui receber de informações da Inglaterra foi que, apagadas as luzes vermelhas, Roberto Faria não largou bem e se envolveu em confusão logo no início da corrida, sendo obrigado a fazer uma corrida de recuperação, mas o tempo de prova dessas corridas é curto e o brasileiro não conseguiu avançar muito, terminando a corrida do sábado apenas no 14° lugar, punido por queimar a largada.

Na manha do domingo, outra corrida, outra história. O brasileiro Roberto Faria estava largando na 4ª fila, na 8ª posição para a segunda das três corridas do final de semana. Novamente o céu tinha muitas nuvens, mas não havia perspectivas de chuva. Apagadas as luzes vermelhas, Roberto Faria fez uma largada sensacional e saiu de 8° para 5°, mas a primeira volta foi muito dura, com Sagrera recuperando a P5 no meio da volta.

O brasileiro não desistiu da briga e foi pra cima do espanhol, retomando a posição na última curva antes de completarem a primeira volta e foi pra cima de Horsten, o 4° colocado. Entretanto, após algumas voltas o brasileiro não conseguia mais acompanhar o ritmo de prova dos 4 primeiros, apesar de, até a metade das 12 voltas ele estar se defendendo bem dos ataques de Sagrera.

A disputa mais dura entre o 2°, o 3° e o 4° colocado podia dar algo para o brasileiro, que tinha o 7° colocado, Bilinski, atacando Segrera e isso foi dando alguma tranqüilidade na 5ª posição. O que se desenhava acabou acontecendo na abertura da volta 10, quando Horsten atacou Ushijima, tocou no japonês, tirou-o da corrida e perdeu tempo suficiente para ser superado por Roberto Faria que subiu para 3°, posição que manteve sem sofrer ataques até receber a quadriculada.

Na tarde do mesmo domingo os pilotos retornaram para a pista e disputaram a terceira prova programada para o final de semana em Donington Park. O grid desta corrida foi no critério do grid invertido e com isso Roberto Faria foi largar na P9 sob um céu com nuvens escuras, mas a pista continuava seca, apesar da previsão de chuva para o horário da corrida.

Apagadas as luzes vermelhas para as 12 voltas programadas, ao contrário do que aconteceu na corrida da manhã, Roberto Faria largou muito mal, foi tocado e caiu para penúltimo. Ainda na primeira volta ele recuperou duas posições e passou em 14° pela linha de chegada. Na terceira volta, os dois líderes do campeonato bateram e saíram da pista. O Safety Car veio para Pista com Roberto Faria já ocupando a 11ª posição.

A relargada veio duas voltas depois e Roberto Faria relargou bem e assumiu a P10. Na volta seguinte, com o erro de Simmons, foi para 9° e no início da 7ª volta já estava em 8° lugar numa grande corrida corrida de recuperação quando, tentando tomar a P7, saiu da pista, foi “passear” na caixa de brita e perdeu todo o terreno conquistado, caindo para 12°. Com os pneus sujos e o assoalho danificado, o brasileiro não conseguiu mais recuperar posições e terminou a corrida na P13.

Com os maus resultados nas corridas 1 e 3, Roberto Faria caiu para a 6ª posição no campeonato, estando agora com 124 pontos, mas a diferença entre o 3° e o 7° não é grande. A próxima etapa está agendada para uma passeio fora da ilha, no veloz circuito de Spa Francorchamps na Bélgica, no final de julho.

Eduardo Barrichello na Stock Car

Com apenas 19 anos e sem ter experiência em corridas com carros de turismo, Eduardo Barrichello enfrentou um grande desafio neste final de semana ao disputar a etapa da Stock Car na veloz pista de Cascavel. Já nos treinos, o filho de Rubens Barrichello se mostrou bem à vontade com o carro. Fez o treino para novatos e, na classificação, por pouco não passou para o “Q2”, ficando e 21° num grid de 32 carros e à frente de muito piloto experiente.

Na corrida, de início as coisas foram meio complicadas e ele acabou caindo para 29°, mas após algumas voltas, encontrou um bom ritmo de corrida e começou a ganhar posições. Uma delas, foi pra chamar a atenção de que estava assistindo a corrida, quando superou Guilherme Salas na freada da curva que leva à reta dos boxes sem fazer uso do “push-to-pass”. Eduardo voltou aos boxes no final da corrida 1 para colocar pneus novos, antecipando uma estratégia para a corrida 2 e, mesmo assim, terminou em 19° lugar a corrida 1.

A estratégia acabou não funcionando e, no meio da corrida, uma rodada no S em subida após o ‘Bacião’ comprometeu a corrida de Eduardo, que terminou a corrida em 25° lugar, mas que certamente surpreendeu muitos que acharam uma atitude de alto risco encarar este desafio na categoria de pilotos com o mais alto nível no Brasil.

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

Um abraço a todos,

Genilson Santos

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.